Cinco meses depois de tomar posse, o governo de Barack Obama finalmente dará seus primeiros passos no campo comercial e na tentativa de fechar a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Hoje, o representante de Comércio de Obama, Ron Kirk, inicia sua primeira visita à OMC. No fim de semana, se reuniu com europeus para traçar um plano para tentar levar a Rodada a uma conclusão. Para os negociadores brasileiros, o governo americano precisa mostrar liderança e acabar com o silêncio mantido até agora sobre qual será sua estratégia comercial.
No ano passado, exatamente a Casa Branca impediu um entendimento, depois que governos de todo o mundo já estavam prontos para assumir as consequências de um acordo de liberalização. Com os democratas no poder, o temor dos países emergentes é de que as condições para um acordo fiquem ainda mais difíceis.
O governo Obama já deixou claro que, em um acordo, terá de ter maior acesso aos mercados de países emergentes, entre eles o Brasil. O preço pago por um acordo, portanto, seria maior para as economias em desenvolvimento, que teriam de aceitar produtos americanos. Essa indicação gerou preocupações entre as diplomacias dos países emergentes.
Como de praxe, Kirk garantiu que os EUA estão comprometidos com a OMC e com a conclusão da Rodada. Ele ainda anunciou que trabalharia para garantir uma agenda comercial "robusta e responsável". "Esse não é o momento de ser tímido", afirmou, em um discurso na Universidade de Georgetown. "Esse é o momento de reviver o comércio mundial."
Segundo a OMC, o comércio mundial deve cair 9% em 2009. Já o Banco Mundial estima uma queda de 12%. Desde a eclosão da crise, as exportações americanas foram reduzidas em 16%. Pascal Lamy, diretor da OMC, estima que a conclusão da Rodada poderia amenizar perdas.
Em Genebra, a maioria dos países está pronta para fechar um acordo até o fim do ano. Mas alertam que dependerá de como Obama reagirá. Se de um lado diplomatas estrangeiros mostram certa esperança com o novo governo, de outro temem que o discurso positivo de Obama não se traduza em concessões. Diante da recessão, a Casa Branca está sendo pressionada a não abrir seu mercado.
O temor de muitos é de que os EUA queiram agora rever essas propostas. Se isso ocorrer, toda a negociação desmoronaria e pelo menos mais dois anos seriam necessários para chegar a um entendimento. O Brasil deixou claro que não aceitará uma reabertura dos pontos do acordo. Se isso ocorrer, também terá de rever sua posição, o que acabará fazendo com que haja uma atraso em todo o processo.
A matéria é de Jamil Chade, publicada no jornal O Estado de SP, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
EUA tentam retomar discussões da Rodada Doha
Cinco meses depois de tomar posse, o governo de Barack Obama finalmente dará seus primeiros passos no campo comercial e na tentativa de fechar a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Hoje, o representante de Comércio de Obama, Ron Kirk, inicia sua primeira visita à OMC. No fim de semana, se reuniu com europeus para traçar um plano para tentar levar a Rodada a uma conclusão. Para os negociadores brasileiros, o governo americano precisa mostrar liderança e acabar com o silêncio mantido até agora sobre qual será sua estratégia comercial.
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BRUNO SOARES
POMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 11/05/2009
Será difícil a concessão estadunidense em meio a essa crise. Com certeza, Obama está com intenções somente de interesse de seu país e de seus principais parceiros comerciais e assim como Bush, monstrando detrimento aos países emergentes.
Mesmo que possa influenciar negativamente o avanço do comércio mundial e principalmente o comércio dos emergentes, acho que países que lideram essa classe, a exemplo de Brasil, China, Índia, México e Rússia, deveriam impor suas condições e começarem a definir de forma mais forte essa grande importância que hoje assumem no contexto da economia global.
Um boa forma para dar o pontapé inicial seria uma nova paralização da Rodada Doha. Assim, o interesse de prosseguir com as negociações seriam não mais dos países em desenvolvimento, mas agora dos desenvolvidos. Na minha opinião, assim passaria a acontecer uma cooperação de todas as partes, e não somente do lado mais forte.
Mesmo que possa influenciar negativamente o avanço do comércio mundial e principalmente o comércio dos emergentes, acho que países que lideram essa classe, a exemplo de Brasil, China, Índia, México e Rússia, deveriam impor suas condições e começarem a definir de forma mais forte essa grande importância que hoje assumem no contexto da economia global.
Um boa forma para dar o pontapé inicial seria uma nova paralização da Rodada Doha. Assim, o interesse de prosseguir com as negociações seriam não mais dos países em desenvolvimento, mas agora dos desenvolvidos. Na minha opinião, assim passaria a acontecer uma cooperação de todas as partes, e não somente do lado mais forte.