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Especial Região Sul, Propriedade Hiomar Neuberger e Família: tecnologia é só para os grandes?

POR MAYSA SERPA

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 09/04/2020

5 MIN DE LEITURA

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Vamos para mais uma edição do Especial Região Sul, viajando desta vez até Coqueiros do Sul/RS para contar a história da Propriedade Hiomar Neuberger e Família. Quem conversou com a gente foi a Maiara Lohmann Neuberger, que é formada em Agronegócio e cuida da qualidade do leite, controle leiteiro e de custos da fazenda.

Maiara é nora de Hiomar e Ivone, proprietários da fazenda, casada com Ricardo, filho do casal, e mãe da pequena Lara. Seu Hiomar e Ivone têm ainda outro filho, André, casado com Jaine, e todos trabalham na propriedade. Maiara começou suas funções na propriedade efetivamente em 2016, quando sua filha nasceu e ela optou por deixar o emprego anterior, em uma cooperativa de crédito.

Mas a história da propriedade com a produção de leite é bem anterior à atuação da Maiara. Ela se inicia em 2008, quando uma forte tempestade de granizo atingiu a região. Na época, a Propriedade Hiomar Neuberger e Família tinha a produção de grãos como principal atividade, sendo o leite extraído apenas para subsistência. O granizo afetou duramente as lavouras e os proprietários viram na bovinocultura de leite uma oportunidade de se reerguerem.

Iniciaram, então, a produção de leite com 5 vacas em lactação, ordenha mecanizada e resfriador a granel com capacidade para 300 litros. Quando viram que a atividade trazia um bom retorno, passaram a investir cada vez mais.

Maiara passou a participar das atividades indiretamente ainda em 2012, quando se casou com Ricardo. Ela lembra que, na época, a média de produção por animal era de 18 a 20 litros/dia. Os animais eram mantidos a pasto, com suplementação de ração no cocho.

Visando um maior conforto animal e, consequentemente, uma maior produtividade, os proprietários decidiram investir na construção de um galpão Compost barn, com capacidade para 70 animais, onde seriam colocadas as vacas em lactação. A construção foi finalizada em março de 2017 e as 28 vacas lactantes na época foram transferidas. Desde então, o plantel só aumentou.

Hoje, são produzidos cerca de 1400 litros por dia, com o rebanho composto por 80% de animais da raça Holandesa e 20% Jersey. A dieta dos animais é baseada em silagem de milho (safra e safrinha), feno, ração e sal mineral. Maiara compartilhou conosco também os índices zootécnicos e de qualidade do leite (média dos últimos seis meses):

  • DEL médio: 183,3 dias
  • Intervalo entre partos: 13,4 meses
  • Taxa de serviço: 66,7%
  • Taxa de concepção 37,2%
  • Taxa de prenhez: 24,8%
  • CCS: 269 mil céls./mL
  • CBT: 14 mil UFC/mL
  • Proteína: 3,45
  • Gordura: 4,10

A média de produção por animal está em torno de 28 litros/dia, valor abaixo do usual, visto que os rebanhos do Sul têm sofrido com a estiagem. “A região Sul está passando por uma grande seca, com grandes perdas na atividade leiteira e na produção de soja e milho safrinha. O calor excessivo contribui para que as vacas diminuam a produção, bem como a escassez de alimento”, pontua Maiara.

Apesar deste contratempo, a produtora comenta que a região é excelente para produção de leite. “O estado do Rio Grande do Sul possui a maior média de produção de leite/vaca/ano. Onde a propriedade está situada se tem a produção de mais de 10.080 litros/vaca/ano. Temos terras excelentes para produzirmos silagens e pastagens de altíssima qualidade. Vivemos em um estado que a atividade leiteira é uma das principais rendas das pequenas propriedades familiares. O município nos ajuda com boa estrutura das estradas e temos assistência técnica de nossa cooperativa na parte reprodutiva, nutricional e de gestão.”

Outra informação interessante é que a propriedade está totalmente inserida no contexto Agro 4.0. Estas são algumas das tecnologias empregadas na produção, para alcançar uma maior eficiência produtiva:

  • Cultura bacteriana na fazenda para diagnóstico rápido da mastite, com interpretações de dados por meio de aplicativo no celular;
  • Coleiras para monitoramento de dados reprodutivos, saúde e nutrição dos animais, sendo avaliados indicadores como ruminação, ócio e atividade e qualquer anomalia avisada diretamente no celular do produtor
  • Sistema de gerenciamento reprodutivo que calcula índices importantes para tomada de decisão na fazenda;
  • Energia solar que abastece toda a propriedade
  • Sistema de acionamento e desligamento dos ventiladores e aspersores do Compost barn por meio de aplicativo no celular
  • Sistema de boiler, reservatório térmico de água que aquece e mantém a temperatura da água, para fazer a lavagem da ordenha

A mão-de-obra sempre foi familiar e isso, segundo Maiara, foi o que fez a atividade se desenvolver tanto. “O seu Hiomar e a Ivone sempre foram e são muito acessíveis. O fato de quererem que os filhos ficassem na propriedade foi, com certeza, um dos motivos e incentivo para continuarem trabalhando juntos. Até hoje são muito abertos a ideias, ajudam nas atividades e são muito queridos.”

Para qualquer negócio crescer, é preciso ter metas bem definidas e nisso a Propriedade Hiomar Neuberger e Família dá exemplo. Maiara compartilhou conosco alguns dos próximos passos que pretendem dar:

  • certificar a propriedade como livre de brucelose e tuberculose (em andamento);
  • aumentar o plantel para de 65 a 70 animais na ordenha;
  • aumentar a média de produção por animal;
  • ter uma boa reposição de novilhas próprias, criadas na propriedade;
  • ter um leite com cada vez mais qualidade;
  • qualificar cada vez mais a mão-de-obra;
  • médio a longo prazo: melhorar a frota de equipamentos e maquinários, investir em uma maior estrutura de Compost barn e melhorar a genética dos animais.

Para finalizar, Maiara também comentou que umas das ferramentas que utiliza para crescer sempre mais na atividade é o site do MilkPoint. “As informações do MilkPoint são excelentes! Recebo no e-mail todas as reportagens. Tem informações técnicas que auxiliam no dia-a-dia da propriedade e também sobre como o mercado do leite vem reagindo, bem como notícias de outros países e do nosso Brasil, matérias sobre indústria, consumo de leite e derivados, entre outras informações. Em cima disso trocamos ideias, vemos a possibilidade de melhorias e investimentos. Precisamos de um meio de comunicação comoo de vocês que escuta os produtores e vai em busca de como o setor vem se colocando. Parabéns e que continuem oferecendo esse material sempre de ótima qualidade!”

Maiara, ficamos extremamente felizes com as suas palavras e em poder contribuir no dia-a-dia da propriedade de vocês. Um grande abraço de toda a equipe e vamos em frente!

Conhece alguma propriedade e quer que ela apareça no Especial Região Sul? Conte para nós aqui.

MAYSA SERPA

Médica Veterinária, MSc. e doutoranda em Sanidade Animal pela UFLA.

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ODAIR JOSE MANFROI

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/04/2020

Gostaria de dizer algo, mas sem ao menos saber o COE só cumpre alertar que as favelas estão cheias de pequenos agricultores que fizeram tudo tecnicamente no "estado da arte".
ODAIR JOSE MANFROI

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/04/2020

As favelas estão cheias de pequenos produtores que fizeram tudo muito técnicamente no "estado da arte", vou dizer algo sobre essa da reportagem quando souber ao menos o Custo Operacional Efetivo - COE por litro.
CASSIANO DEPELLEGRIN

FREDERICO WESTPHALEN - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 13/04/2020

Sou produtor de leite e engenheiro agrônomo pela UFSM-FW. Qual os desafio que agricultura familiar vai enfrentar na atividade do leite, com essa pandemia do carona vírus que estamos enfrentando?

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