“Cada vez mais os consumidores valorizam a história e a origem dos produtos que consomem. Por isso, os mercados no geral, não só o lácteo, estão se adaptando. No caso da Letti, contar a história da origem, a preocupação com o bem-estar animal e com a sustentabilidade da Fazenda Agrindus e da família Jank - que há mais de 70 anos produz leite -, caminha em linha com essa nova demanda. Além disso, nessa nova fase da marca, agregamos os valores ao produto, como a transparência das embalagens, que mostra exatamente o que está sendo consumido”. Foi assim que Eduardo Eisler, sócio da Letti, iniciou o bate-papo com a Equipe MilkPoint.
Eduardo Eisler, sócio da Letti
Einat Eisler, Diana Jank, Eduardo Eisler e Tais Jank. Créditos das imagens: Valéria Gonçalves
Atualmente, a Letti comercializa cerca de 15 mil litros de leite por dia mas tem a meta de chegar a 30 mil litros/dia já no início de 2019. “Além das novas embalagens 100% recicláveis e transparentes, a principal novidade é o lançamento de uma plataforma de e-commerce (maniadeleite.com.br) que comercializa toda a linha de produtos Letti. Por meio de compras esporádicas ou de assinaturas semanais, quinzenais ou mensais, o cliente recebe os produtos frescos, direto da fazenda para a casa dele ou no endereço que desejar. Esse serviço está disponível na cidade de São Paulo, mas nosso objetivo é ampliar para outras regiões”, explicou Eduardo, que será um dos palestrantes do Dairy Vision 2018. A sua palestra terá o seguinte tema: “Os lácteos e o mundo dos nativos digitais: como acompanhar? O caso Letti”. Confira a programação completa do evento aqui.
Rebanho de animais da Agrindus. Créditos das imagens: Valéria Gonçalves
Ampliação do e-commerce
A ampliação do e-commerce é uma prova de que a empresa está buscando se adequar às novas tendências dos consumidores. Eduardo destacou que com essa opção, eles enxergam uma boa oportunidade, visto que o público brasileiro tem aderido a esse tipo de compra com mais frequência.
Quando questionado sobre como a tecnologia vem contribuindo para que a Letti tome futuras decisões, ele disse que o primeiro grande benefício é a informação, como o Big Data. “É preciso que a gente consiga transformar essa informação em banco de dados para tomar a decisão correta em tudo que a gente faz, seja na inteligência da logística, da produção, da entrega, do consumidor ou da customização. A tecnologia vem em favor da maior coleta de informações, com maior agilidade ‘clusterizá-las’ e fazer com que elas sejam suficientes para o entendimento de onde pode ser melhorado e onde existem oportunidades de crescimento. Além disso, a tecnologia nos aproxima do nosso cliente e faz com que tenhamos uma relação muito mais rápida, com respostas muito mais ágeis. Mas a rapidez e a proximidade exigem que você esteja preparado para esse atendimento. O desafio maior é esse”, destacou.
Leite A2
De acordo com o sócio da Letti, ao longo dos anos, o rebanho leiteiro foi sofrendo mutações genéticas em função de cruzamentos que deram origem ao tipo de leite A1, que contém a beta-caseína A1. “A Letti e a Agrindus investiram cerca de R$ 1,5 milhão para selecionar naturalmente seu rebanho e todas as vacas são de genotipia A2A2, que podemos chamar de gado original. Por isso, o leite produzido por esses animais não contém a beta-caseína A1. Alguns estudos realizados nos Estados Unidos, Nova Zelândia e China, apontaram que este tipo de leite tem melhor digestibilidade, garantindo assim que os consumidores não tenham desconforto gástrico, como inchaço, dor de barriga ou gases, que são em muitos casos confundidos com intolerância à lactose”.
Do ponto de vista de embalagens, a empresa buscou aliar inovação e sustentabilidade. “Em parceria com a Amcor, empresa global que desenvolve e produz diferentes tipos de embalagens, desenvolvemos uma alternativa transparente, produzida em PET, que é capaz de preservar todas as características do produto e garantir um prazo de validade de até 15 dias, maior do que qualquer leite fresco do mercado. A melhor parte é que são garrafas 100% recicláveis, inclusive o rótulo e a tampa. Essa também é uma inovação da Letti para trazer de volta algo que ficou esquecido no passado. Mostrar o leite branco em uma embalagem transparente nos traz de volta – e oferece àqueles que não conheceram – a experiência e a oportunidade de ter o leite como sempre foi: fresco, original e entregue da fazenda direto para a casa do consumidor”.
Logística dos produtos pasteurizados
Sobre como distribuir os produtos da empresa que – por serem pasteurizados – exigem refrigeração e pulverização dos pontos de entrega, Eduardo comentou que neste quesito, também estão inovando. “E como fazer isso? Buscando soluções de mobilidade para as grandes cidades, como bicicletas com refrigeração, pequenos veículos e parceiros que se engajem para fazer esta entrega em São Paulo. Depois, a ideia é engajar os próprios condomínios e residenciais para que eles recebam, o que também é um grande desafio: trabalhar com eles e não para eles. Na logística, hoje, existe muita ociosidade na parte de fornecedores para os frescos, porque foram abandonados por grandes marcas. Então, estamos tentando retomar com atratividade para atender essa nova demanda digital que é diferente do que se fazia no passado” concluiu.
Transformar ideias e organizações vencedoras em sustentáveis foi a base da construção da formação de Eduardo Eisler. Durante 35 anos da sua carreira, ele construiu e implementou este conceito em organizações diversas, desde uma fazenda coletiva em Israel até corporações como Tetra Pak, Polenghi, Dixie Toga, Leite Paulista, Nestlé e Refinações de Milho Brasil (com marcas como como Knorr, Hellmans e Maizena). Os resultados alcançados são baseados em construção de valor para as empresas/marcas e implementação de processo estratégico através da construção de organizações voltadas para clientes e formação de pessoas e talentos internos.
Ficou com um gostinho de quero mais? Então venha participar conosco do Dairy Vision 2018, que neste ano, chega na sua 4ª edição. O evento contribuirá (e muito!) com o setor lácteo por meio de vários insights apresentados sobre as tendências na área de alimentos e bebidas no Brasil e no mundo. Assim, é fundamental que o Dairy Vision 2018 esteja na sua agenda! Ele mostrará oportunidades e clareará ao público os principais desafios de todas essas mudanças, principalmente para o setor lácteo. Então, nos vemos em breve! Até novembro!
O evento é uma iniciativa da AgriPoint e da Zenith Global e tem como:
- patrocinadores GOLD: CHR Hansen, Clariant, Polyone (Colormatrix) e SealedAir;
- expositores: Ecolean, DuPont, Duas Rodas e RMB Pack;
- table top: Ashland, Brenntag, Granolab, Noluma, NovoZymes e Paques;
- apoio institucional: Fepale; Viva Lácteos; ABIQ, ITAL, ABLV, Rabobank e Nielsen;
- apoio de mídia: Revista Feed&Food, Revista Indústria de Laticínios, Revista + Leite e The Dairy News.