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Do leite de vaca para o leite de cabra: a trajetória da empresária Marli Alves da Silva

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 17/03/2020

4 MIN DE LEITURA

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Como boa mineira, a trajetória de Marli Alves da Silva com a cultura de laticínios começou dentro de casa — a avó paterna, Cecília, produzia queijos e doces em Abaeté, no centro-oeste de Minas Gerais. Assim, não foi uma surpresa para ninguém da família quando, ao se aposentar da área se segurança, Marcílio, filho dela e atual patriarca, decidiu voltar às origens da família.

“A gente brinca que ele pensou que ia ficar sozinho, mas todo mundo abraçou a ideia, gostou e foi atrás de se aprimorar”, diz Marli, que se aposentou como enfermeira antes de mergulhar no negócio familiar. A primeira empreitada foi com a produção de laticínios tradicionais, com leite de vaca. A virada aconteceu quando o irmão, Carlos, sugeriu que trabalhassem com cabras para se diferenciar no mercado.

“Fomos estudar. Fomos para a ACCOMIG (Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Estado de Minas Gerais) e começamos a aprender. Fomos estudar o animal, estudar a forma de produzir o leite e nos apaixonamos. Não tem como não se apaixonar com a cabra. A cabra é extremamente dócil, um animal muito afetivo”, conta. “Essa mudança de animais foi uma transição em que nós tivemos que aprender muito. Fácil não foi, tem muita barreira, até em relação ao preconceito mesmo. Tem pessoas que às vezes provam o produto, gostam, mas quando você fala que é de cabra tem uma rejeição. Só de falar que é um animal diferente a pessoa já estranha”.

O Capril Santa Cecília tem um dos melhores queijos do mundo e uma mulher de fibra à frente dos negócios. — Foto: Divulgação

Essa barreira é vencida com muito trabalho, paciência, conhecimento e conversa. “Dê oportunidade para o novo, que eu tenho certeza que você vai se encantar”, diz Marli, antes de explicar, como boa vendedora, as vantagens do leite de cabra. “Ele tem mais cálcio, mais proteína, baixa lactose, a digestibilidade é melhor. Para criança é o segundo leite, depois do leite materno. Os benefícios são inúmeros e o sabor também é delicioso, vale a pena conhecer”.

Não é só Marli que defende o produto que faz. O esforço e a qualidade dos laticínios da Capril Santa Cecília têm sido reconhecidos até internacionalmente. O queijo frescal ganhou medalhas de prata na competição nacional e no sudeste, enquanto o queijo maturado, o caprino romano, ganhou o ouro em disputa internacional. “Ele ganhou o prêmio mundial na categoria dele. Hoje, é o melhor queijo de cabra do mundo. Não é pouca coisa”, se orgulha Marli.

O trabalho individual da produtora também é reconhecido. Hoje com 55 anos e única mulher no meio de um negócio familiar que envolve o pai e os quatro irmãos, ela venceu o Prêmio Mulher de Negócios do SEBRAE- MG em 2015. Nem sempre é fácil. “Passou a porteira, lá fora, você ainda encontra alguns desafios. Quando cheguei a Itaguara, comecei a mexer com essa parte de compra de ração, procurar gente para trabalhar. Quando cheguei à cooperativa e me apresentei, o rapaz que me atendeu falou: ‘mas cadê o marido da senhora?’. Hoje, graças a Deus, a cooperativa me respeita. Todo mundo aceita meu trabalho, interagem, contam com meu apoio para tudo. Foram vendo que a gente faz com amor, com seriedade, que não está aqui para brincar”.

A empresária credita parte desse sucesso ao que aprendeu com a mãe, do Carmo, que batiza a linha de doces e biscoitos do empreendimento. “Mamãe era nordestina. Muita fibra, uma mulher baixinha daquelas destemidas. Quando às vezes eu fazia alguma coisa assim de "nó, mãe, eu acho que eu não vou dar conta", ela falava: "não vai dar conta o quê? Sai de baixo da tenda e olha o mundo. O mundo é seu. Olha para as estrelas, segue a sua vida. Você não tem que ter medo de nada não, Isso aí eu sempre vou ouvir ela falando comigo”, diz. “São barreiras que graças a Deus a gente tá vencendo, e tô vendo que outras estão vindo atrás, que está servindo de inspiração”. Nesse sentido, Marli entende que o papel do agronegócio é fundamental, e se orgulha de fazer parte dessa indústria.

“Se você prestar atenção, da hora que você acorda à hora que você vai deitar, em tudo está envolvido o que nós fazemos no campo".

"Se você vai escovar seu dente, o agronegócio tá ali. Se você vai tomar seu café, o agro tá ali. Se você vai tomar leite de cabra, também está ali. Até uma coisa que às vezes as pessoas não sabem: aquela música que você escuta, aquela paletinha. Se faz paleta com a unha da cabra. O agronegócio tem tudo”.

“Eu visto tanto a camisa que ando de uniforme. Para mim não tem coisa que me identifica mais. Eu crio cabras, eu produzo os derivados do leite de cabra. Eu sou produtora rural no sangue, tá na veia. Por trás desse produto que chega na mesa deles tem muito amor, muito carinho, muito envolvimento, muito respeito ao meio ambiente, aos animais” diz.

As informações são do G1.

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