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De peixes a colchões, como as tarifas de Trump vão afetar os negócios

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 16/07/2018

9 MIN DE LEITURA

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A Casa Branca anunciou na terça-feira (10), que estuda impor tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses importados, elevando para US$ 450 bilhões as importações de bens chineses passíveis de sobretaxas — quase a totalidade dos US$ 505 bilhões que a China exporta aos Estados Unidos.

A seguir um panorama de como as empresas americanas podem ser afetadas pelas tarifas:

Peixes e frutos do mar

A proposta de novas tarifas americanas sobre mercadorias chinesas incluiria dezenas de variedades de peixes e frutos do mar, como tilápia, salmão, bacalhau e atum. Alguns congressistas e profissionais da área também defendiam a inclusão de camarões, lagostins e outros frutos do mar na lista de alvos das tarifas.

Os EUA importaram US$ 2,7 bilhões em peixes e frutos do mar da China em 2017, segundo dados do governo federal. As empresas processadoras de alimentos, assim como os consumidores, podem ter que passar a pagar mais por muitas variedades normalmente encontradas à venda nos supermercados e restaurantes do EUA, segundo John Connelly, presidente da associação setorial National Fisheries Institute. Connelly disse que os produtores de frutos do mar do EUA também enfrentam tarifas retaliatórias da China sobre lagostas e lulas de Nova Jersey e da Califórnia e sobre o bacalhau, o salmão e o badejo do Alasca.

Produtos químicos

Os fabricantes de produtos químicos dos EUA dizem que a nova rodada de tarifas propostas pelo governo Trump pode encarecer as matérias-primas e ameaçar o acesso a um importante mercado de exportação. A China tem se destacado como um dos principais fornecedores mundiais de produtos químicos básicos. Os EUA podem sobretaxar uma ampla gama de produtos chineses da área, desde pesticidas a reveladores fotográficos. Essas tarifas vão aumentar os custos das firmas americanas que dependem de importações da China para criar produtos mais complexos nos EUA, segundo Ed Brzytwa, diretor de comércio internacional do American Chemistry Council. Isso poderia resultar em custos mais altos para agricultores e consumidores. A associação setorial estima que US$ 9 bilhões em exportações químicas já estão expostas a tarifas retaliatórias anunciadas no segundo trimestre pela União Europeia, China, Canadá e outros países.

Comutadores e roteadores

A nova lista de tarifas atinge comutadores e roteadores, produtos acabados que são usados para criar tanto as redes sem fio quanto as com. Esses produtos são uma infraestrutura fundamental no mundo das novas tecnologias, segundo Cinnamon Rogers, vice-presidente sênior do Telecommunications Industry Association. As tarifas colocam os EUA em desvantagem competitiva.

Veículos e autopeças

A nova rodada de tarifas também tem como alvo dezenas de produtos automotivos, desde amortecedores e peças de caixas de câmbio a pastilhas de freio e vidros de para-brisa. A tarifa de 10%, se for aplicada, aumentará os custos tanto para as fábricas que compram esses componentes quanto para os donos de carros que precisam peças de reposição, como palhetas do limpador de para-brisa. “Uma escalada de um lado para o outro com um grande parceiro comercial não vai resolver o problema”, segundo a Motor & Equipment Manufacturers Association.

Bolsas

A nova lista também tem as bolsas como alvo, embora grandes marcas americanas, como Coach, Kate Spade e Michael Kors, não estejam entre as empresas mais expostas. Essas marcas produzem principalmente bolsas de couro, que representam em torno de 27% das importações americanas de bolsas chinesas, segundo a Panjiva, que acompanha dados do comércio exterior mundial. Coach e Kate Spade, ambas controladas pela Tapestry, já vinham transferindo produção para fora da China para fugir do aumento no custo da mão de obra. A maior parte das bolsas chinesas importadas é feita de plástico. As bolsas que não são de couro representam 54% do total de importação de bolsas, cujo valor chega a US$ 540 milhões, de acordo com a Panjiva. Essas bolsas são vendidas em grandes redes varejistas sob marcas pouco conhecidas.

Semicondutores

Semicondutores e produtos relacionados estiveram entre os produtos de tecnologia mais afetados pelas tarifas da semana passada sobre US$ 34 bilhões em exportações chinesas. Essa tarifa teve como alvo a nascente indústria de chips da China, um segmento que Pequim deseja ver como potência mundial. Mas as tarifas também atingem algumas fabricantes americanas de chips, que fazem parte da complexa rede de abastecimento em que o produto muitas vezes começa a ser produzido nos EUA, para depois ser enviado à China para montagem, teste e embalagem e, enfim, novamente retornar para os EUA.

Colchões

Os colchões feitos na China estão sujeitos às novas tarifas. Os EUA importaram US$ 1 bilhão em colchões no ano encerrado em 31 de maio, sendo que US$ 850 milhões foram comprados dos chineses, de acordo com a Panjiva. Muitas das grandes marcas de colchão, contudo, também são produzidas domesticamente. A Tempur Sealy International, maior fabricante americana, disse que os colchões que vende nos EUA são feitos no próprio país. A empresa tem mais de 20 locais de produção na América do Norte. Mesmo novas empresas online, como a Casper e a Leesa, que vem enfrentando as lojas mais tradicionais, afirmam que seus produtos são feitos nos EUA.

Terras-raras

Os minerais ítrio e escândio, duas terras-raras que as empresas de defesa obtém quase inteiramente da China, também são alvos da nova lista. Ellen Lord, chefe de compras de armas do Pentágono, havia considerado “muito alarmante” a dependência dos EUA em relação ao fornecimento de terras- raras da China. Técnicos do setor acreditam que as firmas de defesa vão fazer lobby para que haja uma isenção e possam continuar comprando sem tarifas.

Um temor ainda maior da indústria de defesa é que a China possa restringir o fornecimento e adiar as aprovações oficiais dos contratos de fornecimento. A China já indicou anteriormente que poderia impor tarifas sobre aviões comerciais.

Celulares

As tarifas dos EUA — tanto as que já estão em vigor quanto as propostas — incluem peças de celulares, como semicondutores e placas de circuito impresso. Os aparelhos celulares serão objeto de tarifas. Os aparelhos acabados feitos na China, como iPhones, por exemplo, não estão entre os produtos atualmente sujeitos a taxas americanas. Os consumidores dos EUA, no entanto, podem não escapar completamente do aumento nos custos. Algumas peças que podem ser usadas para consertar celulares estão na lista de novos impostos, o que poderia afetar o mercado de reparos nos EUA.

Soja

A guerra comercial está cobrando um alto preço dos produtores de soja nos EUA. O imposto de 25% da China sobre a soja americana entrou em vigor na semana passada, alimentando receios de que o as tarifas poderiam deixar os produtores americanos fora do maior mercado de soja do mundo. Desde o início de junho, os preços caíram 19% e chegaram ao menor patamar em dez anos. Isso vem corroendo a renda dos agricultores americanos, já às voltas com vários anos de desaquecimento da economia agrícola. Teme-se que as exportações de soja americana a China possam cair 50%, reduzindo a produção americana em até 15%.

Peças de aparelhos eletrônicos

A lista cada vez maior de produtos de tecnologia que são alvos das tarifas — sejam as já em vigor ou as planejadas — incluem muitas das peças usadas nos aparelhos de hoje em dia. Há componentes como as unidades de disco usadas em servidores e equipamentos de armazenamento de dados, assim como peças de copiadoras e impressoras — itens que a maioria das pessoas não compra diretamente. Mas são componentes usados na fabricação de produtos como controles remotos e caixas eletrônicos. As tarifas sobre alguns itens, como as placas de circuito impresso, poderiam elevar o custo dos reparos de bens eletrônicos de consumo.

Laticínios

A nova lista não atinge diretamente os produtores de laticínios, mas os contratos futuros de leite e queijo caíram desde que o México e a China impuseram tarifas de retaliação sobre os bens americanos em junho. O México é o maior importador de queijo dos EUA e a China é um dos principais destinos de derivados do soro do leito. Há um crescente receio de que a China possa retaliar com um novo conjunto de tarifas, que incluiria alguns laticínios importantes ausentes da rodada anterior, imposta na semana passada, como a lactose e fórmulas lácteas para bebês, de acordo com Nate Donnay, diretor da “Dairy Market Insight”.

Painéis de energia solar

O governo Trump anunciou tarifas sobre os painéis de energia solar importados em janeiro, afetando principalmente fabricantes chineses. As tarifas, que vão cair gradualmente de 30% no primeiro ano até 15% no quarto, foram apontadas por empresas do setor como um dos fatores que elevaram os preços das instalações de painéis solares nos EUA e desaceleraram o crescimento da energia solar. Mas a tarifa parece estar atingindo seu principal objetivo: estimular a produção de painéis solares nos EUA.

Uma análise da GTM Research mostrou que os preços de alguns sistemas de produção em grande escala subiram de US$ 0,98 por watt no primeiro semestre de 2017 para US$ 1,03 no segundo. Paralelamente, algumas empresas anunciaram investimentos na produção de painéis nos EUA. Em junho, a subsidiária na América do Norte da sul-coreana LG. anunciou planos para uma nova fábrica de montagem de painéis solares no Estado do Alabama.

Carne

Tarifas retaliatórias impostas pela China e México desde o segundo trimestre vêm impactando bastante a indústria de carne dos EUA. Até agora, o setor mais afetado foi o de carne suína. Os produtores americanos de carne suína agora enfrentam uma tarifa de 62% nas exportações à China — que em 2017 comprou quase 20% de toda a carne suína exportada pelos EUA. Já a tarifa de retaliação do México sobre a carne de porco dos EUA aumentou para 20% neste mês. A associação setorial National Pork Producers Council estima que 40% do volume de carne suína vendida ao exterior agora precisa pagar tarifas, o que se traduz em “crise financeira” para os criadores americanos. Em maio, eles registraram prejuízo de US$ 18 em cada porco, segundo estimativa da Iowa State University. Desde então os preços caíram ainda mais.

Tênis

A indústria de calçados escapou de novo da escalada na guerra comercial entre EUA e China, já que os tênis não foram incluídos na nova lista. Ainda assim, as novas tarifas “vão prejudicar nossa economia e tirar renda disponível dos consumidores que poderiam comprar mais calçados”, disse Matt Priest, executivo-chefe da Footwear Distributors and Retailers of America. A grande maioria dos calçados vendidos nos EUA é importada e cerca de 70% vêm da China. “Embora os calçados não estejam nessa nova rodada de tarifas, a indústria de calçados americana está muito habituada ao impacto negativo que as tarifas têm sobre os bens de consumo, tendo pago US$ 1,5 bilhão em impostos chineses só em 2017.”

Materiais para construção

Madeiras compensadas, carpetes e ferramentas estão na nova lista de tarifas. As grandes varejistas de materiais para casa e construção não importam muita madeira e carpete. Já outros itens, como churrasqueiras, móveis de jardim e ferramentas, muitas vezes, são importados. Os EUA importaram US$ 1,7 bilhão em ferramentas e produtos de metal da China, cerca de 40% do total comprado no exterior nos 12 meses até maio, de acordo com dados da Panjiva.

Depois da divulgação da nova lista, as varejistas estavam quebrando a cabeça para avaliar se teriam condições de elevar os preços ou de absorver custos reduzindo as margens de lucro, segundo um executivo de uma grande varejista.

“Se os preços forem repassados, vamos fazer nosso melhor para descobrir como compensar e minimizar o impacto aos consumidores”, disse um porta-voz da gigante de varejo Home Depot.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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