Conab divulga 1ª pesquisa oficial de custo de produção

A Conab publicou nesta quarta-feira (04) o primeiro estudo com os custos de produção de leite da pecuária empresarial. O estudo levantou os custos de produção em seis cidades - duas de São Paulo, duas de Minas Gerais e duas do Rio Grande do Sul. Elas foram selecionadas pela equipe da Conab por terem a bacia leiteira mais importante e, assim, serem representativas de cada Estado, explicou a estatal.

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A Conab publicou nesta quarta-feira (04) o primeiro estudo com os custos de produção de leite da pecuária empresarial. O estudo levantou os custos de produção em seis cidades - duas de São Paulo, duas de Minas Gerais e duas do Rio Grande do Sul. Elas foram selecionadas pela equipe da Conab por terem a bacia leiteira mais importante e, assim, serem representativas de cada Estado, explicou a estatal.

De acordo com a Conab, o trabalho vai orientar o mercado e o governo na atualização dos preços de referência do produto. Atualmente, o valor base estipulado pela Companhia varia entre R$ 0,41 e R$ 0,47 por litro, de acordo com a região.

Segundo o estudo, o custo variável na cidade mineira de Ibiá foi de R$ 0,54 por litro em dezembro passado, período em que o levantamento foi feito. O custo variável inclui as despesas de custeio (insumos, serviços, máquinas e implementos, por exemplo) e as financeiras. Na cidade de Pompeu (MG), o custo variável foi de R$ 0,59 por litro.

O preço médio pago ao produtor de Minas Gerais, segundo o Cepea/Esalq, foi de R$ 0,5887 por litro em janeiro (pelo leite entregue em dezembro). "O valor cobre apenas o custo variável, mas não o custo total", observou Maria Helena Fagundes, analista do setor de lácteos da Conab. O preço pago ao produtor é bruto e ainda sofre descontos com frete e impostos.

Nas cidades gaúchas de Ijuí e Passo Fundo, a Conab apurou custos variáveis de R$ 0,53 e R$ 0,54 por litro, respectivamente, num levantamento feito em janeiro. No Estado, segundo o Cepea, o preço médio pago ao produtor foi de R$ 0,6061. "Cobre um pouco mais que o variável, mas não o total, que é de R$ 0,82", disse a analista. No caso de São Paulo, o custo variável ficou em R$ 0,60 em Guaratinguetá e em R$ 0,57 em Mococa. O preço pago no Estado foi R$ 0,6331.

Para fazer o estudo, a Conab visitou fazendas com produção acima de 150 litros de leite por dia. A cada dois meses, os técnicos da estatal irão a campo para atualizar os números. Nos próximos estudos serão apurados os custos em Rondônia e Goiás.

Com base na pesquisa, a Conab já realizou duas intervenções no mercado de leite neste ano. Foram feitos leilões de subvenção para o escoamento de 400 milhões de litros da bebida. Os produtores arremataram subsídios para 71 milhões de litros, com investimento do governo previsto em cerca de R$ 5 milhões. A próxima rodada será no dia 10 de fevereiro, para mais 200 milhões de litros.

Clique aqui para acessar a planilha com os custos de produção.

As informações são da Conab e do jornal Valor Econômico, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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Pollyanna Delboni Binow
POLLYANNA DELBONI BINOW

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/03/2009

Sou técnica do projeto EDUCAMPO e trabalho com essa parte de custos em 18 fazendas na regiao de Sete Lagoas, achei a matéria muito bacana, mas acho que os valores de custo do leite estão um pouco estranho porque a fazenda que tenho custo mais baixo que trata com silagem e cana na epoca da seca e piquetes irrigados nas águas está com o custo operacional efetivo ou custo variável de R$0,65/L. Será que os parametros para esses custos sao diferentes do que trabalho?

Pollyanna Delboni Binow
Médica Veterinária
Ronaldo Pereira Guimarães
RONALDO PEREIRA GUIMARÃES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/03/2009

Há uma grande preocupação do governo com os sem terra, nada contra, mas acho que deveria haver também uma atenção para os com terra e sem renda, que continuam mesmo assim lutando e mantendo empregos dignos no campo. A montanha russa que o produtor de leite tem que enfrentar é perniciosa e compromete um segmento importante do agronegócio, um dos pilares da nossa economia.
Rivaldo Nunes da Costa
RIVALDO NUNES DA COSTA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/02/2009

Prezados colegas!

Muito válido o trabalho. Precisamos unir forças: entidades, produtores, técnicos, instituições e os prefeitos, governadores e presidente. O problema da cadeia produtiva do leite é antigo, se repete periodicamente, mudam alguns fatores mas a consequência é a mesma, o produtor fica com o prejuízo.

Alguns aspectos podem ser resolvidos rapidamente: melhoria da gestão de cooperativas, união das mesmas em torno das que industrializam o leite. Redução do poder dos supermercados através de estabelecimento de uma margem de lucro permitida, penalizar grandes empresas que falam que há excesso de leite para pagar menos pelo produto. Incluir o leite nas escolas e controlar rigidamente a qualidade, a origem legal do produto e o preço.

O preço de venda do queijo e leite nas padarias e supermercados é muito alto, comparado com preço adquirido pelos mesmos, tem que fiscalizar.
Se um queijo Minas de qualidade for vendido por um preço médio adequado nas padarias e supermercados, ao consumidor, sem o lucro excessivo destes, não teremos leite para atender este segmento.

Precisamos de recursos a longo prazo, com juros adequados e pagamento com o produto. Sistema de resfriamento com preços adequados, melhorar os equipamentos agrícolas, que são caros e geralmente de baixa eficiência e durabilidade. É preciso informar ao consumidor sobre os diversos produtos lácteos.

Há muito o que fazer.
Vamos trabalhar.

Rivaldo Nunes da Costa
Médico Veterinário e produtor de leite.
Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 08/02/2009

Vejo com satisafação, porem creio que a CONAB deveria se unir com a EMBRAPA GADO DE LEITE, em Coronel Fabriciano-MG, que é especializada em gado de leite e formularem uma planilha de custo de produção que espelhe a realidade de cada região produtora de leite in natura. Afinal, a nossa situação como produtor rural de leite frente aos compradores de leite nesse caso incluindo absurdo mas a realidade nos mostra isso as cooperativas de leite que também fazem o jogo das empresas privadas, eles são organizados e manipulam os prêços que nos pagam. Duro saber e comprovar que vendemos uma matéria prima que dela se extrai dezenas ou até centenas de produtos derivados e recebemos somente em função de um que é o mais barato o leite longa vida. Prova cabal e inconteste da exploração existente no setor pelos compradores, precisamos nos unir e criar uma metodologia justa sem manipulção que apure sim com clareza o prêço de custo do litro de leite que produzimos como produtor rural de leite e que esse prêço seja a base para pagamento a começar principalmente pelas cooperativas de leite, afinal elas foram criadas tendo como finalidade principal nos amaparar e organizar o setor, caso contrário não há razão para sua existência.
Plácido Borges Campos
PLÁCIDO BORGES CAMPOS

CÁSSIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/02/2009

Meu custo com produção de 25000kg/hectare ano é de R$ 0,68. Tem algo estranho no ar ou os técnico que me auxiliam são muito incompetentes.
joão lemke
JOÃO LEMKE

SÃO LOURENÇO DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/02/2009

Muito interessante essa questão de avaliar custos reais. Coloco a propriedade à disposição.
Walter Jark Flho
WALTER JARK FLHO

SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/02/2009

Achei ótimo. Os dados confirmam o que nós produtores já sentiamos no bolso. Agora é uma instituição oficial que está afirmando isso. A única coisa de bom (se pode ser assim chamado) é que o sentimento de incompetência em administrar minha propriedade diminuiu. Vamos ver o que o governo, e os conselhos paritários, tem a dizer.

Walter
Ricardo de Almeida Costa
RICARDO DE ALMEIDA COSTA

PONTE NOVA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/02/2009

Quando compramos um insumo qualquer para feitura de uma ração, não podemos considerar somente o preço pago pelo produto na região de origem, e sim acrescer à esse produto o valor do frete, da comissão, descarregamento,etc.Assim tambem se faz com o preço do leite.Vale somente o que entra no bolso do produtor, ou seja, o preço recebido (descontado do frete e da previdencia social).Como produtor de leite, da região de Ponte Nova,MG,invejo à todos estes produtores da região sul e de São Paulo, pois estão numa situação bem mais cômoda de que a nossa.Aproveito o ensejo e,ponho minha propriedade à venda para poder comprar uma aí na região, para continuar vivendo da pecuária leiteira;uma vez que aqui estamos perdendo de R$0,06 a R$0,08 por litro de leite produzido.

Ou o artigo foi mal interpretado ou o resumo não foi bem elaborado, pois,somente em uma cidade de Minas é que o produtor recebeu abaixo do custo de produção,o que, na realidade, não está acontecendo.

Para um leitor desavisado, nós produtores estamos chorando de barriga cheia. Sou um leitor assíduo desse site, por tratar de assuntos relacionados com a nossa ativadade,mas achei esse,um despropósito. Sugeriria para que esse artigo fôsse escrito na íntegra ou que o resumo fôsse mais claro à respeito do real custo de produção de leite nas regiões mencionadas e dos preços que os respectivos produtores, realmente, embolsam.

Estamos, desde à muito, vivendo em um desconforto econômico enorme, mediante o diferencial negativo entre custo de produção e preço ecebido. Portanto,essa matéria deve ser tratada com mais profissionalismo, pois a ocasião exige.
José Ronaldo Vilela Rezende
JOSÉ RONALDO VILELA REZENDE

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/02/2009

A matéria acima é excelente; entretanto, sugiro descrever melhor o que compoe o custo variável para não pairar dúvidas quando analisamos os custo acima em comparação com os nossos. Grato.
Qual a sua dúvida hoje?