De olho no avanço de consumidores cada vez mais conscientes e engajados, que desejam saber sobre origem dos produtos que consomem, a Danone Brasil decidiu investir pesado em projetos de sustentabilidade, inclusão social e governança corporativa.
Os planos envolvem toda a cadeia de fornecedores (leiteira e de água), inovação e criação de produtos e medidas de combate a mudanças climáticas — nesse último caso, as ações obedecem um plano global de 2 bilhões de euros de investimentos em três anos. O conjunto de projetos proporcinou a Danone o certificado B — um selo dado a companhias que adotam medidas mais inclusivas, equitativas e regenerativas.
O conceito foi criado em 2006, nos Estados Unidos, com o intuito de redefinir a noção de sucesso de uma empresa, deixando de olhar apenas o êxito financeiro, mas também a postura em relação ao bem estar da sociedade e do planeta. Hoje o Brasil tem 202 empresas B, a maioria de médio e pequeno porte. Entre as grandes corporações está a Natura e, agora, a Danone Brasil.
"Nos últimos três anos, passamos por um amplo processo de auditoria conduzido pela B Lab (organização que faz todo o processo de certificação), que tinha o objetivo de entender nossa relação com a sociedade e com o meio ambiente. A certificação é uma validação de tudo isso", disse o Presidente da Danone Brasil, Maurício Camara.
Ele espera que essa certificação, que coincide com o boom dos ESG (environmental, social and corporate governance), permita uma maior conexão com o novo consumidor que busca "marcas sérias e com propósitos" e eleve o volume de vendas.
Inicialmente, a empresa deve adotar algumas estratégias para chegar até a esse público por meio de divulgações internas e redes sociais. Numa próxima etapa, a companhia pretende considerar em seus processos de inovação a inclusão do selo nas embalagens, que devem seguir alguns parâmetros definidos.
"Mas, além do reflexo no consumo, há um benefício financeiro sobre o custo do crédito e de captação, que tende a ficar mais barato para empresas sustentáveis", pontuou Camara. Em sua avaliação, nessas companhias, o nível de risco é menor - uma vez que há maior transparência em toda a operação e nos números da empresa - e o retorno para o acionista tende a ser maior.
Pandemia
Nos últimos meses, a Danone teve que passar por grandes mudanças em virtude da Covid-19. Com o isolamento social no primeiro semestre do ano passado, houve uma mudança expressiva no perfil de consumo da população, que afetou as vendas da empresa.
O chamado consumo de rua e de academia, despencou. As vendas para restaurantes e hotéis praticamente zeraram. Entretanto, com mais gente dentro de casa, a aquisição de produtos em embalagens maiores aumentou.
Já o segundo semestre, com a reabertura do comércio, as vendas voltaram. O auxílio emergencial ajudou bastante na retomada, diz Camara. "Essa renda ajudou a evitar uma queda maior e acabamos crescendo 3% no ano." Para 2021, apesar das as incertezas, a expectativa é de crescimento de 5%."
Ele comentou que desde o ano passado, os funcionários do escritório estão em home office. Porém, a presença na empresa não está vetada. Quem quiser pode ir ao escritório, obedecendo uma taxa de ocupação de 15%. Para ele, dificilmente os espaços usados pelas empresas serão como antes. "Hoje o escritório está ocioso. É um espaço que precisa ser repensado", finalizou.
As informações são do Estadão, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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