Brasil e Argentina fazem acordo na área de lácteos

O governo brasileiro fechou na quinta-feira, em Buenos Aires, um compromisso de preços mínimos e estabeleceu uma cota máxima para as exportações de produtos lácteos da Argentina. Pressionados pela decisão da Camex de barrar seus produtos, aprovada na última terça-feira (28), os argentinos concordaram em vender a tonelada de leite em pó, no mínimo, por US$ 2,2 mil. Também aceitaram restringir suas vendas em até 3 mil toneladas por mês.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

O governo brasileiro fechou na quinta-feira (30), em Buenos Aires, um compromisso de preços mínimos e estabeleceu uma cota máxima para as exportações de produtos lácteos da Argentina. Pressionados pela decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de barrar seus produtos, aprovada na última terça-feira (28), os argentinos concordaram em vender a tonelada de leite em pó, no mínimo, por US$ 2,2 mil. Também aceitaram restringir suas vendas em até 3 mil toneladas por mês.

Na próxima semana, os governos brasileiro e argentino debaterão, em Assunção, na reunião do Grupo Mercado Comum (GMC), braço-executivo do Mercosul, a elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco para a importação de lácteos. O Brasil propõe aumentar a sobretaxa de 16% para 28%. O objetivo é reduzir a diferença tarifária e eliminar eventuais "triangulações" de produto de terceiros países, como os membros da União Europeia e a Nova Zelândia. Hoje, o Brasil mantém o leite em pó na lista de exceção à TEC e cobra 27% das importações.

Os termos do acordo de Buenos Aires serão fiscalizados por uma comissão bilateral de monitoramento composta por membros do governo e do setor privado. "É importante conseguir um acordo no Mercosul porque normaliza e afasta o surto de importações", disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, ao Valor. "Isso deve estabilizar os preços no mercado interno, tanto ao produtor como ao consumidor, afastando desequilíbrios de oferta e dando segurança a quem produz". Em jogo, estão os interesses de 1,8 milhão de pecuaristas brasileiros.

O ministro Cassel afirmou que a decisão da Camex de impor licenciamento não-automático aos lácteos argentinos influenciou no acordo de quinta-feira. "Na realidade, esse acordo regulamenta a decisão da Camex. Passamos agora a ter só importação autorizada". O Brasil já havia fechado acordos semelhantes nos segmentos de vinho, pêssego e alho importados da Argentina.

A comitiva brasileira que participou da reunião setorial bilateral foi composta pelo presidente da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), Paulo Bernardes; o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Rodrigo Sant'Anna Alvim; diplomatas e especialistas do MDA e do Ministério do Desenvolvimento.

Paulo Bernardes explicou que o Brasil importou, somente nos quatro meses deste ano, quase 22 mil toneladas de leite em pó a um preço médio de US$ 1.780 a tonelada. Em abril, o preço caiu a US$ 1.730. A cota de exportação ao Brasil em 2009 será equivalente à média anual dos últimos cinco anos - ou 21.966 toneladas.

O preço mínimo de US$ 2,2 mil fixado no acordo terá como referência o preço apurado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para a Oceania. Desse cálculo, será excluído o volume já vendido nos últimos quatro meses. "Nosso grande trunfo é o mercado consumidor brasileiro, muito maior que o da Ásia e da Oceania", afirmou Rodrigo Alvim.

A matéria é de Mauro Zanatta e Janes Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

José Maurício Gomes
JOSÉ MAURÍCIO GOMES

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/05/2009

Até que enfim foi feito o necessário, mas como Jesus Cristo já dizia em uma de suas parábolas: "O dono só coloca a tranca depois de ter sido lesado". Isso e outras ações poderiam ter sido feitas antes de termos mais uma vez atuado no papel de bobos (Brasil, a casa da Mãe Joana dos parceiros quebrados e endividados do Mercosul).

Ah sim, a cobrança dos impostos continua rolando com incrível regularidade e pontualidade, a digníssima Senadora Kátia Abreu, atual Presidente (ou seria Presidenta?) da CNA ao encaminhar a cobrança da contribuição sindical rural, anexou uma bela cartinha.
Em sua carta, a Senadora diz que "em tempos de crise precisamos estar juntos" e em seguida, passa o chapéu com uma simpatia de dar inveja ao insaciável governo brasileiro: ela entende as nossas dificuldades que enfrentamos, mas precisa da nossa valiosa contribuição, mas não vale apoio moral, tem que ser em grana! Mais que isso, ela nos dá a palavra que nosso dinheiro será usado com eficiência, transparência e ética (como se a palavra de político valesse algo neste país).

Bem, mas como nem tudo são flores nessa vida, a Presidenta manda uma no cravo e outra na ferradura, explico: ao nos cobrar com toda a delicadeza e promessas de comprometimento, faz uma ameaça velada ao informar que a lei faculta-lhe o direito de cobrar judicialmente se não pagarmos a fatura. Senadora, por favor não nos amole com essas velhas conversas e promessas, trabalhe e não prometa nada, o compromisso só é de honra quando se há objetivos claros e traçados.

Ficaríamos muito mais confortáveis se sua carta apresentasse um plano de ação com metas e prazos (bem suscinto, com pelo menos 3 objetivos) ao invés da cobrança grosseira e as usuais promessas de políticos em cargo novo. Quanto a cobrança judicial, não se preocupe, a classe rural vem pagando as contas de nosso governo gastão e irresponsável há muito tempo, independente de partido ou governo.
José Humberto Alves dos Santos
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/05/2009

Parabens Rodrigo Alvim pelo seu empenho.
O seu trabalho, através da CNA, tem produzido bons frutos.
Qual a sua dúvida hoje?