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Benefícios para a saúde de se consumir lanches saudáveis - Parte 2/3

POR JULIANA SANTIN

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 22/02/2012

10 MIN DE LEITURA

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Impacto para a saúde dos lanches

Contribuição dos lanches para as recomendações dos grupos de alimentos e ingestão de nutrientes. Os lanches podem ajudar a aumentar a probabilidade de suprir as recomendações nacionais dos grupos de alimentos, como o recentemente guia introduzido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), MyPlate ( www.choosemyplate.gov ), anteriormente chamado de MyPyramid (1,2,23). Estudos usando o MyPyramid mostra que, tanto para homens como para mulheres, o consumo médio total de frutas, vegetais e lácteos são menores do que as recomendações, enquanto o consumo médio de calorias de gorduras sólidas e açúcares adicionados excede os limites recomendados (1).

Quando os pesquisadores avaliaram as associações entre os lanches e os consumos dos grupos alimentícios do MyPyramid e seus componente, usando dados da Pesquisa Nacional de Avaliação de Saúde e Nutrição (NHANES) 2007-2008 de 5.334 adultos de 20 anos de idade ou mais, descobriram que os lanches forneciam de 7% a 38% das ingestões diárias totais dos adultos dos grupos de alimentos do MyPyramid, 23-24% das calorias, 17% das gorduras sólidas e 41% dos açúcares adicionados (1). Um estudo similar em adolescentes usando o NHANES 2005-2006 mostrou que os lanches forneceram de 11% a 38% das ingestões diárias totais dos grupos de alimentos do MyPyramid, 27% das calorias, 20% das gorduras sólidas e 34% dos açúcares adicionados (2). Apesar de os lanches mais frequentemente aumentarem os consumos totais nos adultos dos principais grupos de alimentos do MyPyramid e seus componentes, isso pode ser explicado principalmente pelo consumo de mais alimentos, e não da escolha de opções mais saudáveis (1). Os lanches aumentaram o consumo de alguns grupos de alimentos do MyPyramid para adultos e adolescentes, mas também contribuíram para a ingestão de mais calorias, bem como açúcar e gordura.

Os lanches contribuem não somente com energia, mas também, podem aumentar o consumo de nutrientes essenciais para todos os grupos etários, de acordo com recentes revisões da literatura científica (9,24). O Relatório do Comitê Conselheiro do Guia Dietético de 2010 dos Estados Unidos, baseado em sua revisão, concluiu que "um corpo limitado de evidências suporta uma relação positiva entre os lanches e a maior ingestão de nutrientes em crianças, adolescentes, adultos e adultos mais velhos" (24).

Em média, os lanches (incluindo alimentos e bebidas) contribuem com 24% da ingestão diária de calorias - uma média diária de 586 calorias para homens, 421 calorias para mulheres e 526 calorias para adolescentes (2,3,25, Figura). Os adultos com idade de 60 anos ou mais consomem menos calorias nos lanches e no geral (3). Para os adultos mais velhos, mitos apresentam "anorexia do envelhecimento" (isto é, queda do apetite e da ingestão de energia), de forma que os lanches podem ajudar a aumentar sua ingestão de energia e de alguns nutrientes essenciais (26,27). Além disso, para atletas, as calorias e nutrientes como proteínas, fornecidos pelos lanches podem ajudar a suprir suas necessidades nutricionais durante o treino e competição, repondo perdas durante a recuperação (28). Para atletas participando de fortes atividades físicas, é importante suprir as necessidades de energia e macronutrientes, especialmente carboidratos e proteínas, para ajudar a manter o peso corpóreo, repor estoques de glicogênio e reparar tecidos (29). O consumo adequado de alimentos e líquidos antes, durante e depois do exercício ajuda a manter os níveis de glicose do sangue durante o exercício, maximizar o desempenho e melhorar a recuperação (29).

O Guia Dietético para Americanos de 2010 identifica potássio, fibra dietética, cálcio e vitamina D como nutrientes de preocupação de saúde pública para adultos e crianças (30). Além disso, vários outros nutrientes, como vitamina A, vitamina C, folato, vitamina K e magnésio são identificados como sendo consumidos em quantidades baixas por certos subgrupos da população (24,31). Dados da NHANES 2007-2008 mostrou que para pessoas de ambos os sexos com 2 anos de idade ou mais, os lanches (alimentos e bebidas) contribuem com 24% das calorias, mas menores porcentagens da ingestão diária total de muitos nutrientes (25-28%) (25, Figura). Com relação aos nutrientes de preocupação de saúde pública, os lanches contribuem com 22% da ingestão de potássio dos americanos, 21% da ingestão de fibras, 25% de cálcio e 18% de vitamina D (25). Esses dados mostram o potencial de usar as ocasiões de lanches para fazer escolhas mais saudáveis para aumentar o balanço de consumo de nutrientes com a ingestão de energia.



Impacto dos lanches no risco de obesidade/sobrepeso. O aumento reportado dos lanches nas décadas recentes (4,5) foi concomitante ao aumento dramático no sobrepeso/obesidade nos Estados Unidos (32) o que levou à noção intuitiva de que os lanches são uma importante causa do sobrepeso/obesidade. Entretanto, as descobertas sugerem que os lanches estão associados com o sobrepeso/obesidade são inconsistentes (9,24).

Em um estudo longitudinal na Espanha, que acompanhou mais de 10.000 homens de meia idade por uma média de 4,6 anos, que os lanches reportados por eles mesmos foram significantemente associados com o maior risco de substancial ganho de peso (33). Um estudo de 8 anos com mais de 9.000 adultos com peso normal e em sobrepeso na Holanda mostrou algumas, mas inconsistentes, evidências de que o consumo de lanches densos em energia esteve positivamente associado com um aumento no peso corpóreo anual (34). As descobertas de um estudo clínico de 8 semanas entre 16 homens e 66 mulheres na Holanda que investigou os efeitos da ingestão de lanches (de alta e baixa densidade de energia, com ou entre as refeições) nas mudanças no peso corpóreo, levou os pesquisadores a concluir que "o consumo de lanches que são ricos ou pobres em densidade de energia não necessariamente contribui para o ganho de peso" (35). Uma recente revisão sistemática da literatura científica sobre os lanches e o peso corpóreo concluiu que as evidências falham em fornecer suporte para a sugestão de que os lanches causam sobrepeso ou obesidade (9).

Da mesma forma, a mesma revisão, que também examinou a relação entre frequência de consumo (uma definição substituta de lanches) e obesidade e sobrepeso concluiu que "a maior frequência de consumo não está associada com o peso corpóreo e/ou outros parâmetros de obesidade e pode, de fato, ser benéfica nesse aspecto" (9). Por exemplo, fazer lanches com mais frequência, apesar de sua relação com maiores ingestões totais de calorias, não foi associado com o índice de massa corpórea em adolescentes dos Estados Unidos (2). Nem o lanche nem a frequência de consumo foram associados com o sobrepeso/obesidade, apesar de sua associação com a ingestão de energia, em um estudo recente com 1.099 mulheres de meia idade (36).

Existem algumas evidências de que a frequência de consumo e os lanches podem ter um efeito benéfico no peso corpóreo (9,37,38). De acordo com uma pesquisa apresentada no simpósio sobre os efeitos da frequência de consumo, lanches e a prática de pular o café da manhã na regulação de energia, o consumo de seis refeições por dia pode melhorar o controle do apetite com relação ao consumo de três refeições por dia (37). Em outro estudo que examinou a associação da frequência de consumo e o sobrepeso/obesidade entre 5.811 adolescentes do NHANES 1999-2004, os pesquisadores descobriram que os adolescentes que consomem dois ou mais lanches por dia têm menos chances de sobrepeso ou de ter obesidade abdominal, apesar da maior ingestão de energia dos lanches do que aqueles que não fazem lanches (38).

Inconsistências na literatura com relação ao impacto dos lanches no sobrepeso/obesidade podem ser explicadas pelas diferenças nas definições de lanches e nos delineamentos dos estudos, outros fatores de estilo de vida associados aos lanches, e ao registro subestimado de lanches. Para entender a questão dos lanches e peso corpóreo e fornecer suporte a recomendações específicas de consumo de lanches para ajudar a controlar o peso corpóreo, pesquisadores estão pedindo mais estudos (9,34,38).

Referências bibliográficas

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2. U.S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service, Beltsville Human Nutrition Research Center, Food Surveys Research Group. Snacking Patterns of U.S. Adolescents: What We Eat in America, NHANES 2005-2006. Food Surveys Research Group Dietary Data Brief, 2010. https://ars.usda.gov/Services/docs.htm?docid=19476. Accessed August 5, 2011.

3. U.S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service, Beltsville Human Nutrition Research Center, Food Surveys Research Group. Snacking Patterns of U.S. Adults: What We Eat in America, NHANES 2007-2008. Food Surveys Research Group Dietary Data Brief No. 4, 2011. https://ars.usda.gov/Services/docs.htm?docid=19476. Accessed August 5, 2011.

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Baseado no artigo "Health Benefits of Smart Snacking", do National Dairy Council (https://www.nationaldairycouncil.org) - Dairy Council Digest Archives, Volume 82, Número 6 novembro/dezembro de 2011.

JULIANA SANTIN

Médica veterinária formada pela FMVZ/USP. Contribuo com a geração de conteúdo nos portais da AgriPoint nas áreas de mercado internacional, além de ser responsável pelo Blog Novidades e Lançamentos em Lácteos do MilkPoint Indústria.

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