Balança comercial tem déficit superior a US$ 10 milhões

Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo da balança comercial de lácteos em março apresentou déficit de US$ 10,3 milhões. Em relação a fevereiro/09, o volume importado de leite em pó é 76% superior. Em valor, as importações alcançaram mais de US$ 27 milhões, alta de 88,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo da balança comercial de lácteos em março apresentou déficit de US$ 10,3 milhões, considerando os produtos do capítulo 04 da Nomenclatura Comum do Mercosul (leite UHT, leite em pó, leite condensado, creme de leite, leite evaporado, iogurte, manteiga, soro de leite e queijos) e as exportações de leite modificado e doce de leite (do capítulo 19 da NCM). O volume importado, no entanto, foi 8,76% superior às exportações.

O déficit comercial apresentado pelo setor de lácteos mostra queda de 234% em relação ao mês de fevereiro, no qual a balança comercial de leite e derivados apresentou resultado positivo de US$ 7,62 milhões. Quando comparado a março de 2008 - quando o saldo foi de US$ 18,9 milhões - a queda é de 154%. Em volume, a queda nas exportações em comparação a março de 2008 foi de 23,6%, ficando em 7,1 mil toneladas.

Em relação a fevereiro/09, as exportações de leite em pó foram 49% menores em volume, o que significa 1,7 mil toneladas. As vendas de leite condensado cresceram 25%, alcançando 3,2 mil toneladas. O preço médio do leite condensado manteve-se estável, com leve alta de 0,84%, negociado a US$ 1.568/t.

O preço médio de exportação do leite em pó integral teve queda de 13,7% em relação a fevereiro passado, apresentando valores próximos a US$ 3.793/t. Vale destacar que a maior parte dessa venda foi destinada à Venezuela e, pelo fato do Brasil ter condições de oferecer produto fracionado - que é melhor cotado no mercado -, os valores negociados são acima dos praticados no mercado internacional.

Foram exportadas 535 toneladas de queijos, alcançando o valor de US$ 3.087/t, aumento de 6,7% no volume exportado, em relação a fevereiro.

Tabela 1. Exportações e importações de lácteos em março de 2009.

Figura 1
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As importações aumentaram 169% em volume quando comparadas a março de 2008, com compras de 14,9 mil toneladas de lácteos; em relação a fevereiro/09, o volume importado é 76% superior. Em valor, as importações alcançaram mais de US$ 27 milhões, alta de 88,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

O principal produto importado foi o leite em pó integral, representando 65% do total, ou seja, 9,589 mil toneladas (equivalente a 78,6 milhões de litros), seguido pela compra de leite em pó desnatado, 13,7% do volume total (2,04 mil toneladas). Do volume de leite em pó integral - 9,589 mil toneladas - 69% é proveniente da Argentina (ao preço médio de US$ 1.856/t) e 31% foi comprado do Uruguai (em média, US$ 1.669/t).

As importações de leite em pó integral aumentaram 113% em comparação a fevereiro. Se as importações de janeiro foram preocupantes, o mês de março deve causar ainda mais temor, já que as compras de leite em pó superaram em 1,64 mil toneladas o volume importado no primeiro mês do ano. O leite em pó integral, o leite em pó desnatado, os queijos e o soro de leite, apresentaram, em valor, participações relativas de 63,8%, 15,4%, 7,7% e 7,6% respectivamente nas importações.

Na última terça-feira, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que dados do governo mostram que a Argentina está "empurrando" leite a preços baixos para o mercado brasileiro. Segundo ele, o Brasil não pode "virar depósito de excesso de leite", num momento em que a Argentina não tem para quem vender. Stephanes defendeu que seja estabelecido mecanismo para que as importações de leite da Argentina voltem aos níveis de comércio anteriores à crise financeira internacional. Ele ressaltou que "não somos a favor do protecionismo, mas as exportações de um país não podem fugir do padrão em período de crise", disse.

Tabela 2. Preços médios e volumes de exportação e importação do leite em pó (US$/tonelada).

Figura 2
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A importação de queijos foi 4,9% menor em relação ao mês de fevereiro, com volume total de 450 toneladas. As compras de soro de leite caíram 10,6% em relação ao mês anterior, com compras de 1,8 mil toneladas.

Nos três primeiros meses do ano, foram exportadas 22,5 mil toneladas de lácteos, no valor de US$ 61,5 milhões. Já as importações totalizaram 37,4 mil toneladas, no valor total de US$ 72,5 milhões. Com isso, o saldo do 1º trimestre ficou negativo em cerca de US$ 11 milhões, sendo que as importações superaram as exportações em 14,9 mil toneladas.

Figura 3
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Tarlei Telio Vinhal
TARLEI TELIO VINHAL

CARMO DO PARANAÍBA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/04/2009

Falou e disse. Parabens amigo, concordo em numero, genro e grau! Vamos botar a boca no mundo, pois se só nos resta reclamar...vamos lá! A união faz a força!
Bruno Soares
BRUNO SOARES

POMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/04/2009

É a realidade que estamos passando: o governo abandonou seus produtores e agora quer comprar leite barato dos vizinhos. O Brasil está caminhando para trás: ao invés de incentivar o brasileiro a produzir - montando um mercado interno que necessite de menos dinheiro para rodar -, nos abandonou com o nosso leite caro de produzir, deixando-nos com nossas contas para pagar, nossos funcionários desempregados e nossas empresas de laticínio falidas sem ter o que fazer.

O corte de 50% no Ministério da Agricultura mostra que o Governo Brasileiro não quer saber de ajudar quem trabalha na roça, como se nós fôssemos pouco importantes nesse país. E o que dá mais raiva; os nossos recursos foram para as montadoras de carros e motos (pouca necessidade, se comparado a alimentação que cada pessoa deveria ter todo dia), para as cadeias e presídios (o Fernandinho Beira-Mar hoje vive sob um orçamento maior do que o orçamento da maioria dos produtores rurais brasileiros) e também para o MST (que reivindicam direito à terra mas recebem todo mês uma boa "pensão" do nosso bolso).

Sempre digo isso: há muito tempo os produtores não são tratados com o respeito merecido, e acho que mesmo lutando contra aquilo que está visivelmente errado aos olhos de todos, teremos o devido respeito somente quando começar a faltar alimentos em uma grande parte da população. E isso não está muito longe de acontecer.

O brasileiro é um povo muito forte, mas o produtor rural brasileiro é mais forte ainda. Produz em tempos de crise e não cai diante das humilhações que sofre pelo governo e pelos diversos setores do mercado que não sabem dar importância ao alimento que vai à mesa todos os dias. Não sabem dar valor a quem trabalha neste país, infelizmente.
paulo teodoro ramos lopes
PAULO TEODORO RAMOS LOPES

GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/04/2009

Parabens, Equipe Milkpoint
Os relatos apresentados são claros, o momento é grave, o mais forte devora o fraco, e o fraco somos nos, os brasileiros produtores de leite.

Nosso Ministro da Agricultura falou na defesa dos produtores, isso é novo, deve ser valorizado, quando foi Ministro da Previdência lutou pela melhoria do sistema e foi respeitado em suas posições de inovações; para tirar do buraco um paciente grave.

Nosso governo é a favor do liberalismo econômico, os americanos dizem ser, os europeus também, os argentinos e uruguaios são do cone sul do mundo, terra abençoada por Deus, de muita fertilidade, no futebol são duros e rateiros, catinbeiros e vencedores.

Nos brasileiros, somos mansos e abilidosos, criativos e nunca desistimos de nada. Seremos os maiores produtores de leite do mundo e precisamos de defesa da nossa produção, pois temos despesas, colégio particular para pagar, plano de saúde, IPVA para rodar nos burados, empregados para pagar todo mes, ajudar o govenos de nossos estados e da união a pagarem o funcionalismo que leva uns 70% da arrecadação, para prestar um seviço público sem qualquer qualidade.

Tudo isso, somos nos os Brasileiros, um povo forte e sem representantes de nossa classe e dos políticos. É preciso mudar para melhor, e mudança exige atitudes, de todos.

Obrigado pela atenção.
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