O déficit comercial apresentado pelo setor de lácteos foi 39% inferior ao registrado no mês de março, quando a balança comercial de leite e derivados apresentou resultado negativo de US$ 10,3 milhões. Quando comparado a abril de 2008 - quando o saldo foi positivo em US$ 37,2 milhões - a queda é de 117%. Em volume, a queda nas exportações em comparação a abril de 2008 foi de 69%, ficando em 4,8 mil toneladas.
Em relação a março/09, as exportações de leite em pó foram 31% menores em volume, o que significa 1,2 mil toneladas. As vendas de leite condensado caíram 42%, totalizando 1,9 mil toneladas. O preço médio do leite condensado apresentou leve queda de 3,3%, sendo negociado a US$ 1.516/t.
O preço médio de exportação do leite em pó integral teve queda de 6,85% em relação a março passado, apresentando valores próximos a US$ 3.533/t, sendo que praticamente todo o volume foi exportado para a Venezuela, com valores negociados acima dos praticados no mercado internacional.
Foram exportadas 605 toneladas de queijos, alcançando o valor de US$ 3.924/t, aumento de 13,2% no volume exportado, em relação a março.
Tabela 1. Exportações e importações de lácteos em abril de 2009.

As importações aumentaram 61% em volume quando comparadas a abril de 2008, com compras de 10,2 mil toneladas de lácteos; em relação a março/09, o volume importado é 31,6% inferior. Em valor, as importações alcançaram US$ 17,9 milhões, valor 4% superior em relação ao mesmo período do ano passado.
O principal produto importado foi o leite em pó integral, representando 56,2% do total, ou seja, 5,7 mil toneladas (equivalente a 46,9 milhões de litros), seguido pela compra de soro de leite, 23% do volume total (2,3 mil toneladas). Do volume de leite em pó integral - 5,717 mil toneladas - 78,2% é proveniente da Argentina (ao preço médio de US$ 1.840/t) e 21,4% foi comprado do Uruguai (em média, US$ 1.665/t).
As importações de leite em pó integral recuaram 41% em comparação a março. O leite em pó integral, o leite em pó desnatado, os queijos e o soro de leite, apresentaram, em valor, participações relativas de 58%, 10,6%, 13,2% e 11,5% respectivamente nas importações.
Em relação à preocupante entrada de leite argentino no mercado brasileiro no último trimestre, o governo brasileiro fechou no último dia 30, em Buenos Aires, um compromisso de preços mínimos e estabeleceu uma cota máxima para as exportações de produtos lácteos da Argentina. Pressionados pela decisão da Camex(Câmara de Comércio Exterior) de barrar seus produtos, os argentinos concordaram em vender a tonelada de leite em pó, no mínimo, por US$ 2,2 mil. Também aceitaram restringir suas vendas em até 3 mil toneladas por mês.
Tabela 2. Preços médios e volumes de exportação e importação do leite em pó (US$/tonelada).

A importação de queijos foi 18% maior em relação ao mês de março, com volume total de 533 toneladas. As compras de soro de leite aumentaram 29,8% em relação ao mês anterior, com compras de 2,3 mil toneladas.
Equipe MilkPoint
