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Demanda mundial por gorduras 'saudáveis' cresce e manteiga se destaca

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 28/02/2019

4 MIN DE LEITURA

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Agricultores ao redor do mundo estão às voltas para conseguir lidar com a crescente demanda das pessoas por gorduras consideradas mais "saudáveis", o que tem levado a impactos prolongados sobre os preços dos alimentos. Do México à Nova Zelândia, passando pela Noruega, produtores de abacate, criadores de peixes e produtores de manteiga estão empenhados em ampliar a oferta para atender ao aumento do consumo, mas se deparam com restrições ambientais e outros obstáculos que vêm limitando a expansão.

Os preços médios do abacate, da manteiga, do azeite de oliva e do salmão, por exemplo, subiram quase 60% desde 2013, mesmo excluindo a influência de fatores sazonais e problemas climáticos, segundo várias fontes. No período, as cotações de milho, soja, açúcar e trigo apresentaram pouca variação ou retração. Muita gente passou a comer mais alimentos com gorduras naturais em vez de produtos com carboidratos e pouca gordura. Agências governamentais e nutricionistas vêm recomendando às pessoas a ingestão de mais peixes, nozes e óleos saudáveis em detrimento de gorduras industrializadas e margarinas.

Stephan Hubertus Gay, analista de políticas públicas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), reforça que, de fato, os consumidores voltaram a comer produtos com gorduras. "Ficamos um pouco surpresos que tenha sido tão rápido", afirmou.

Entre as gorduras consideradas saudáveis estão os ácidos graxos do ômega 3, encontrados em abundância no óleo de peixe, que podem reduzir o risco de problemas cardíacos, segundo a Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês). Nozes, abacate e azeite de oliva são ricos em gorduras monossaturadas, que ajudam a reduzir os níveis de colesterol ruim. A demanda dos consumidores por manteiga e outros laticínios também está em alta.

Historicamente, a procura por esse tipo de alimentos era maior em países ocidentais mais ricos. Mas, agora, consumidores na China e em outros países asiáticos também vêm comendo mais alimentos ricos em gorduras, à medida que sua renda aumenta e seu cardápio se modifica.

Juan Carlos Parra começou a exportar à China abacates de sua propriedade em Michoacán, no México, há cerca de três anos, e acusa o aumento na demanda. As importações da fruta pela segunda maior economia do mundo mais do que dobraram nos últimos anos. Nas grandes cidades chinesas começaram a pipocar cafés vendendo abacates, torradas e batidas de leite com frutas.

Parra, dono da Shanghai Viocar Import and Export Co., disse que os preços subiram tanto que, às vezes, é difícil encontrar abacates a preços suficientemente baixos para enviá-los à China. O México elevou a produção, mas a maior parte vai para os Estados Unidos, onde a demanda também tem aumentando bastante.

Quanto às azeitonas, missionários plantaram oliveiras na Califórnia há mais de dois séculos, mas foi apenas na última década que os agricultores começaram a elevar a produção de azeite de oliva, encorajados pelo aumento no consumo. Desde 2012, o preço do azeite de oliva italiano quase dobrou, segundo a empresa de dados Mintec. Nos últimos três anos, os agricultores da California Olive Ranch plantaram ou compraram mais de 1,3 mil hectares com oliveiras em cinco condados, elevando a área total de plantio para cerca de 4,5 mil.

"O azeite de oliva está vivendo uma espécie de renascimento", disse Gregg Kelley, CEO da empresa. Um dos grandes desafios para o segmento, afirmou, é encontrar terras suficientes para plantar as árvores, que são muito "mimadas" e conseguem crescer apenas sob condições especiais. Além disso, as secas dos últimos anos trouxeram problemas para os produtores na Califórnia.

Assim como as azeitonas, a produção comercial de abacates e amêndoas também leva anos para ser ampliada, porque as árvores se adaptam apenas a climas bem específicos e levam vários anos para crescer antes de produzir frutos.

Em muitas partes do mundo, as pessoas também passaram a pagar mais por laticínios. Em 2018, a manteiga da Nova Zelândia, que lidera as exportações do produto, estava 50% mais cara que em 2012. Mas houve problemas periódicos de escassez da chamada manteiga do estilo europeu, a preferida por muitos padeiros por ter um conteúdo de gordura maior que a manteiga americana. China, Coreia do Sul e Japão aumentaram as importações do produto.

Fazendeiros na Nova Zelândia e da Europa vêm ampliando a produção de leite desde 2012, segundo o USDA. A fabricação de manteiga, porém, deixa como resíduo um volume muito grande de soro, cujos preços estão baixos. Dessa forma, há limites para a quantidade de manteiga que os produtores estão dispostos a fazer. Além disso, ambientalistas e autoridades neozelandesas questionam o impacto nos cursos de água provocado pelas expansões das fazendas leiteiras.

Questões ambientais também vêm limitando a expansão da criação de salmões. Entre 1998 e 2008, a produção mundial da espécie cresceu, em média, 7,7% ao ano. Nos últimos dez anos, o ritmo caiu pela metade, segundo a empresa norueguesa de dados Kontali Analyse AS, embora o consumo tenha aumentado cerca de 4,5% ao ano, conforme o Rabobank. Como resultado, os preços do salmão dobraram desde 2012.

A produção tem sido limitada por dificuldades na criação e por regras mais rigorosas impostas aos produtores. A superlotação das fazendas de piscicultura levou a problemas como a proliferação do parasita "piolho do mar". Em parte por causa dele, Noruega e Escócia restringiram a abertura de novas fazendas.

"Tivemos alguns problemas biológicos", admitiu Ola Helge Hjetland, porta-voz da Mowi ASA, na Noruega, que produz 20% dos salmões em cativeiro do mundo. A empresa está empenhada em reduzir o número de "piolhos do mar".

Os salmões precisam de água muito limpa, com a quantia certa de oxigênio e um clima específico, o que limita os locais em que podem crescer. A Mowi, acrescentou Hjetland, tem investido em tecnologias que vão permitir instalar fazendas de peixes em águas no mar mais distantes da costa, mas isso poderá levar anos para virar realidade.

As informações são do Valor Econômico.

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