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Argentina: setor sofre forte pressão do governo

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 21/07/2005

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Com a ameaça do governo de elevar os impostos ou estabelecer cotas de exportação, representantes dos setores de produção, indústria e governos provinciais e do estado nacional da Argentina formaram uma comissão para apresentar nesta semana uma proposta que permita congelar o preço dos produtos lácteos mais sensíveis.

A principal alternativa no estudo, que continuará sendo discutido nesta semana em Buenos Aires, é de "estabilizar" os valores em toda a cadeia de lácteos, incluindo a matéria-prima, à espera de que o aumento da produção de leite esperado para a primavera reduza a pressão sobre os preços ao consumidor.

Esse consenso foi atingido após uma difícil reunião do Foro Nacional de Leiteria, realizado na Sociedade Rural de Rosário, presidida pelo secretário da Agricultura da Argentina, Miguel Campos, que chegou acompanhado por técnicos "extra-agropecuários" do Palácio da Fazenda, que se encarregaram de lançar um ultimato aos produtores e às indústrias.

"O governo poderá tomar a decisão de intervir no mercado de lácteos, através do aumento dos impostos ou da instrumentação de um sistema de cotas. Está com vocês buscar uma alternativa para que isso não ocorra". O ultimato do sub-secretário de Coordenação Econômica do Ministério da Economia, Fernando Nebia, provocou a ira dos representantes do setor leiteiro, que momentos antes tinham apresentado uma proposta para manter o preço do leite de saquinho, em uma espécie de compromisso para manter um leite social. "Estamos dispostos a colaborar, somente falta falar de volumes", disse o representante da mesa de produtores de leite de Santa Fé, Roberto Socín.

Porém, Nebia rechaçou esta alternativa porque "o monstro que temos que atacar é o leite em pó e não o leite fluido". Ele lembrou que o acordo de preços de 150 dias firmado com a indústria de lácteos "não foi satisfatório porque o setor não respondeu" e mudou a direção da discussão quando disse que a intervenção do governo no mercado era uma decisão já tomada, que somente poderia se reverter com um novo acordo entre as partes.

Os membros do Ministério da Economia que participaram da reunião deixaram claro que o governo argentino não está querendo um aumento dos preços da cesta básica em julho e propôs estabelecer um novo acordo por pelo menos 60 dias para "solucionar a defasagem entre oferta e demanda de leite".

A performance das exportações, que neste ano poderiam chegar a US$ 600 milhões, o aumento da capacidade instalada da indústria e a entrada de novos operadores no setor de lácteos constituem, de acordo com o governo argentino, o centro das discussões de preços. Eles afirmam que este quadro, frente a uma oferta de leite que não terminou de se recuperar após a grande crise vivida pelo setor até 2003, estimula uma guerra de preços entre as companhias para garantir o fornecimento de matéria-prima que, em última instância, se transmite ao preço pago pelos consumidores. "É um dumping ao contrário", disse Campos.

Este quadro da situação pintado pelos funcionários do Ministério da Economia desagradou os produtores de leite que se queixaram porque "quando tirávamos leite e tínhamos que arrumar fábricas porque desapareciam fazendas leiteiras todos os dias o Estado se negava a intervir e a falar de cotas e agora que estamos começando a recuperar a rentabilidade, vem em cima de nós".

A queixa dos produtores de leite contra as cotas e o aumento dos impostos foi respaldada pelos funcionários das quatro províncias leiteiras, Santa Fé, Buenos Aires, Córdoba e La Pampa, que asseguraram que essas medidas somente conseguirão em médio prazo reduzir a oferta de leite.

O secretário da Agricultura de Santa Fé, Daniel Costamagna, advertiu que Santa Fé contribui com US$ 15 milhões pelos impostos e que a recuperação do setor lácteo depois de anos de crise ajudou a reduzir o desemprego em diferentes pólos produtivos da província. "Em Santa Fé se prevê um aumento da produção de cerca de 10% no segundo semestre, o qual contribuirá para melhorar a oferta para os mercados interno e externo".

Campos respondeu a isso dizendo que os secretários das províncias "também são funcionários do setor público e devem atender a todos os interesses da população, não somente se converter em representantes dos produtores". Ele propôs mecanismos de auto-regulação das exportações, uma limitação das indústrias na "guerra por fornecedores" e alcançar um acordo em que todos aceitem abrir mão um pouco do lucro sem que isso implique em prejudicar produtores nem indústrias.

Os representantes do Centro da Indústria Leiteira (CIL) rechaçaram a proposta de estabelecer um "leite social" porque "as indústrias têm diferentes mix de produtos e congelar o preço de um produto põe um teto a todos os outros". Além disso, a entidade disse que liberou seus associados para ajustar os preços de seus produtos em um portfólio que, no total, não supere 5%. "A metade do aumento dos custos que houve desde que se firmou o último acordo".

O CIL também deixou claro que nunca esteve de acordo com a aplicação de cotas e impostos. "É uma boa notícia este esclarecimento, porque sua posição não estava tão clara", disse o representante das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Manuel Cabanellas.

Fonte: La Capital de Rosário, adaptado por Equipe MilkPoint

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