A Direção Nacional de Laticínios da Argentina divulgou os números definitivos das exportações até agosto de 2022. Segue dados:
A tabela a seguir apresenta os dados das exportações de lácteos a partir de setembro de 2022. Estes dados são provisórios com informações do INDEC (Nomenclatura Tarifária do Mercosul - NCM).
(*) As variações podem ser muito pequenas, pois são cerca de 7 a 9% das exportações que estão incluídas na categoria confidencial e podem ser levemente diferentes da estimativa para essa categoria.
Distribuição das exportações em grandes itens com base no valor total em US$ para o período de janeiro a setembro de 2022:
- 49,6% para leite em pó;
- 23,6% para queijos em suas diferentes pastas;
- 17,1% em outros produtos (doce de leite, manteiga, óleo butírico, soro de leite, etc.)
- 9,7% de produtos confidenciais (lactose, caseína, iogurtes, etc.).
A variação entre os meses das exportações foi de +5,0% em volume e +2,1% em valor (set/22 vs. ago/22). A variação interanual foi de +2,4% em volume e -6,1% em valor (set/22 vs. set/21).
A variação acumulada (Jan-Set) com base no volume de produtos:
- Leites em pó +15,5%;
- Queijo +5,9%;
- Confidencial -7,8%;
- Outros produtos -4,6%.
Como pode ser observado no gráfico abaixo, as exportações no início de 2022 foram consideravelmente inferiores às de 2021, mas cabe esclarecer que as exportações em janeiro de 2021 foram muito altas, pois acumularam os produtos não exportados para o Brasil em dezembro de 2020, que teve dificuldades em entrada “por questões burocráticas naquele país de destino”.
E em fevereiro há uma situação inversa, exportações normais em 2022 em comparação com exportações baixas em fevereiro de 2021 devido aos altos volumes do mês anterior. Nos meses de março a julho (exceto maio) deste ano também houve um aumento homólogo significativo das exportações em volume (menos dificuldades logísticas) e obviamente em valor devido ao aumento dos preços internacionais.
Para os meses de agosto e setembro, observou-se queda em relação ao ano passado devido aos menores preços internacionais e, portanto, maior incidência de tarifas de exportação e atraso cambial.
Em litros equivalentes de leite, as exportações cresceram 9,8% e representaram 26,0% da produção total no período janeiro-setembro de 2022.
O preço médio de exportação por tonelada foi de US$ 4.043 nos primeiros 9 meses do ano, o que implicou um aumento de 21,4% em relação a 2021. No caso particular da categoria leite em pó, o preço médio foi de US$ 3.995/ton., 19,9% acima do mesmo período do ano anterior.
O destino das exportações (de acordo com o valor em dólares) foi composto por:
- 27,4% para o Brasil;
- 24,8% para a Argélia;
- 8,3% para o Chile;
- 5,4% para a Rússia;
- 3,6% para China;
- 3,4% para Peru;
- 2,7% para EUA;
- 2,4% para Arábia Saudita;
- Os restantes 22,0% para mais de 10 outros destinos.
O gráfico a seguir mostra a evolução do preço do Leite em Pó Integral em sacas de 25 kg atualizado até o mês de agosto:
Este gráfico mostra a evolução do preço do Leite Integral em Pó em sacas de 25 kg (principal produto de exportação), em que se observa que os preços dos últimos meses (US$ 4.231/t. para agosto de 2022), estão entre os mais altos dos últimos 7 anos (apesar da queda no mês passado) e que apresentam um déficit entre o preço de referência internacional e o preço das nossas exportações, pelo fato de entre o fechamento do negócio e a sua concretização (momento em que se reflete nas estatísticas) não existirem menos de dois a três meses.
Agora, o preço de exportação do leite em pó integral da Argentina, apresenta um valor superior ao GDT, já que os valores associados ao GDT atual (menor), certamente serão vistos em maior proporção nas exportações de outubro e novembro.
Para esclarecer graficamente esta afirmação, compara-se o preço do leite em pó integral da Argentina e do GDT, onde pode ser visto no gráfico à direita, que se retrocedermos os preços da Argentina ou os do GDT em três meses, as curvas coincidem totalmente, exceto nesta análise para o período de março a junho de 2021, onde os preços da Nova Zelândia foram muito altos, principalmente devido às compras da China (93% de suas compras são da Nova Zelândia).
Finalmente, o gráfico abaixo mostra a tendência crescente do volume e quantidade das exportações da Argentina.
Além disso, se a tendência que vem ocorrendo no primeiro semestre do ano continuar, 2022 será um recorde de exportações de lácteos em litros equivalentes de leite, com cerca de 3.000 milhões de litros equivalentes de leite. Com relação ao volume (toneladas de produtos) e receita em dólares, a expectativa é que em 2022 as exportações fiquem bem próximas dos recordes de 2011 e 2013.
A situação atual de preços no mercado internacional, em torno de US$ 3.400 a US$ 3.600/ton. para o leite em pó integral, devido à presença de tarifas de exportação e uma taxa de câmbio muito atrasada para liquidação de moeda estrangeira gera poder de compra bem abaixo dos preços atuais ao produtor: $ 46 (US$ 0,30)/litro de poder de compra vs. um preço ao produtor de $ 56 (US$ 0,36)/litro neste mês de setembro (ambos estimados pela OCLA).
As informações são Observatorio de la Cadena Láctea Argentina (OCLA), traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.