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A programação começou com a palestra do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo de Almeida. O palestrante mostrou que erros de manejo durante o período de transição, além de comprometerem a produção de leite, contribuem para piorar os índices reprodutivos e aumentar o de descarte de vacas no início da lactação. “É imprescindível que nessa fase as vacas recebam toda atenção para que possam ter um parto tranquilo e um início de lactação isento de problemas, com boa produção de leite e bom desempenho reprodutivo”, afirmou Rodrigo de Almeida.
O professor da University of Guelph/Canadá, Stephen Le Blanc, foi o segundo palestrante do dia. Ele demonstrou que concentrações elevadas indesejáveis de ácidos graxos não esterificados (NEFA) e cetose subclínica, são condições prevalentes e importantes associadas com maiores riscos de doenças metabólicas e uterinas, menor produção de leite e menor desempenho reprodutivo. “O metabolismo energético no periparto e a função imunológica serão enormemente favorecidos quando as vacas tiverem acesso irrestrito a dietas formuladas para suprir as exigências nutricionais e a água no período de transição. Manejo proativo e investigação de problemas devem focar a minimização de fatores nutricionais, de instalação, sociais e ambientais que possam prejudicar o acesso a alimentos e descanso para todos ou alguns membros do grupo de vacas no periparto”, explicou Stephen Le Blanc.
A parte da tarde começou com a palestra do professor da University of Florida (EUA), Geoffrey Dahl, que mostrou que, no período de transição, apesar de consumirem menos matéria seca e, com isso, produzirem menor calor metabólico, as vacas secas também sofrem os efeitos negativos do estresse calórico, comprometendo seu desempenho produtivo e reprodutivo na lactação futura, bem como seu sistema imunológico. “Sempre que possível, as vacas secas devem ter acesso ao resfriamento ativo para reduzir a carga de calor durante os períodos mais quentes do ano. Isso significa que sombra e, se possível, aspersores ou outros métodos de resfriamento, devem ser fornecidos às vacas secas, em pasto ou confinadas, esclarece Geoffrey Dahl.
A segunda palestrante da parte da tarde foi a professora Marina Von Keyserlingk, da University of Bristish Columbia (UBC), no Canadá. Ela é a líder do Animal Welfare Program, um dos mais importantes programas de bem-estar e comportamento animal do mundo. A palestrante mostrou que vacas em transição precisam de descanso adequado, consumo apropriado de nutrientes e um ambiente social relativamente estável para se manterem saudáveis. Alguns fatores de risco para doenças infecciosas e metabólicas, nos primeiros meses após o parto, estão relacionados às instalações e ao manejo. As vacas leiteiras em período de transição precisam de um ambiente adequado que facilite o consumo de alimentos, reduza a competição pelos mesmos e que permita o reagrupamento social. Esses animais também precisam de camas limpas e secas e espaços irrestritos para ficarem em pé ou repousarem. Também é recomendado fornecer uma baia maternidade que seja seca, confortável e onde a vaca tenha a oportunidade de buscar isolamento de suas companheiras de rebanho”, apresentou Geoffrey Dahl.
A Elanco ofereceu duas palestras bônus: Imunossupressão no Periparto: Evidência, causas e consequências”, apresentada pelo Diretor do Centro Nacional de Doenças dos Animais e do Serviço de Pesquisa Agrícola do USDA e “Os 90 Dias Vitais e a Imunossupressão: a Solução Restauradora” pelo Médico Veterinário e Consultor Técnico Leite da Elanco Saúde Animal, Wagner Mitsuo Nagao de Abreu, e um coquetel de encerramento.
No dia 9 de abril, segundo dia do evento, além das palestras programadas, haverá uma mesa redonda sobre os sistemas de produção brasileiros, com enfoque no manejo do período de transição.
E no último dia da programação do Simpósio haverá um tour pelas fazendas Rhoelandt, em Castro/PR e Frankanna, em Carambeí/PR.
