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Reduza as perdas de silagem próxima à parede do silo

POR THIAGO BERNARDES

E RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 18/11/2009

2 MIN DE LEITURA

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As propriedades agrícolas podem estocar silagem de várias formas, utilizando os silos horizontais (trincheira ou superfície), o silo torre (que se encontra em desuso no nosso país), o silo-fardo revestido por filme plástico e o silo bag.

A maioria dos pecuaristas prefere os silos horizontais, devido ao baixo custo inicial de investimento e elevadas quantidades de forragem que podem ser depositadas no abastecimento e retiradas durante o desabastecimento (etapa de fornecimento de silagem aos animais).

Contudo, silos horizontais permitem a exposição de grande parte da massa de silagem ao oxigênio atmosférico, seja durante a estocagem (fermentação) ou no desabastecimento. Em silos trincheira, as principais áreas que sofrem a influência do ar são aquelas localizadas no topo e as que estão em contato direto com a parede. A presença de ar nessas zonas causa o fenômeno da deterioração aeróbia da massa. Os principais efeitos da deterioração são: perdas de matéria seca, redução do desempenho animal e riscos à saúde dos animais e da população humana pelo consumo de produtos de origem animal contaminados com patógenos e/ou micotoxinas presentes na silagem.

Ashbell & Kashanci (1987) estudaram a região periférica de silos trincheira e encontraram que as perdas próximas à parede chegaram ao valor de 76%, enquanto que na zona central do silo o valor máximo alcançou 16%. Desse modo, um problema ainda totalmente resolvido no manejo de silos trincheira é a conexão entre o plástico de cobertura e a massa de silagem, o que causa elevados prejuízos.

Excelentes resultados têm sido alcançados quando se coloca uma lona adicional sobre cada uma das paredes da trincheira antes de promover o abastecimento do silo, como foi recomendado por Bernardes et al. (2009). Durante o abastecimento, a massa de forragem irá garantir a sustentação do filme plástico que se encontra na parte interna do silo. A parte do filme que se encontra no lado externo deverá cobrir a massa logo após o abastecimento. Após esta etapa, uma nova lona deverá garantir a vedação final da trincheira (Figura 1).

Ressalta-se que os plásticos que estão localizados junto às paredes, não necessitam ser novos, ou seja, o proprietário pode aproveitar lonas usadas em anos anteriores. Somente o plástico utilizado na última etapa é que deve ser novo. Salienta-se também que esta lona deve ser presa por algum tipo de material (pneus usados; terra; sacos de areia) para garantir o sucesso da vedação.

Os resultados desta estratégia de manejo têm mostrado que a massa de silagem que se localiza na região periférica tem sido similar àquela situada na zona central do silo.



Figura 1. Diagrama de revestimento das paredes. Etapa 1 = Durante o abastecimento posicione o plástico sobre as paredes; Etapa 2 = Posicione a sobra da lona sobre a massa de silagem após o abastecimento; Etapa 3 = Cubra a trincheira com outro filme plástico.
Fonte: Bernardes et al. (2009)

Referências bibliográficas

ASBELL, G.; Y. KASHANCI. 1987. Silo losses from wheat ensiled in bunker silos in a subtropical climate. J. Sci. Food Agric. 40:95-98.
BERNARDES, T. F.; AMARAL, R. C.; NUSSIO, L. G. Sealing strategies to control the top losses in horizontal silos. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON FORAGE QUALITY AND CONSERVATION. 1 ed. Piracicaba: FEALQ, 2009, v. 1, p. 209-224.

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

Zootecnista pela Unesp/Jaboticabal.
Mestre e Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.
Gerente de Nutrição na DeLaval.
www.facebook.com.br/doctorsilage

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ITAPETININGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/12/2009

Li a materia, muito boa, e eu vou dar minha humilde experiencia. Eu faço silo a varios anos e faço so o de superficie e nao tenho perdas, pois eu faço silo de no maximo um alqueire, pois silos pequenos voce abre e gasta logo e tambem uso duas lonas - uma usada por baixo e outra nova por cima. Eu acho melhor do que concentrar tudo em um so, pois eu planto tudo parcelado e dai faço o silo com calma, sem correria. Um abraço a todos.
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/12/2009

Caro Fabrício,

Nós realizamos um trabalho onde foi aplicado no topo do silo (50 cm) benzoato de sódio ou a bactéria Lactobacillus buchneri. Os resultados foram bons para ambos, ou seja, onde havia um dos aditivos as perdas foram menores.
Sobre a bomba de sucção nós não temos nenhuma experiência. Acredito que seja válido. Contudo, é importante lembrar que o seu uso não elimina boas práticas de manejo e a compra de um bom filme para realizar a vedação.
Atenciosamente,
Thiago e Rafael.
FABRICIO ALBANEZ FERNANDES

CONTAGEM - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 15/12/2009

Parabéns pelo artigo, ótima ilustração. Vocês tem alguma exeriência com uso de antifungivos (tipo MoldZap), para evitar estas perdas nas paredes dos silos? E sobre a prática de retirar o ar do silo com o uso de uma bomba de sucção tipo estas que vem com as chorumeiras ?
Desde já muito obrigado.
MARIA LUIZA AZEVEDO DE MELO

SANTANA DO IPANEMA - ALAGOAS - ESTUDANTE

EM 25/11/2009

Agradeço a oportunidade de obter uma informação tão importante p a nutrição animal, sou estudante d zootecnia e sei o quanto é necessário uma silagem de boa qualidade! Essas informações sem dúvida me servirão muito.
JORGE PEGOLO FILHO

JALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/11/2009

O gerenciamento técnico da produção de silagens junto a produtores é de grande valia. Avaliação do ponto de corte, tamanho de particulas (TMP), capacidade de compactação da máquina, dimensionamento de silos, vedação e manejo de face devem ser acompanhados por técnicos da área. No entanto, pouco se se observa neste sentido. O acompanhamento técnico desta atividade se justifica quando as perdas (relacionadas a falta de conhecimento técnico) são mensuradas, indicando o prejuízo tanto na produção do alimento, quanto na perda em produção animal.
Abraços.

Jorge Pegolo Filho
ALCEU AMARAL

COROMANDEL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/11/2009

Prezados professores,

Agradeço a oportunidadede de acesso a esta informação. Como pecuarista, sempre utilizando da silagem para alimentação das "meninas", tenho tido muitas perdas pelo motivo enfocado. Irei obervar as orientações.

grande abraço

WILSON MENDES RUAS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 22/11/2009

Faço silagem de trincheira todo ano. há mais de dez anos e tenho lidado com perdas, tanto relacionadas com a qualidade, como com deterioração do material. As perdas no período do desabastecimento tem sido enormes. O artigo publicado é de relevante importância para o produtor rural, já que não representa aumento de custo. Parabéns.

JOSÉ MARIA SOLIS

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/11/2009

Muito oportuno o artigo dos profs. Thiago e Rafael. A boa dieta só é possivel quando a base (silagem) é de qualidade. Já usei esta sistemática e os resultados são os relatados no artigo.
JOSÉ PEREIRA NETO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/11/2009

Obrigado pela informação. Realmente vai-se enconomizar alguns milhares de reais e tornar propriedades mais eficientes. Parabéns aos Professores Thiago Fernandes e Rafael Camargo por terem planejado a pesquisa, investigado e mostrado os resultados. Vou fazer silo pela primeira vez. Já entro com o pé direito.

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