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Novo inoculante pode reduzir perdas por fungos e leveduras e pode ser opção econômica

POR JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 22/12/2000

4 MIN DE LEITURA

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João José Assumpção de Abreu Demarchi

Quando se fala em perdas na ensilagem, a atenção é imediatamente focada no que ocorre durante o processo até o fechamento do silo, mas nem sempre prestamos atenção nas perdas que podem existir após a abertura do mesmo, quando o material é novamente exposto ao oxigênio. Leveduras e fungos presentes na massa e normalmente dormentes quando o oxigênio é totalmente expulso na compactação, são novamente ativados quando o silo é aberto, consumindo carboidratos e reduzindo o valor nutritivo da silagem. Um indicativo de que estas perdas estão ocorrendo é a ocorrência de aquecimento da face da silagem, significando que estes microorganismos estão atuando. Um aumento de temperatura da ordem de 2,5 ºC já seria um indicativo da ocorrência de perdas. A atuação das leveduras pode ganhar a companhia de fungos e bolores, de fácil visualização (ver foto).

É aí que inoculantes com L. Buchneri podem auxiliar.

Os inoculantes tradicionais promovem a formação de acido lático, ideal para o rápido abaixamento do pH do silo e conseqüente estabilização com perdas reduzidas. Porém, uma vez que o silo é aberto para consumo, o ácido lático pouco ajuda na preservação do material ao se confrontar com fungos e leveduras. O ácido acético, embora mais fraco do que o ácido lático e portanto não tão eficiente para garantir boa fermentação, acaba sendo mais eficiente do que o lático nesta etapa final do processo. E onde entra este novo inoculante: o microorganismo L. Buchneri gera tanto ácido lático quando acético, atuando bem tanto na etapa fermentativa quanto na abertura do silo.

Porém, há de se reconhecer que a eficiência de inoculantes comL. buchneri em relação à fermentação cai em comparação aos tradicionais, com perdas de matéria seca que são em média 0,5 a 2,0% mais altas nesta etapa, segundo pesquisadores de uma empresa do setor. Isto ocorre justamente por não produzir apenas ácido lático, reconhecidamente mais eficiente. Também, o custo tende a ser mais alto: US$ 1,50 a US$ 2,00/tonelada tratada (valores dos EUA), contra US$ 1,00 a US$ 1,50 dos tradicionais. Obs: por aqui, o custo da inoculação fica em média em US$ 1,00/tonelada tratada.

Porém, considerando que as perdas na abertura do silo podem ser significativas, o investimento pode se justificar. Pesquisadores desta empresa, em 21 experimentos durante 2 anos com este inoculante, verificaram que a silagem exposta ao oxigênio demorou em média 56 horas a mais para aquecer 2,5 ºC, comparada com silagem não inoculada.

Nenhum inoculante, contudo, compensa más práticas de ensilagem. É importante remover pelo menos 30 a 45 cm de silagem por dia, de maneira uniforme da face da silagem, especialmente nas nossas condições. O ideal é que toda a face seja removida diariamente, mas pode-se aceitar que a remoção completa ocorra em 2 dias, no máximo (desde que a silagem esteja bem compactada - 650-800 kg/m3).

Também, as perdas com o uso do inoculante não serão totalmente eliminadas. É como contagem de células somáticas: sempre existirá algum grau de infecção na glândula mamária, a tarefa é manter em níveis que não afetam a produção de leite ou o rendimento industrial. Com silagem, é a mesma coisa: sempre haverá algum tipo de perda, a questão é não comprometer a qualidade do material, o consumo de MS e a própria quantidade de MS ensilada.

Não há ainda estudos sobre os efeitos de silagem de milho tratada com L. buchneri em produção de leite ou ganho de peso. Há a preocupação de que o ácido acético produzido gere efeitos negativos na palatabilidade. Trabalhos realizados na Alemanha, com carneiros recebendo silagem de gramínea tratada com este inoculante mostraram não haver diferença de consumo, mas ao falarmos de vacas de leite, a história poderá ser outra.

Quando considerar o uso deste produto?

É um inoculante específico para quem tem problemas com a retirada de silagem. São candidatos os produtores que têm silo super-dimensionado para o rebanho e não conseguem remover a silagem a taxas satisfatórias, aumentando o risco de aquecimento da massa. Também, se as condições de ensilagem não foram adequadas, como por exemplo, problemas climáticos, silo muito seco, tamanho de partícula acima do ideal, demora no enchimento, etc., o potencial de sucesso do uso deste inoculante aumenta. Além do L. buchneri, inoculantes que produzem ácido propiônico podem auxiliar, uma vez que este ácido também inibe fungos e leveduras.

Quando será lançado?

O produto está sendo lançado agora por algumas empresas nos EUA neste momento. Para o Brasil, não há previsão, mas como as empresas são basicamente as mesmas e por aqui problemas de perda pós-abertura são em geral altos, pode-se esperar alguma coisa neste sentido para os próximos 2 anos.

Foto 1: Silagem com presença visível de fungos (Pioneer Forage Manual, A Nutritional Guide)

 

Foto 1

 

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fonte: Dairy Herd Management, 09/2000

JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

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