Acredito que este acontecimento, e a história do produtor, já tenham sido amplamente divulgados em diversas mídias. Claro que o robô chama a atenção e enche os olhos. A complexidade do sistema é algo que atrai e instiga. Mas, antes de chegar ao equipamento, ao menos para mim que já conhecia similares fora do Brasil e, com uma visão de foco em conformidade, outros itens foram mais impactantes.
Ao estacionar o carro já se percebe que é uma fazenda diferenciada. Um cuidado com organização já se nota antes mesmo de apear do veículo. Placas e avisos são facilmente visualizados e há uma organização marcante. Foi uma das poucas propriedades leiteiras que, na minha primeira visita, possuía controle de roedores, por meio de iscagem em caixas específicas. Algo pequeno e de baixo custo, mas que pode ocasionar impactos silenciosos e prolongados no rebanho leiteiro.
Estes dois produtores, que acredito não se conhecerem, buscaram novas tecnologias para atender suas demandas. Do mesmo modo que o Rabbers, o Calmon robotizou a alimentação de suas vacas e investe, igualmente como o primeiro, no tratamento adequado dos dejetos gerados na produção, buscando aliar tecnologias que atendem as necessidades vigentes.
Independente da capacidade de investimentos, algo realizado pesadamente em ambas as propriedades, há ações, de baixo custo, que podem ser tomadas, como o gerenciamento profissional da propriedade. As duas propriedades sabem os caminhos que querem trilhar e quais os meios que irão buscar para atingir seus objetivos. Também possuem uma visão sistêmica da produção, identificando os distintos elos que integram o complexo sistema de produção de leite no Brasil.