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Será que o leite no Brasil é commodity? |
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MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.
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RONALDO MARCIANO GONTIJOBOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 30/03/2014
A causa principal da saída de muitas propriedades é a falta de sucessão, contra este fato não existe nada que possa ser feito, a situação tende a se agravar cada vez mais. Outro ponto que merece destaque é qual o volume minimo para alguém se manter na atividade, este deve cobrir os custos e dar uma renda igual ou superior a outras atividades rurais ou mesmo o trabalho como empregado.
Não vejo nos dias de hoje uma diferença tão grande de preços devido ao volume como existia até alguns anos atrás, qualidade e acesso são muito valorizados atualmente. Será que os "eficientes" de hoje serão os eficientes das próximas décadas? Ou será que os eficientes serão outros que ainda não podemos imaginar hoje? |
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 29/03/2014
Prezado Marcelo pereira de Carvalho: Parabéns, mais uma vez, pelo excelente trabalho. Novamente se desenha a tendência de que os maiores produtores de leite do Brasil, como já aconteceu em outros Países, sejam os que irão deter quase a totalidade do leite produzido por aqui. Quanto à questão da qualidade, reputo que assiste a você a razão quando informa que, pelo maior acesso aos sistemas mais desenvolvidos e à informação mais segura, a tendência é que estes, de igual forma, apresentem resultados muito melhores, embora reconheça que, em se tratando de rebanhos com menos indivíduos, como os operados pelos pequenos e médios produtores, este problema possa ser melhor equacionado e em menor espaço de tempo. Não se deve olvidar que os grandes produtores - na contramão dos pequenos - em regra, se nos apresentam melhor assistidos, com pessoal técnico permanente (veterinários, zootecnistas, agrônomos, nutricionista e outros), enquanto o pequeno só contrata tais profissionais de forma sazonal, não para prevenir o problema, mas, apenas e tão somente, para tentar resolvê-lo. Por fim, a capacidade de aquisição de insumos por preços menores, em face da grande quantidade, também é parte integrante desta diferenciação e, ao final, pesa - e muito - no orçamento das grandes e pequenas fazendas. Em face de todo este quadro, concordamos, finalmente, que a concentração da produção na mão de poucos é fenômeno inarredável no cenário futuro do leite brasileiro.
Um abraço, GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO ALFA MILK FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG =HÁ NOVE ANOS CONFINANDO QUALIDADE= https://www.fazendasesmaria.com Facebook: Sesmaria Faz |
ROBERTO JANK JR.DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 29/03/2014
Importante verificar que após o advento do transporte a granel, o custo do frete e a mistura de leite de diversos produtores tomou outra dimensão em relação ao padrão anterior.
É diferente um caminhão sair da industria e fazer uma linha com dois ou tres produtores e retornar cheio, inclusive considerando a biosseguridade do produto, uma vez que a rastreabilidade de não conformidades torna-se muito mais facil. A própria recepção de latões ou leite quente tornou-se um complicador na recepção das industrias. Não há dúvidas que caminhamos na direção certa e que o ganho de escala é o futuro, basta olhar para os outros países. Por esses motivos não creio em irracionalidade na formação de preços aos produotres que permitem mais estabilidade de volume, qualidade e responsabilidade contratual com a indústria. |
MICHEL KAZANOWSKIQUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS EM 26/03/2014
Ola Marcelo,
Penso que esta diferenciação de preços se manterá enquanto a produção crescer ao mesmo ritmo da demanda nacional. Isso deverá se sustentar por alguns anos pela saída de um número significante de produtores da atividade. Não sabemos a velocidade deste processo. Em um segundo momento teremos excedente de produção o que reduzirá os valores pagos aos produtores. Nessa fase a peneira derrubará os ineficientes incapazes de sobreviver as baixas cotações. Também aqueles com baixa qualidade do seu produto os quais serão abandonados pela indústria cuja qual terá também sua rentabilidade comprometida buscando cada vez mais leite de qualidade que permita um maior rendimento e produtos de melhor qualidade. Por fim teremos um emparelhamento dos preços. Creio que isso irá ocorrer via achatamento das atuais cotações. Entre os atuais 0,80 - 1,20 atuais no futuro provavelmente teremos um preço médio na casa dos 0,95 (ou menos). Os produtores devem estar preparados para tal, seja por redução do seu custo operacional, seja pelo aumento da sua escala afim de manter a mesma margem de lucro. É um processo natural que ocorre e ocorreu na maioria dos países produtores. De nada vai adiantar chorar pelo preço ou apelar para o lado social. Grande abraço. |
JEAN MARCELO MAULBALNEÁRIO CAMBORIÚ - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 26/03/2014
Para cada pessoa na propriedade é necessário 100 litros de leite/dia, ou seja, Três pessoas na propriedade a produção deverá ser de 300 litros/leite/dia...caso contrário essa propriedade estará com os dias contados na Bovinocultura Leiteira!!!!
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ROSANA DE OLIVEIRA PITHAN E SILVASÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO EM 25/03/2014
Caro Marcelo
Suas colocações são muito pertinentes, mas gostaria também de lembrar dos assentados que produzem leite e que fazem isso porque sabem que podem garantir, todo mês, uma renda com o leite, o que não é viável se trabalhar com produtos agrícolas. Esse só vai largar a produção se não tiver outra opção. Por isso acredito que seria fundamental políticas mais efetivas para garantir que esse produtor ficasse no campo. Isso se viabilizaria com assistência técnica e extensão rural que só agora está voltando à tona como componente fundamental para dar condições aos produtores de melhorarem sua produção. |
CEZAR PIMENTA GUIMARAESPONTA GROSSA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 25/03/2014
Marcelo.
Enfoque espetacular. Chama à refleção. Situações no negocio do leite como as recentes vividas,me preocupam pela imediata alavancagem em novos projetos expansionistas altamente financiados e que transmitem , assim como o diferencial de preço entre os produtores citados em sua materia, uma distorção na visão de compradores de materia prima, provocando a queda acentuada nos inicios de safras. Nosso mercado precisa de igual evolução quanto foi a evolução do segmento primario após as normativas. Necessitamos de mecanismos melhores orientativos , idoneos, que realmente reflitam o mercado do leite, e bem, dinamicos. Exemplo, mercadop forte na bolsa de futuros. |
MARCELO DE REZENDELONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 24/03/2014
Caro Marcelo,
Texto muito esclarecedor e que nos permite observar o mercado de leite por outra ótica. Penso que no Brasil a solução está cada vez mais nas mãos do produtor e poderá vir, portanto, de dentro da propriedade. A valorização do volume produzido e da qualidade colocam sob os ombros do produtor a responsabilidade pela valorização do seu produto e isso, se bem aproveitado, pode ser muito positivo. Mesmo produtores pequenos têm seu produto muito valorizado quando conseguem agregar qualidade, volume e constância na produção e nestes casos a diferença de preço para os produtores maiores não é tão grande. Todos acabam ganhando nesta situação. Para aqueles que não estão buscando melhorias, a situação está realmente cada vez mais adversa, se não acordarem, passarão a vida reclamando dos preços recebidos. |
MARCELO PEREIRA DE CARVALHOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 24/03/2014
Olá Diego, obrigado pelo comentário. Só tenho dúvidas se, hoje, produtores de até 100 litros dia realmente representam a maioria do leite - na realidade, acho que não representam. Sem dúvida, a questão social é relevante, mas cada vez menos isso será um problema de produção, já que a tendência é a concentração na produção. Também, tenho dúvidas se o êxodo rural é um problema tão grande quanto no passado. A taxa de desemprego de menos de 5% no país me leva a crer que não, apesar de reconhecer que sem dúvida há aqueles que não têm condições de encontrar trabalho digno e representam sim um problema social, que precisa ser contemplado. Escrevi algumas vezes sobre essa questão do número de produtores, como nesse artigo aqui: https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/editorial/quem-produz-o-leite-brasileiro-hoje-85577n.aspx.
Kramer, obrigado pelas colocações! Concordo com você, tamanho não é documento em relação à qualidade. É possível ter um pequeno produtor com elevada qualidade, e um grande com má qualidade. Mas, na média, considerando o grau de informação, acesso a tecnologia, gestão, etc entendo que estes grandes que chegaram lá tendem a ter melhor qualidade do que a média nacional, daí a colocação. |
JOSEPH H. KRAMERANGATUBA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 24/03/2014
Marcelo,
Suas colocações sempre estão baseadas em sabedoria e realidade, para bens com seu artigo. Só quero colocar algumas perguntas e duvidas. Que devemos considerar, na produção de leite, como grande e pequena produtores? Quantos litros por dia ou ano? Que devemos considerar quanto leite uma família, já que a maioria da propriedade produtores de leite é familiar, deve produzir para ter uma vida aceitável? Qualidade e produtividade não dependem de tamanho de produção, já vi na minha vida produtores como pouco volume de leite de alta qualidade como grandes com um péssimo. Também produtividade por animal não depende do numero de vacas que estão no sistema de produção. Quando se fale de profissionalização na gestão este pode estrar dentro de diferentes sistemas de produção desde que o produtor aceita assistência técnica de qualidade e este existe na região dele, como exemplo se pode ver este em várias regiões como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul produtores com menor numero de animais com alta produtividade. O preço não depende de produtor só, depende de preço no mercado mundial. Os custos de produção são de sua responsabilidade e depende sua gestão. Devemos ter este controle e conhecer os custos, saber as entradas , que infelizmente em muitas propriedades falte. |
DIEGO AZEVEDO MOTAPATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 24/03/2014
Infelizmente está é a realidade! Acredito que o leite deveria receber um olhar não só econômico e sim social! 90% dos produtores de leite não produzem mais do que 100 l/dia e são responsáveis por grande parte do leite produzido hoje no Brasil! São milhares de famílias que lutam pela sobrevivência no setor e que estão desistindo, vendendo as propriedades, indo para cidades e aumentando os índices de problemas sociais!
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