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Será que o leite no Brasil é commodity?

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 24/03/2014

5 MIN DE LEITURA

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Em fevereiro, divulgamos a nova edição do Levantamento Top 100 MilkPoint, que analisa os 100 maiores projetos de produção de leite do país. Entre as diversas informações obtidas no trabalho está o fato dos Top 100 terem crescido quase 10% em 2013. Além disso, a maioria pretende crescer fortemente nos próximos 3 anos – 45% pretendem aumentar a produção em mais de 20% até lá (figura 1).

Figura 1. Intenção de aumento na produção para os próximos 3 anos (Fonte: Top 100 MilkPoint)



No levantamento anterior, em meio a um período de forte baixa e custos elevados, a intenção não foi diferente: 40% esperavam crescer mais de 20% no espaço de 3 anos.

Nos levantamentos anteriores, a medologia era diferente, mas os resultados, parecidos: a porcentagem dos que pretendiam crescer mais do que 5% no ano seguinte sempre girou em torno de 70%, com pouca relação com a situação momentânea do mercado.

Isso nos leva a considerar que, no âmbito dos grandes produtores, escopo deste trabalho, o leite está sendo um bom negócio. O top 100 revela o forte crescimento de alguns produtores e a entrada de novos produtores e novos projetos de ponta, seja em confinamento, seja a pasto, e nas mais variadas regiões. Porque isso?

Em primeiro lugar, analisando a média anual de preços do Cepea/USP, para o leite nacional, os preços têm subido mais do que a inflação no agregado dos últimos 5 anos, resultando em Receita Menos Custo de Ração favorável (figura 2).

Figura 2. Receita Menos Custo de Ração para uma vaca de 20 kg (Fonte: MilkPoint Mercado)



No contexto de formação de preços definida pelo mercado, a escassez de leite leva ao aumento dos valores recebidos. De 2008 para cá, assistimos ao aumento gradativo das importações, que só não foram maiores em função das taxas de importação para o leite de fora do Mercosul. De forma geral, faltou leite no país e o reflexo foi a elevação dos preços.

No caso dos grandes produtores, um mercado ajustado em termos de oferta leva a uma situação vantajosa nas negociações. Em linhas gerais, estes produtores possuem, além de escala, constância e via de regra boa qualidade da matéria-prima, aspectos relevantes quando se trata de garantir o fornecimento. Além disso, a logística é favorável, bem como os custos de transação. Não por acaso, os principais bônus de preços de leite no Brasil ainda estão no volume, mais do que nos parâmetros de qualidade. As empresas tendem a pagar mais pelo leite de produtores de maior porte.

Porém, ainda são poucos os grandes produtores. No levantamento que fizemos com a Leite Brasil no ano passado, estimamos em cerca de 2.200 o número de produtores de leite inspecionado com mais de 3000 litros/dia (veja mais clicando AQUI).

O resultado é que os produtores de maior porte provavelmente recebem, na média, um preço bem superior ao que os demais produtores recebem (pode-se questionar se os valores absolutos dos bônus recebidos tem racionalidade econômica ou se são mais altos do que se deveria, mas aí é outra questão). Sem dúvida, estes produtores também sentem as oscilações do mercado. Ainda, muitas vezes contam com mais de um comprador de leite, pois a partir de certo volume pode ser complicado ter apenas um comprador. Porém, a tese que coloco aqui é que, mesmo nesse cenário, acabam por estar em um mercado diferente dos demais produtores.

De acordo com os comentários dos leitores que recebemos ao longo do tempo, ainda que não tenhamos dados estatísticos sobre isso (o que é uma pena), é nítida a enorme variação de preços recebidos pelos produtores, mesmo em uma mesma região. Há, por exemplo, produtores recebendo R$ 0,80/litro e outros com mais de R$ 1,20/litro. Para permitir que se pague valores mais altos para produtores mais estratégicos, há aqueles que recebem valores mais baixos para que tenhamos o chamado preço médio. De certa forma, os pequenos subsidiam os grandes. É o mercado.

Sem dúvida, há outros fatores envolvidos, como a própria qualidade (necessidade de ter leite de melhor qualidade para produtos específicos ou efeito diluição), a influência do produtor (nesse caso, mais um fator que normalmente favorece os de maior volume), a localização, a concorrência e a estratégia individual das empresas, mas é possível dizer que o Brasil é hoje certamente um dos países com a maior diversidade de preços de leite ao produtor, em parte porque, entre os grandes produtores, é um dos únicos com livre mercado, e em parte pelo fato de que há grande variabilidade na qualidade do leite que chega nas empresas. Algo não muito comum de ser encontrado em outras cadeias do agronegócio, onde a produção é tipicamente de commodities, com pouca variação nos preços e com ganhos baseados na escala, e não no valor unitário. Nessa situação, será mesmo o leite uma commodity no Brasil?

Nesse sentido, é complicado definir a situação do leite como um todo – estamos falando de quem, do produtor que recebe hoje R$ 0,80/litro, do que recebe R$ 1,20/litro ou mais, ou de quem está no meio disso, como a maioria?

Em função dessa situação, produzir leite em grande escala, e de forma profissional, tem sido um bom negócio. Isso deve não só estimular o investimento dos produtores de leite mas também atrair investidores externos, como agricultores profissionais e mesmo fundos de investimento. Pode-se, também, apontar que preços mais elevados em tese estimulariam projetos verticalizados dos laticínios, embora a realização disso seja algo bem mais complexo.

O leite tem um estigma de atividade secundária, marginal. Áreas pequenas, produtores com dificuldade de atuar em outras atividades, emprego da mão-de-obra familiar. Tudo isso é realidade, mas estamos assistindo a uma mudança nesse perfil. Sem dúvida o leite continuará tendo muitos produtores, e mesmo nota-se nos agricultores familiares um processo de significativa evolução em várias regiões, mas o ponto a se destacar é que o panorama de mercado tem sido favorável para o leite em grande escala, pelo menos ao analisarmos os últimos anos.

Percebe-se, no grupo dos grandes produtores, um forte grau de profissionalização na gestão. Claro que isso não é para todos – não é fácil gerenciar uma propriedade de leite de qualquer porte, mas o que quero enfatizar é que estes produtores, que no passado lidavam com um mercado que pouco diferenciava produtores, agora percebem que agregam valor em relação à média do mercado.

Esse fenômeno, a continuar (e não vejo elementos para que não contiue), deverá intensificar a concentração na produção, até que tenhamos um grande número de produtores produzindo com qualidade e volume tais que o diferencial entre eles não seja mais tão grande (com os preços convergindo mais para a média do mercado). Quando isso ocorrer, veremos um maior nivelamento de preços, de forma semelhante ao que acontece em países cujo setor já está mais amadurecido.
 

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/03/2014

A causa principal da saída de muitas propriedades é a falta de sucessão, contra este fato não existe nada que possa ser feito, a situação tende a se agravar cada vez mais. Outro ponto que merece destaque é qual o volume minimo para alguém se manter na atividade, este deve cobrir os custos e dar uma renda igual ou superior a outras atividades rurais ou mesmo o trabalho como empregado.

Não vejo nos dias de hoje uma diferença tão grande de preços devido ao volume como existia até alguns anos atrás, qualidade e acesso são muito valorizados atualmente.

Será que os "eficientes" de hoje serão os eficientes das próximas décadas? Ou será que os eficientes serão outros que ainda não podemos imaginar hoje?
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2014

Prezado Marcelo pereira de Carvalho: Parabéns, mais uma vez, pelo excelente trabalho. Novamente se desenha a tendência de que os maiores produtores de leite do Brasil, como já aconteceu em outros Países, sejam os que irão deter quase a totalidade do leite produzido por aqui. Quanto à questão da qualidade, reputo que assiste a você a razão quando informa que, pelo maior acesso aos sistemas mais desenvolvidos e à informação mais segura, a tendência é que estes, de igual forma, apresentem resultados muito melhores, embora reconheça que, em se tratando de rebanhos com menos indivíduos, como os operados pelos pequenos e médios produtores, este problema possa ser melhor equacionado e em menor espaço de tempo. Não se deve olvidar que os grandes produtores - na contramão dos pequenos - em regra, se nos apresentam melhor assistidos, com pessoal técnico permanente (veterinários, zootecnistas, agrônomos, nutricionista e outros), enquanto o pequeno só contrata tais profissionais de forma sazonal, não para prevenir o problema, mas, apenas e tão somente, para tentar resolvê-lo. Por fim, a capacidade de aquisição de insumos por preços menores, em face da grande quantidade, também é parte integrante desta diferenciação e, ao final, pesa - e muito - no orçamento das grandes e pequenas fazendas. Em face de todo este quadro, concordamos, finalmente, que a concentração da produção na mão de poucos é fenômeno inarredável no cenário futuro do leite brasileiro.

Um abraço,



GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

ALFA MILK

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ NOVE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

https://www.fazendasesmaria.com


Facebook: Sesmaria Faz
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2014

Importante verificar que após o advento do transporte a granel, o custo do frete e a mistura de leite de diversos produtores tomou outra dimensão em relação ao padrão anterior.

É diferente um caminhão sair da industria e fazer uma linha com dois ou tres produtores e retornar cheio, inclusive considerando a biosseguridade do produto, uma vez que a rastreabilidade de não conformidades torna-se muito mais facil.

A própria recepção de latões ou leite quente tornou-se um complicador na recepção das industrias.  

Não há dúvidas que caminhamos na direção certa e que o ganho de escala é o futuro, basta olhar para os outros países.

Por esses motivos não creio em irracionalidade na formação de preços aos produotres que permitem mais estabilidade de volume, qualidade e responsabilidade contratual com a indústria.
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 26/03/2014

Ola Marcelo,



Penso que esta diferenciação de preços se manterá enquanto a produção crescer ao mesmo ritmo da demanda nacional. Isso deverá se sustentar por alguns anos pela saída de um número significante de produtores da atividade. Não sabemos a velocidade deste processo.

Em um segundo momento teremos excedente de produção o que reduzirá os valores pagos aos produtores. Nessa fase a peneira derrubará os ineficientes incapazes de sobreviver as baixas cotações. Também aqueles com baixa qualidade do seu produto os quais serão abandonados pela indústria cuja qual terá também sua rentabilidade comprometida buscando cada vez mais leite de qualidade que permita um maior rendimento e produtos de melhor qualidade.

Por fim teremos um emparelhamento dos preços. Creio que isso irá ocorrer via achatamento das atuais cotações. Entre os atuais 0,80 - 1,20 atuais no futuro provavelmente teremos um preço médio na casa dos 0,95 (ou menos). Os produtores devem estar preparados para tal, seja por redução do seu custo operacional, seja pelo aumento da sua escala afim de manter a mesma margem de lucro. É um processo natural que ocorre e ocorreu na maioria dos países produtores. De nada vai adiantar chorar pelo preço ou apelar para o lado social.



Grande abraço.
JEAN MARCELO MAUL

BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/03/2014

Para cada pessoa na propriedade é necessário 100 litros de leite/dia, ou seja, Três pessoas na propriedade a produção deverá ser de  300 litros/leite/dia...caso contrário essa propriedade estará com os dias contados na Bovinocultura Leiteira!!!!
JOSÉ LUIZ MARTINS

SACRAMENTO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/03/2014

Prezado Kramer...!



As resposta às suas perguntas certamente contribuirão muito para o desenvolvimento da Consultoria/Extensão Rural no Brasil, que notadamente ainda é carente de bons técnicos.
ROSANA DE OLIVEIRA PITHAN E SILVA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/03/2014

Caro Marcelo



Suas colocações são muito pertinentes, mas gostaria também de lembrar  dos assentados que produzem leite e que fazem isso porque sabem que podem garantir, todo mês, uma renda com o leite, o que não é viável se trabalhar com produtos agrícolas. Esse só vai largar a produção se não tiver outra opção. Por isso acredito que seria fundamental políticas mais efetivas para garantir que esse produtor ficasse no campo. Isso se viabilizaria com assistência técnica e extensão rural que só agora está voltando à tona como componente fundamental para dar condições aos produtores de melhorarem sua produção.
FABRICIO AMARAL

CARDOSO MOREIRA - RIO DE JANEIRO

EM 25/03/2014

olá. bom dia. gostaria de saber o que os pequenos produtores que estao se organizando para aumentar sua produçao pode esperar do mercado nos proximos  anos.
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/03/2014

Olá Marcelo, sempre trazendo informações interessante ao setor, parabéns. Na figura 2 receita - custo de ração, é o RCA ou no custo da ração o volumoso esta excluso? Obrigado.

Genecio.
CEZAR PIMENTA GUIMARAES

PONTA GROSSA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/03/2014

Marcelo.

Enfoque espetacular. Chama à refleção. Situações no negocio do leite como as recentes vividas,me preocupam pela imediata alavancagem em novos projetos expansionistas altamente financiados e que transmitem , assim como o diferencial de preço entre os produtores citados em sua materia, uma distorção na visão de compradores de materia prima, provocando a queda acentuada nos inicios de safras. Nosso mercado precisa de igual evolução quanto foi a evolução do segmento primario após as normativas. Necessitamos de mecanismos melhores orientativos , idoneos, que realmente reflitam o mercado do leite, e bem, dinamicos. Exemplo, mercadop forte na bolsa de futuros.
MARCELO DE REZENDE

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/03/2014

Caro Marcelo,



Texto muito esclarecedor e que nos permite observar o mercado de leite por outra ótica.



Penso que no Brasil a solução está cada vez mais nas mãos do produtor e poderá vir, portanto, de dentro da propriedade. A valorização do volume produzido e da qualidade colocam sob os ombros do produtor a responsabilidade pela valorização do seu produto e isso, se bem aproveitado, pode ser muito positivo.



Mesmo produtores pequenos têm seu produto muito valorizado quando conseguem agregar qualidade, volume e constância na produção e nestes casos a diferença de preço para os produtores maiores não é tão grande. Todos acabam ganhando nesta situação.



Para aqueles que não estão buscando melhorias, a situação está realmente cada vez mais adversa, se não acordarem, passarão a vida reclamando dos preços recebidos.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 24/03/2014

Olá Diego, obrigado pelo comentário. Só tenho dúvidas se, hoje, produtores de até 100 litros dia realmente representam a maioria do leite - na realidade, acho que não representam. Sem dúvida, a questão social é relevante, mas cada vez menos isso será um problema de produção, já que a tendência é a concentração na produção. Também, tenho dúvidas se o êxodo rural é um problema tão grande quanto no passado. A taxa de desemprego de menos de 5% no país me leva a crer que não, apesar de reconhecer que sem dúvida há aqueles que não têm condições de encontrar trabalho digno e representam sim um problema social, que precisa ser contemplado. Escrevi algumas vezes sobre essa questão do número de produtores, como nesse artigo aqui: https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/editorial/quem-produz-o-leite-brasileiro-hoje-85577n.aspx.



Kramer, obrigado pelas colocações! Concordo com você, tamanho não é documento em relação à qualidade. É possível ter um pequeno produtor com elevada qualidade, e um grande com má qualidade. Mas, na média, considerando o grau de informação, acesso a tecnologia, gestão, etc entendo que estes grandes que chegaram lá tendem a ter melhor qualidade do que a média nacional, daí a colocação.
JOSEPH H. KRAMER

ANGATUBA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/03/2014

Marcelo,

Suas colocações sempre estão baseadas em sabedoria e realidade, para bens com seu artigo. Só quero colocar algumas perguntas e duvidas. Que devemos considerar, na produção de leite,  como  grande  e pequena produtores? Quantos litros por dia ou ano? Que devemos considerar quanto leite uma família, já que a maioria da propriedade produtores de leite é familiar, deve produzir para ter uma vida aceitável?

Qualidade e produtividade não dependem de tamanho de produção, já vi na minha vida produtores como pouco volume de leite de alta qualidade como grandes com um péssimo. Também produtividade por animal não depende do numero de vacas que estão no sistema de produção. Quando se fale de profissionalização na gestão este pode estrar dentro de diferentes sistemas de produção desde que o produtor aceita assistência técnica de qualidade e este existe na região dele, como exemplo se pode ver este em várias regiões como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul produtores com menor numero de animais com alta produtividade. O preço não depende de produtor só, depende de preço no mercado mundial. Os custos de produção são de sua responsabilidade e depende sua gestão. Devemos ter este controle e conhecer os custos, saber as entradas , que infelizmente em muitas propriedades falte.
DIEGO AZEVEDO MOTA

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 24/03/2014

Infelizmente está é a realidade! Acredito que o leite deveria receber um olhar não só econômico e sim social! 90% dos produtores de leite não produzem mais do que 100 l/dia e são responsáveis por grande parte do leite produzido hoje no Brasil! São milhares de famílias que lutam pela sobrevivência no setor e que estão desistindo, vendendo as propriedades, indo para cidades e aumentando os índices de problemas sociais!

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