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Qual a melhor duração do período de espera voluntário?

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 17/11/2021

4 MIN DE LEITURA

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O período de espera voluntário (PEV) é mais do que apenas um prazo arbitrário. Mesmo sob a mais ideal das circunstâncias, a parição é inegavelmente um momento delicado na vida da vaca.

Vacas leiteiras encontram-se em uma situação única no pós-parto: elas precisam passar pela recuperação da parição e devem estar metabolicamente e fisicamente preparadas para iniciar o próximo ciclo de lactação.

A cura do trato reprodutivo da vaca é essencial, não apenas para um sucesso da sua reprodução, mas também para sua longevidade e bem-estar. Dito isto, um bom PEV é essencial para a boa gestão e para a eficiência reprodutiva.

Para ficar com um intervalo de parto de 12 meses, a vaca deve reconceber dentro de 90 dias após o parto. Fisiologicamente leva de 30 a 40 dias para o trato reprodutivo da vaca voltar a condição pré gestacional.

Existe uma janela ideal de tempo para iniciar o programa de reprodução considerando a produção de leite, o desempenho reprodutivo e o descarte das vacas.

Fazer a vaca ficar gestante muito cedo ou tarde demais pode afetar negativamente a curva de lactação, ou por queda na produção no pico de lactação ou por aumento da duração da lactação, resultando em aumento do risco de descarte. Ambos os cenários – devido à concepção tarde ou muito cedo – podem reduzir desempenho reprodutivo geral de todo o rebanho ao longo do tempo

Como em muitos outros pontos do pós-parto, o PEV tem relação com as variáveis em torno do manejo e nutrição, e esses detalhes importam para a determinação duração ideal do PEV nas fazendas.

Quando se tem manejo nutricional inadequado e vacas no pós-parto com baixo escore de condição corporal (ECC) a duração do PEV pode fazer diferença positiva ou negativa, para os resultados reprodutivos e produtivos da fazenda. Isso pode levar a taxas de concepção na primeira IA muito baixas, aumentando os custo no longo prazo, por aumento dos gastos com manejo reprodutivo e mão-de-obra.

Aumentar o PEV seria benéfico para reduzir esses custos devido à baixa concepção na primeira IA, mas se o PEV for muito longo, as vacas podem ter um intervalo de parto muito longo, o que faria com que elas ganhassem muito peso no final da lactação, chegando ao próximo parto com ECC muito levado, o que comprometeria sua saúde no período de transição, a eficiência reprodutiva e produtiva na lactação subsequente.

Considerando que em condições normais, o processo de involução uterina (ou seja, o útero voltando para sua anatomia e função pré gestacional) é concluída nos primeiros 30 dias após parto e que em vacas alta produção o pico de lactação é atingido entre 60 a 80 dias em lactação, a re-concepção logo após esse período seria ideal.

O ideal seria que cada vaca tivesse a duração do PEV personalizado, mas em rebanhos grandes isso se torna impraticável, por isso sempre existe a necessidade de uma determinação para um grupo de animais. Como uma forma de contornar isso, o PEV é muitas vezes ajustado pela paridade das vacas. A inseminação das vacas primíparas começa entre 70 e 80 dias após o parto entre 60 e 70 dias após o parto nas vacas multíparas.

O PEV deve ser adaptado ao rebanho baseado no que realmente pode ser executado, considerando que a consistência é fundamental, não adianta o PEV estar definido nos protocolos da fazenda se ele não for cumprido.

Há também um lado econômico a ser considerado. Por exemplo, um programa reprodutivo iniciado por volta de 50 dias pós-parto pode resultar maior retorno econômico quando um programa intensivo de IATF é feito consistentemente, acompanhado de diagnóstico precoce da gestação, pois pode compensar a menor taxa de concepção na primeira IATF, desde que seja garantido que as vacas receberão as próximas inseminações no momento adequado.

Quando se adota um PEV mais longo, este precisa ser acompanhado de alta taxa de concepção nas primeiras IAs, para evitar os problemas decorrentes do aumento exagerado do intervalo de partos. Todas as estratégias têm seus pros e contras!

A recomendação é analisar o que pode ser executado efetivamente e adaptar-se aos objetivos que estão em vigor no rebanho. Muitas vezes os rebanhos de alta produção com melhor resultado de desempenho reprodutivo, são aqueles que adotam um PEV de 70 dias combinado com IATF no primeiro serviço.

Deve-se levar em consideração na decisão de ajuste do PEV a persistência da lactação do rebanho. Em rebanhos mestiços de baixa persistência o PEV deve ficar em torno de 30 a 40 dias, pois se as vacas emprenharem tardiamente na lactação, o período seco ficara estendido, o que reduz a eficiência produtiva do rebanho.

Também é recomendável que a fazenda tenha um protocolo estabelecido para diminuir a probabilidade de erro. Isso inclui medidas de como identificar animais que já estão fora do PEV e podem entrar para manejo reprodutivo.

A equipe, os gestores e as ferramentas disponíveis em uma fazenda específica também devem dar entrar na conta para a decisão da duração do PEV.

Nos últimos tempos, com o emprego da IATF e dos dispositivos de detecção automática de cio, as fazendas aumentaram a confiança em fazer as vacas ficarem gestantes de forma mais rápida e eficiente. Em alguns casos, isso levou as fazendas a começarem a secar vacas com produção de leite ainda alta. A IATF bem-feita e a utilização com eficiência dos monitores de atividade contribuem para esse fato, e isso permite que muitas fazendas reavaliem duração do PEV.

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Referencias

Este texto é parte da matéria da revista Progressive Dairy, publicada em 15 de setembro de 2021, por Jaclyn Krymowski.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

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