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Mudança no escore de condição corporal pós-parto afeta a eficiência reprodutiva

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 27/11/2019

4 MIN DE LEITURA

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Parte do texto publicado por Dr. Paul Fricke e Dr. Richard Pursley em 10/07/2019, na revista Dairy Herd Management.

Nas últimas duas décadas, ocorreu nas fazendas leiteiras uma revolução no manejo de reprodução, impulsionada pelo desenvolvimento de programas reprodutivos e a adoção dos mesmo nas propriedades. Porém, o desempenho pode variar drasticamente entre rebanhos que usam exatamente os mesmos programas. Embora a inconformidade de execução dos protocolos entre os rebanhos continue a ser um problema, ela não explica toda essa variação.

Em 1992, Jack Britt classificou vacas com base em escores de condição corporal (ECC) semanais em dois grupos: vacas com ECC mais alto no parto que perderam muito ECC durante as primeiras cinco semanas de lactação e vacas com menor ECC no parto que mantiveram o ECC no mesmo período. As vacas que mantiveram o ECC pós-parto tiveram taxa de concepção surpreendentemente maior no primeiro serviço do que as vacas que perderam ECC pós-parto (62% versus 25%). Os resultados de três estudos recentes (dois da Universidade de Wisconsin-Madison e um da Universidade Estadual de Michigan) apoiam a observação do Dr. Britt e desafiam a suposição de longa data de que todas as vacas normalmente perdem ECC após o parto.

Num dos artigos, 1.887 vacas holandesas de duas fazendas leiteiras comerciais de Wisconsin, EUA, foram submetidas ao protocolo de Ovsynch duplo para primeira Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) pós-parto, sendo o ECC avaliado no parto e 21 dias após. No geral, 42% das vacas perderam ECC, 36% das vacas mantiveram e 22% das vacas ganharam, durante as primeiras três semanas de lactação. Surpreendentemente, a produção média de leite não diferiu entre esses grupos. E o mais impressionante, a taxa de concepção 40 dias após a IATF foi de 25% para vacas que perderam ECC, 38% para vacas que mantiveram ECC, e 84% para vacas que ganharam ECC.

Num outro experimento foram associados a perda drástica de peso corporal do parto até três semanas de lactação e os efeitos negativos na qualidade do embrião, o que provavelmente explicaria estas diferenças na fertilidade.

Com base nesses resultados, a questão-chave é: como faço minhas vacas ganharem ECC após o parto?

Em outro estudo a variação de ECC foi avaliada em 233 vacas de holandesas, no período de três semanas antes da data prevista do parto até três semanas após o parto. Semelhantemente ao primeiro experimento, a taxa de concepção de vacas submetidas à primeira IATF foi de 18% para vacas que perderam ECC (28% das vacas), 27% para vacas que mantiveram (23% das vacas) e 53% para vacas que ganharam (49% das vacas). Mais uma vez, a produção média de leite durante as primeiras três semanas de lactação não diferiu entre esses grupos.

Neste estudo, apenas 34% das vacas com ECC menor que 3 perderam condição corporal durante o período de transição, contra 51% das vacas com ECC igual a 3 e 92% das vacas com ECC superior a 3. Então, como podemos fazer as vacas ganharem ECC após o parto? A resposta é a seguinte: quase todas as vacas neste estudo que ganharam ECC durante o período de transição tiveram ECC menor que 3, nas três semanas antes do parto.

Com base nesses resultados, a próxima pergunta é: como prevenir que as vacas cheguem com ECC alto no parto?

O último estudo avaliou a mudança de ECC dentro de uma semana antes do parto até 30 dias após o parto. Ele associou o intervalo de parto anterior das vacas às mudanças de ECC após o parto. O intervalo do parto é determinado pelo intervalo fixo da duração da gestação e pelo intervalo altamente variável do parto à concepção (período de serviço).

Assim, as vacas com intervalos de parto mais longos na lactação anterior, levaram muito mais tempo para ficarem gestantes. Neste estudo, as vacas com intervalos de parto anteriores mais longos tiveram maior ECC ao parto e perderam durante os primeiros 30 dias após o parto. Similar aos primeiros dois estudos, as vacas que mantiveram ou ganharam ECC após o parto tiveram taxas de concepção maior, menor perda da gestação e eram mais saudáveis do que as vacas que perderam ECC após o parto.

Ou seja, gestações que iniciaram na fase adequada em uma lactação resultaram em menor perda de ECC e poucos episódios de doenças, maior fertilidade e reduzidas taxas de perda de gestação precoce na lactação subsequente. Com base nos resultados desses estudos, podemos definir uma relação em que rebanhos com vacas que ficam gestantes rapidamente após o fim do período voluntário de espera possuem vacas com menor ECC no parto, o que por sua vez resulta em mais vacas mantendo ou ganhando ECC após o parto. Vacas que mantêm ou ganham ECC após o parto têm maior fertilidade do que as vacas que perdem ECC.

Esse pode ser chamado de ciclo de alta fertilidade que resulta em aumento no desempenho reprodutivo e pode ser usado para explicar boa parte da variação no desempenho reprodutivo entre rebanhos. Então, o objetivo de cada fazenda deve ser esforçar-se para colocar suas vacas nesse ciclo e mantê-las lá.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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