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Possíveis estratégias para melhorar a concepção no outono - Parte 1/2

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 10/05/2002

3 MIN DE LEITURA

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O grupo do Prof. Wolfenson, de Israel, (Impaired reproduction in heat-stressed cattle: basic and applied aspects, Animal Reproduction Science, vol. 60-61, p. 535-547, 2000) apresentou alguns dados interessantes que ajudam a entender os possíveis aspectos fisiológicos envolvidos com menor concepção no outono, quando as temperaturas já estão baixas, porém, os animais ainda apresentam menor concepção do que no inverno.

A fertilidade de vacas de leite no outono é menor do que no inverno, apesar da temperatura ambiente já estar diminuindo e as vacas não mais apresentarem estresse térmico. Na Flórida, por exemplo, em bovinos de leite, a taxa de concepção no outono é de 35 a 40%, comparado com >50% no inverno. Taxas de concepção em vacas de leite de alta produção, em Israel, caem de 45% no inverno para cerca de 20% no verão e para 23 e 29% nos dois primeiros meses do outono. Estes dados demonstram claramente o efeito tardio do estresse térmico na fertilidade do outono.

A dinâmica folicular foi alterada em vacas em lactação expostas, no ciclo estral anterior, à radiação solar para apresentar estresse térmico. Durante a primeira onda de crescimento folicular subsequente, houve menor numero de folículos médios nas vacas expostas ao estresse térmico do que nas controle. Outro estudo mostrou que vacas sob estresse térmico, por 7 dias, em câmara climática, apresentaram aumento na proporção de folículos pequenos e grandes imediatamente após a exposição ao calor.

Em um estudo sazonal, foi observado que a concentração de estradiol no fluido folicular do folículo dominante de 7 dias da primeira onda, no outono, foi em torno de 33% do encontrado no inverno. Esta menor concentração no outono pode ocorrer devido à redução na produção de androstenedione pelas células da teca, que serve de substrato para a síntese de estradiol pelas células da granulosa. Falhas na função das células da teca, no outono, podem ocorrer devido à prévia exposição dos animais ao estresse térmico, porém, a atividade da aromatase, das células da granulosa, não foi influenciada no outono. A hipótese de que mudanças na esteroidogenese no outono ocorram devido a efeito retardado de estresse térmico na função folicular foi reforçada por outro estudo, em que vacas sofreram estresse térmico nos dias 2 a 6 do ciclo, no qual se examinou os folículos médios no dia 3 do ciclo subsequente. Nas vacas que sofreram estresse térmico, as células da granulosa e da teca, obtidas dos folículos médios, produziram 33 e 25% da quantidade de estradiol e androstenedione, respectivamente, comparadas com vacas que não sofreram estresse térmico. Estes dados, em conjunto, demonstram que ocorrem falhas na capacidade esteroidogenica dos folículos de vacas previamente expostas a estresse térmico.

A menor fertilidade no outono pode ser relacionada com efeitos atrasados do estresse térmico no ovócito. Em estudo do grupo do Dr. Wolfenson, folículos de 3 a 8 mm de vacas que haviam sofrido estresse térmico foram aspirados por 4 ciclos estrais consecutivos. A porcentagem de ovócitos grau 1 (melhor qualidade) foi menor (28%) no primeiro ciclo (início do outono) e aumentou gradativamente, sendo que no 3º e 4º ciclos a taxa foi de 55%. A porcentagem de embriões de 8 células desenvolvidos in vitro aumentou em torno de 50% em relação ao início de outono.

Estes dados mostraram que remoção de folículos por aspirações em intervalos curtos (dias 4, 7, 11 e 15 do ciclo) levam à emergência mais rápida de ovócitos de melhor qualidade.

Estes dados permitem pensar em possíveis estratégias que aumentem a "retirada" de ovócitos menos saudáveis no início do outono, o que potencialmente melhoraria mais rapidamente a concepção no outono. Discutiremos melhor esta hipótese no próximo radar.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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