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Por que a taxa de concepção das vacas de leite continua baixa durante os meses de outono?

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 02/06/2005

2 MIN DE LEITURA

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Este texto é parte do artigo publicado pelos pesquisadores israelenses Roth, Z. Bor, A. Braw-Tal, R., Wolfenson, D. no Journal of Thermal Biology, 29 (2004) 681-685.

Tradicionalmente a baixa fertilidade em vacas de leite nas regiões tropicais e subtropicais está associada aos meses quentes do ano, mas durante o outono, apesar da temperatura ambiente começar a cair e as vacas não estarem mais sob estresse térmico as taxas de concepção continuam abaixo das observadas no inverno. A baixa fertilidade das vacas durante o outono é provavelmente devido aos efeitos persistentes do estresse térmico ocorrido durante o verão.

Vacas expostas ao estresse térmico exibem alterações na dinâmica folicular e na expressão da dominância folicular no ciclo seguinte, essas mudanças estão associadas às alterações na concentração de FSH e inibina. O estresse térmico agudo reduz a produção de esteróides em folículos médios e pré-ovulatórios algumas semanas depois. A competência dos oócitos é baixa no início do outono e melhora de forma lenta e gradual até o final do outono e início do inverno.

Os estudos iniciais sobre estresse térmico indicavam efeitos imediatos na função folicular, como por exemplo, a exposição das vacas ao estresse térmico reduz o diâmetro do folículo dominante e reduz a atividade da enzima aromatase nas células da camada da granulosa, diminuindo a concentração de estradiol no fluido folicular.

Estudos sazonais mostraram baixa produção de androsterona e baixa concentração de estradiol nos folículos dominantes durante o verão em comparação com os folículos dominantes no inverno.

Apesar dos efeitos persistentes do estresse térmico na função folicular ainda não serem bem conhecidos nas vacas de leite, sabe-se que esses efeitos são passageiros e isso é indicado pelo fato da taxa de concepção em vacas de leite ser maior no início do inverno em comparação com o verão e outono.

Roth et al., (2001) observaram que ocorre uma melhora espontânea na competência do oócito durante o outono e início do inverno. Baseado nessa observação é esperado que o aumento do recrutamento folicular durante o outono acelere a remoção dos folículos danificados pelo estresse térmico durante o verão e aumente a competência dos oócitos.

Estudos encontraram que a aspiração folicular freqüente e os tratamentos hormonais que induzem o crescimento de mais ondas foliculares aumentam a competência oocitária durante o outono.

Os estudos sobre os efeitos persistentes do estresse térmico sobre os folículos e a competência oocitária ainda estão na fase inicial, e muito ainda terá que ser feito para que esses efeitos sejam compreendidos e tratamentos possam ser desenvolvidos, visando antecipar a melhoria da concepção em vacas de leite de alta produção que sofreram de estresse térmico durante o verão.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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RENATO FONSECA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 02/06/2005

Acho que o maior desafio enfrentado pelo produtor de leite especializado, cujas vacas possuam altas lactações, é emprenhar as vacas de dezembro a maio. O stress térmico é realmente violento e há muito pouco a fazer para melhorar o índice de prenhez nessa época.



O uso de cobertura natural (deixando de lado as muitas desvantagens potenciais desse método) pouco ou nada tem ajudado, nos rebanhos que conheço e que fazem utilização desse recurso. Se o principal problema forem oócitos defeituosos ou incompetentes, não haverá boi que o resolva. E, mesmo que haja a concepção, o índice de absorção/microabortos é muito elevado nos meses quentes do ano.



Acho que, infelizmente, temos que reconhecer que os nossos índices de prenhez é muito baixo no verão e início de outono (em vacas). Devemos preparar da melhor forma possível às vacas para o "período de monta" forçado pela natureza em junho/novembro. Penso que encontrar o melhor protocolo, levando-se em consideração todos os aspectos, técnicos e <b>econômicos</b>, para maximizar o índice de prenhez nessa época deveria constituir a prioridade dos veterinários que assistem as fazendas.



Parabéns pelo artigo.



Renato Fonseca

Três Pontas - MG

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