O aumento do número de fazendas com produção de leite a pasto, devido ao potencialmente menor custo de produção e a importância de parição estacional neste sistema de produção, estimularam M.C.Cordoba, da Argentina e P.M.Fricke da Universidade de Wisconsin, a avaliarem dois protocolos para IA em tempo fixo em vacas de leite mantidas em sistema de pastejo (Evaluation of two timed artificial insemination (TAI) protocols for reproductive management of lactating dairy cows in grazing-based dairy systems. J.Dairy Sci, vol. 83, suppl.1, 2000, pg. 216).
Foram utilizadas vacas de leite em lactação mantidas a pasto (n=165), de duas fazendas, que foram distribuídas aleatoriamente em três grupos:
Grupo 1: Ovsynch (50mcg GnRH dia -10, 25mg PGF2a dia -3, 50mcg GnRH dia -1 e IA em tempo fixo dia 0 = 24h depois);
Grupo 2: Aplicação de 25 mg de PGF2a 12 dias antes (dia -22) de iniciar o protocolo Ovsynch (50mcg GnRH dia -10, 25mg PGF2a dia -3, 50mcg GnRH dia -1 e IA em tempo fixo dia 0 = 24h depois),
Grupo 3: Grupo controle ( IA em vacas detectadas em cio após o dia zero do experimento = dia da IA nos animais com IA em tempo fixo).
Taxa de sincronização (ovulação com 48h após o 2º GnRH), taxa de concepção a IA em tempo predeterminado, e número de animais gestantes aos 32 e 60 dias após inicio da estação de cobrição foram determinados por ultra-sonografia.
Amostras de sangue foram colhidas nos dias -22, -21 e -11 para dosagem de progesterona e classificação dos animais:
Alta progesterona = >1ng/ml
Baixa progesterona = < 1ng/ml.
A luteólise foi avaliada por alteração na concentração de progesterona (alta no dia -22 e baixa no dia -21), sendo maior no grupo 2 (86,4%, 19/22) comparado com o grupo 1 (0%, 0/18).
A taxa de sincronização (84,2%, 48/57 vs. 78,3%, 47/60), a taxa de concepção no dia 32 (43,4%, 23/53 vs 41,0%, 25/61) e a taxa de prenhez no dia 60 (57,1%, 32/56 vs. 51,7%, 30/58) foram semelhantes nos grupos 1 e 2.
A proporção de vacas em anestro (baixa progesterona nos dias -22 e -11) foi similar no grupo 1 (28,8%, 15/52) e 2 (26,7%, 16/60).
A taxa de concepção na IA em tempo fixo, diagnosticada com 32 dias pós-IA, foi similar para vacas ciclando (45,6%, 36/79) e anestro (33,3%, 10/30).
A taxa de prenhez acumulada no dia 32 foi maior nos animais que receberam IA em tempo fixo (42,1%, 48/114) comparado com as vacas do grupo controle (15,2%, 7/46), porem não foram diferentes aos 60 dias (54,4%, 62/114 vs. 62,2%, 28/45) para os grupos que receberam IA em tempo fixo vs. controle, respectivamente.
Os autores concluíram que a estratégia de sincronização de ovulação com IA em tempo fixo no inicio da estação de cobrição resultou em prenhez antecipada quando comparado ao manejo normal da fazenda.
Também, verificaram que a administração de PGF2a 12 dias antes do início do protocolo Ovsynch não melhorou a taxa de sincronização, de concepção e de prenhez quando comparado ao protocolo Ovsynch.