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Secagem de vacas leiteiras

POR CEVA SAÚDE ANIMAL

CEVA: JUNTOS, ALÉM DA SAÚDE ANIMAL

EM 25/04/2017

8 MIN DE LEITURA

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Por Alex de Souza, médico veterinário, PhD em reprodução animal, atua na gerência de técnica de bovinos da Ceva Saúde Animal.

Como é conhecido, o período seco é o intervalo entre as lactações no qual as vacas de leite devem ficar sem serem ordenhadas em preparo para a próxima lactação. Normalmente este período dura aproximadamente 60 dias, porém sob certas condições de manejo e nutrição específicas, períodos secos mais curtos de até 45 dias podem ser viáveis. Um grande número de pesquisas mostram que períodos secos muito longos maiores que 70 dias tendem a aumentar a incidência de problemas metabólicos no pós parto; e períodos de secagem menores que 45 dias normalmente fazem com que a vaca produza menos leite na lactação subsequente – desta forma não sendo indicados. Além disso, vacas com gestações gemelares e picos de estresse térmico ambiental tendem a antecipar partos em até 2 semanas. Portanto, a decisão da duração do período seco depende das instalações disponíveis e do sistema de manejo de cada rebanho.

Em geral, o processo de secagem deve ser efetuado de forma abrupta, associado à utilização higiênica de antibióticos intramamários específicos para vacas secas em conformidade com a duração do período seco de forma a evitar resíduos de antibióticos após o parto. O antibiótico utilizado também deve ser específico de forma a tratar os principais tipos de infecções que ocorrem no rebanho – isso é importante pois cada rebanho tende a ter uma característica individual quanto aos patógenos mais comuns em vacas contaminadas. Nesse sentido a cultura do leite de forma a identificar possíveis patógenos, associado a análise de contagem de células somáticas de cada animal, e em casos especiais até mesmo de quartos individuais, antes da secagem e após o parto são de suma importância no gerenciamento veterinário de mastites clínicas e sub-clínicas, assim como avaliar as taxas de cura durante o período seco. Outro aspecto importante que deve ser explorado de forma proativa pelo produtor e seus consultores é o descarte de animais mais velhos contaminados por certos tipos de micro-organismos como, estafilococos aureus e animais em qualquer idade com teste de cultura positiva para micoplasma. Estes animais, cronicamente contaminados por estas bactérias, dificilmente têm um sucesso no tratamento antibiótico e representam um alto risco para o restante do rebanho.

O manejo de vacas no período pré-secagem é muito variável nas fazendas brasileiras e, na verdade, em todo o mundo. Infelizmente, muitas produtores com o intuito de diminuir a produção de leite no final da lactação, submetem as vacas, em especial as mais produtoras, a períodos de restrição alimentar e eventualmente hídrica que pode durar de 1 a 4 semanas antes de realizar o procedimento de secagem. Este manejo é conhecido como secagem gradual. Obviamente, restringir água ou alimentos no período pré-secagem causa um grande estresse no animal e, portanto, este tipo de manejo não é recomendado por inúmeros motivos de ordem fisiológica para o animal, não inibe problemas de vazamento de leite após secagem (Gott, Rajala-Schultz et al. 2016), aliado ao fato desses animais se encontrarem no terço final de gestação, fase crítica para o desenvolvimento do bezerro no útero da vaca. Dessa forma, vacas lactantes devem ser mantidas em suas dietas balanceadas e rotina de ordenha constante até o momento da secagem, que deve ser conduzida preferencialmente de forma abrupta. Após a secagem as vacas devem ser mantidas em dietas especificamente formuladas para vacas secas, com particular atenção em tentar evitar, por exemplo, excesso de potássio, que pode atrapalhar o mecanismo de remoção de cálcio dos ossos em adaptação à nova lactação. Vale ressaltar que trocas de dietas, diminuição de frequência de ordenha ou movimentações frequentes para diferentes lotes geram um grande estresse no animal e devem ser evitados a todo custo.

Durante esta “pausa” entre lactações, a glândula mamária ou simplesmente “úbere” tem que passar por um processo bastante ativo a nível celular e endócrino de involução e posterior renovação deste tecido glandular produtor de leite em preparação para a próxima lactação. Como seria de se esperar, vacas com maiores produções de leite no momento da secagem são mais propensas a se contaminarem com micro-organismos causadores de mastite (Newman, Rajala-Schultz et al. 2010) e, portanto, o processo de secagem em vacas produzindo mais de 15 kg no dia da secagem tende a ser mais problemático. Por exemplo, maiores produções de leite no momento da secagem induzem mais edema, dor e casos de vazamento de leite, que podem afetar mais de 40% das vacas sob certas condições de manejo, atrasando a formação do tampão de queratina no canal do teto, o que representa uma importante via de contaminação do úbere (mastites).

Não se sabe muito sobre os efeitos desses diferentes tipos de estresse na vaca, na próxima lactação ou mesmo no feto da vaca que está gestante no momento da secagem. Obviamente estas interações de estresse e consequente cascata hormonal são extremamente complexas. Vários grupos de pesquisa descreveram recentemente que o estresse térmico, por exemplo, induz uma condição de resistência de insulina na vaca parecida de certa forma com a diabetes em humanos: o estresse térmico desencadeia um mecanismo de sobrevivência que aumenta o aporte de energia (glicose) para o sistema imune do animal. Porém, já se sabe que isso afeta o bezerro no útero da vaca gestante, fazendo com que a vaca adulta proveniente de uma mãe exposta ao estresse térmico produza menos leite por toda sua futura vida produtiva!

Uma característica a ser manejada muito cuidadosamente durante o período seco é a condição corporal das vacas – normalmente classificado de 1 (vacas extremamente magras) a 5 (vacas extremamente gordas). Sabe-se que animais mais gordos (acima de 3.5 na escala de condição corporal mencionada anteriormente) diminuem sua ingestão de matéria seca muito antes em relação ao parto que animais com condição corporal mais ideal (3.0 a 3.5). Estas mesmas vacas mais gordas tem claramente mais problemas metabólicos no pós-parto e sua fertilidade medida em termos de taxa de concepção é muito pior, principalmente para vacas que perdem mais peso nas primeiras semanas após o parto (Carvalho, Souza et al. 2014). Pesquisas em andamento também indicam que vacas que perdem condição corporal entre o momento da secagem e o parto tem muito mais problemas de saúde no pós-parto e são descartadas do rebanho mais frequentemente. Portanto, especial atenção é necessária em se manejar a condição corporal de vacas leiteiras no período pré-secagem, peri-parto, assim como no pós-parto.

Uma série de ferramentas e técnicas estão atualmente disponíveis ao produtor e veterinários para melhorar a condição da vaca durante a secagem e período seco. Existe por exemplo uma forte tendência em se trabalhar com períodos secos mais curtos de aproximadamente 45 dias que utilizam uma dieta única de média-baixa energia, ao contrário do manejo de duas dietas conhecido como “far-off e close-up”, que parece estar relacionada a menores incidência de problemas metabólicos no pós-parto (Dann, Litherland et al. 2006). Pesquisas recentes também indicam que altas taxas de lotação, principalmente nas semanas próximas ao parto, prejudicam a ingestão de matéria seca, o que pode causar maiores problemas metabólicos no pós-parto. Portanto, é recomendado uma taxa de lotação não maior que 80% no período de transição (3 semanas antes a 3 semanas pós-parto). Além disso, vacas primíparas devem, se possível, ser mantidas separadas de vacas mais velhas antes e depois do parto de forma a aumentar a ingestão de matéria seca nestes animais mais jovens – pois o padrão alimentar de uma vaca mais jovem é muito diferente de vacas mais velhas que tendem a comer menos vezes ao longo do dia e em maiores porções por vez.

Atualmente no Brasil, também existem estratégias e apresentações farmacológicas que podem diminuir problemas relacionados ao vazamento e mesmo ao excesso de edema do úbere pós-secagem. Por exemplo, selantes de teto e mais recentemente, o primeiro facilitador de secagem, Velactis, que diminui as concentrações de prolactina ajudam em muito com os problemas de vazamento de leite pós-secagem e diminuem a chance de contaminação por bactérias e outros patógenos invasores. Na verdade, Velactis também diminui o acúmulo de leite na glândula e o excesso de edema, assim como melhora a imunidade celular (maior concentração de células de defesa) e inata do úbere (aumenta as concentrações de lactoferrina – um bacteriostático natural do leite), protegendo a glândula nos dias mais críticos durante a involução após a secagem (Bach, De-Prado et al. 2015, Boutinaud, Isaka et al. 2016).

Para saber mais sobre secagem entre em contato conosco pelo box de comentário!




Referências:

Bach, A., A. De-Prado and A. Aris (2015). "Short communication: The effects of cabergoline administration at dry-off of lactating cows on udder engorgement, milk leakages, and lying behavior." Journal of dairy science 98(10): 7097-7101.

Boutinaud, M., N. Isaka, V. Lollivier, F. Dessauge, E. Gandemer, P. Lamberton, A. D. P. Taranilla, A. Deflandre and L. Sordillo (2016). "Cabergoline inhibits prolactin secretion and accelerates involution in dairy cows after dry-off." Journal of dairy science 99(7): 5707-5718.

Carvalho, P., A. Souza, M. Amundson, K. Hackbart, M. Fuenzalida, M. Herlihy, H. Ayres, A. Dresch, L. Vieira and J. Guenther (2014). "Relationships between fertility and postpartum changes in body condition and body weight in lactating dairy cows." Journal of dairy science.

Dann, H., N. Litherland, J. Underwood, M. Bionaz, A. D’angelo, J. McFadden and J. Drackley (2006). "Diets during far-off and close-up dry periods affect periparturient metabolism and lactation in multiparous cows." Journal of dairy science 89(9): 3563-3577.

Gott, P., P. Rajala-Schultz, G. Schuenemann, K. Proudfoot and J. Hogan (2016). "Intramammary infections and milk leakage following gradual or abrupt cessation of milking." Journal of dairy science 99(5): 4005-4017.

Newman, K. A., P. J. Rajala-Schultz, F. J. DeGraves and J. Lakritz (2010). "Association of milk yield and infection status at dry-off with intramammary infections at subsequent calving." Journal of dairy research 77(01): 99-106.

CEVA SAÚDE ANIMAL

A Ceva vai revolucionar o manejo de secagem no mundo

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SANDRA NATANAEL

CAMAQUÃ - RIO GRANDE DO SUL

EM 27/10/2020

Oi qual melhor antibiótico pra usar pra secagem da vaca,, teve mamite mas agora tá curada
VALESCA SCHARDONG VILLES

EM 13/09/2018

Sobre as instalações das vacas no pré-parto, parto e pós parto?..
CEVA SAÚDE ANIMAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 19/09/2018

Olá, Valesca.

Obrigado por entrar em contato.

Iremos enviar em seu email um material que ajudará na sua dúvida.

Abraço

Equipe Ceva
CEVA SAÚDE ANIMAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 18/08/2017

Anna, sim - entender o escore de condição corporal é fundamental para o manejo de um rebanho de forma a identificar problemas para tomada de medidas preventivas ou corretivas quando necessário.
No link abaixo vc pode encontrar informações bastante visuais sobre condição corporal no site da embrapa: https://www.embrapa.br/gado-de-leite
Também existem ferramentas que podem auxiliar na tomada da condição corporal como o equipamento chamado Vetscore (mais informações no site da Embrapa) ou mesmo aplicativos para celular como o seguinte: - https://www.vetmed.wisc.edu/
Atenciosamente Alexandre Souza
ANNA BETINA STEMMER

PARANÁ - ESTUDANTE

EM 16/08/2017

Boa noite, gostaria de entender um pouco mais sobre a condição corporal de vacas e se difere entre raças ou não.

Meu e-mail bethinastemmer@gmail.com

Aguardo,
CEVA SAÚDE ANIMAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 28/04/2017

Bom dia Luis Roberto

Obrigado por participar aqui no Milk Point e pelo seu interesse no Velactis. Já informamos seu e-mail para nosso pessoal da área comercial e eles entrarão em contato o mais brevemente possível.

Atenciosamente

Rudsen Pimenta.
RETIRO PEROLAS DO LEITE

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/04/2017

Tenho interesse na aquisição deste produto para secagem de vacas de alta lactação, as quais estão secando com 15 a 20kg, dificultando muito o procedimento de secagem. Aguardo contato. Luis Roberto. Email: retiroperolasdoleite@terra.com.br

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