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A tripanossomose e suas perdas invisíveis

POR CEVA SAÚDE ANIMAL

CEVA: JUNTOS, ALÉM DA SAÚDE ANIMAL

EM 05/02/2018

4 MIN DE LEITURA

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Por Thaís Spessotto Bello (Aluna de graduação de Medicina Veterinária da UNESP/Botucatu e estagiária da Ceva, Saúde Animal)

 

A tripanossomose ou tripanossomíase é uma doença causada por protozoários do gênero Trypanosoma sp, sendo a espécie mais patogênica para os bovinos a T. vivax (Silva et al. 2003). Ela pode ser transmitida pela picada de moscas hematófagas infectadas, sendo as principais Stomoxys calcitrans, popularmente conhecida como “Mosca dos estábulos” e Haematobia irritans, a famosa “Mosca dos chifres”. Também pode acontecer via por fômites, como agulhas reutilizadas em animais doentes (CADIOLI et al., 2012).

Por ser uma doença transmitida por vetores, ela possui maior prevalência em regiões com condições de temperatura e umidade favoráveis para as moscas hematófagas, sendo, portanto, locais de clima tropical/equatorial como Pantanal e a região Norte do país. No entanto, surtos já foram relatados em Minas Gerais (ABRÃO, 2009), São Paulo (CADIOLI et al.,2012), Paraíba (BATISTA et al., 2008), Goiás (BASTOS et al., 2017). O motivo? Compra de animais portadores (que possuem o protozoário, mas não manifestam a clínica) de regiões endêmicas sem prévia realização de exames (que serão discutidos mais adiante).

A doença pode se apresentar nas formas clínica ou aguda e subclínica ou crônica:

Na clínica, o animal poderá apresentar diversos sintomas como febre intermitente, anemia, linfonodos reativos, hemorragias, mucosas pálidas, apatia, diarréia, diminuição do apetite, perda de peso, queda na produção de leite, além de sintomas neurológicos como fraqueza, ataxia (incoordenação motora, animal em estação com os membros abertos), salivação excessiva e até a morte do animal.

Já na forma subclínica, o animal não apresenta sintomas de forma tão característica, podendo passar despercebida pelo produtor, sendo potencial gerador de perdas econômicas. O animal apresenta febre, anemia, diminuição de apetite, consequente perda de peso e queda na produção de leite. Também pode apresentar problemas reprodutivos, como anestro prolongado, abortos, bezerros natimortos ou muito fracos e doentes, já que a infecção pode ser transplacentária. Touros podem apresentar inflamações nos testículos e epidídimos, levando a problemas na fertilidade. Um experimento realizado por Abrão et al. (2009) mostrou que a morbidade em animais contaminados por T. vivax foi de 65,7%. Os surtos podem aparecer entre 2 a 4 meses após a infecção.

A doença, portanto, deixa o rebanho magro, produzindo menos leite e as vacas, quando geram produtos, são bezerros fracos e doentes. Tudo isso, claro, interfere no bolso do produtor, sendo relatada queda na produção leiteira de 27% (Carvalho et al.,2008) e diminuição do valor do rebanho de até 17% contra 4% se o tratamento for realizado (Seidl et al., 1997).

Dessa forma, diante de qualquer suspeita, deve ser realizado o diagnóstico diferencial para a enfermidade.

O diagnóstico pode ser feito de forma direta (visualização do parasita), com aspiração de linfonodos, gota de sangue na lâmina, método de Woo (Silva et al., 2002), esse último sendo o mais empregado (Desquesnes et al., 1996). No entanto, em animais com baixa parasitemia, os exames listados acima podem apresentar falso-negativos, sendo necessário o uso do PCR para o diagnóstico.

O diagnóstico também pode ser feito de forma indireta (na qual observamos os anticorpos anti-parasita) pelos métodos de ELISA ou RIFI que são os mais indicados, pois podem apontar quais animais estão infectados ou quais já entraram em contato com o protozoário.

É de extrema importância que a profilaxia seja realizada principalmente em rebanhos de áreas endêmicas ou oriundos das mesmas.

A falta de informação leva muitas vezes o produtor utilizar como tratamento da tripanossomose o aceturato de diminazeno. Porém, é documentado na literatura científica que sua eficácia é questionável. Abrão et at. (2009) relatou que o diminazeno não foi eficaz no tratamento do protozoário em um rebanho experimental, e inclusive descreve que animais infectados e tratados com diminazeno transmitiram a doença para outros animais do rebanho.

É importante lembrar que o tratamento de melhor eficácia contra o tripanossoma bovino é o isometamidium (Vivedium®), conforme indicam pesquisas da Unesp de Araçatuba (comunicação feita pelo Prof. Fabiano Cadioli da UNESP Araçatuba). 

A tripanossomose é uma doença que pode aparecer de forma silenciosa, mas se a devida importância não for dada, pode trazer prejuízos significantes ao produtor.

Para saber mais entre em contato pelo box abaixo:

Referências:

CADIOLI,F.A.; BARNABÉ, P.A.; MACHADO, R.Z.; TEIXEIRA, M.C.A; ANDRÉ, M.R.; SAMPAIO, P.H.; JÚNIOR O.L.F.; TEIXEIRA, M.M.G.; MARQUES, L.C. First report of Trypanosoma vivax outbreak in dairy cattle in São Paulo state, Brazil. Rev. Bras. Parasitol. Vet. Jaboticabal, vol.21 no.2  Apr./June 2012.

BEZERRA, F.S.B; BATISTA, J.S. Effects of Trypanosoma vivax on reproduction – a review. Acta Veterinaria Brasilica, v.2, n.3, p.61-66, 2008. Disponível em < file:///C:/Users/User/Downloads/752-2548-1-PB%20(1).pdf> acesso em 22 jan. 2018.

BATISTA, J.S.; BEZERRA, F.S.B.; LIRA, R.A.; CARVALHO, J.R.G.; ROSADO, N. A.M.; PETRI, A.A.; TEIXEIRA, M.M.G. Clinical, epidemiological and pathological signs of natural infection in cattle by Trypanosoma vivax in Paraíba, Brazil. Pesq. Vet. Bras. 28(1):63-69, janeiro 2008.

BASTOS, T.S.A.; FARIA, A.M.; MADRID, D.M.C.; BESSA, L.C.; LINHARES, G.F.C.; JÚNIOR, O.L.F. SAMPAIO, P.H.; CRUZ, B.C.; CRUVINEL, L.B.; NICARETTA, J.E.; MACHADO, R.Z.; COSTA, A.J.D.; LOPES, W.D.Z. First outbreak and subsequent cases of Trypanosoma vivax in the state of Goiás, Brazil. Rev Bras Parasitol Vet. 26(3):366-371, Jul-Sep 2017.

DESQUESNES M.; TRESSE L.; Evaluation of the sensitivity of the Woo test for the detection of Trypanosoma vivax. Rev Elev Med Vet Pays Trop.49(4):315-21, 1996.

ABRÃO D.C.; CARVALHO A.U.; FILHO E.J.F.; BARTHOLOMEU D.C.; RIBEIRO M.F.B. Aspectos Clínicos e Patológicos da Infecção Natural Em Bovinos Leiteiros Por Trypanosoma vivax Em Minas Gerais, Brasil. Ciência Animal Veterinária, 2009.

 

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PAULO MARINHO DE CARVALHO

PARÁ DE MINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/05/2019

gostaria de saber se em casos de tripanossomose com presença de reagentes no rebanho pelo teste SOROLOGICO, porem com o rebanho não apresentando casos clinicos evidentes, seria necessário o tratamento destes animais.
CEVA SAÚDE ANIMAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 03/06/2019

Olá, Paulo.

Agradecemos o contato.

Antes de mais nada, você poderá fazer o download do guia prático da tripanosomose no Brasil por meio deste link abaixo. Ha muita informação relevante oriunda de um encontro de especialistas.

bit.ly/cartilha-ceva

A sorologia indica que o rebanho está exposto ao agente em termos epidemiológicos. Uma vez infectado, a taxa de auto-cura do indivíduo contaminado é de menos de 10% ao ano segundo a literatura. Apesar de parecer sadio, o animal com a doença subclínica tem depressão de sistema imune e perdas como aumento de CCS, menor eficiência alimentar e perdas na produção de leite e ganho de peso são comumente descritas na literatura científica. Somado a isso, a doença se espalha rapidamente no rebanho usando como reservatório estes animais aparentemente sadios. Portanto, a recomendação da maioria dos especialistas é realmente tratar todo o rebanho de forma a eliminar o problema e evitar maiores perdas financeiras.

Abraço

Equipe Ceva
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/02/2018

Bom dia , parabéns pelo artigo!
Uma dúvida, o Vivedium trata também a Babesiose e Anaplasma ou apenas a Tripanossomose?
CEVA SAÚDE ANIMAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 22/02/2018

Oi, Ronei.

Veja a resposta no comentário abaixo.

:)

Abraço
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/02/2018

Boa tarde, muito bom o artigo, parabéns!
A Tripanossomose se confunde muito a campo com a tristeza parasitária , sintomas semelhantes; quando tratamos tristeza usamos Ganaseg na dose de 1ml/10kg e tratamos também a tripanossomose; com esse medicamento Vivedium, conseguimos tratar também a Babesiose ou apenas atinge o Trypanossoma?
Obrigado!
CEVA SAÚDE ANIMAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 22/02/2018

Olá, Roney.

Obrigada pelo contato.

O isometamidium é o tratamento específico da tripanossomose bovina, porém possui uma certa ação sobre a babesia, apesar de não ser específico para essa enfermidade.

Para babesiose é recomendado o diminazeno.

Abraço
LUIZ GUSTAVO FONTOURA DO NASCIMENTO

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/02/2018

Excelente texto Thaís, aqui no Paraná já foram feitos exames e fechado diagnóstico como positivo em varias localidades espalhadas pelo estado; como sei de relatos do Rio Grande do Sul.

O tripansssoma, é uma realidade em nossos rebanhos.

att
CEVA SAÚDE ANIMAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 12/02/2018

Muito obrigada, Luiz!

Realmente temos que fazer o diagnóstico e seguir com o tratamento com o Vivedium! A doença está por todo lado, infelizmente e o quanto antes a identificarmos, melhor para o rebanho.

Abraço

Bia Ortolani - gerente de produto pecuária leiteira da Ceva

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