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Novas pesquisas e ferramentas buscam controlar o carrapato na pecuária brasileira

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 03/07/2017

6 MIN DE LEITURA

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O carrapato é, há muito tempo, um dos principais inimigos da pecuária do Brasil. Ele se multiplica com facilidade, cria resistência aos tratamentos e causa prejuízo para produtores de carne e leite. Algumas ferramentas ajudam a enfrentar esse inimigo, pequeno, mas poderoso. Algumas já existem, outras ainda passam por testes. Eles estão espalhados em todos os continentes, em vários tipos de clima e em todo tipo de animal. Tem carrapato em boi, cavalo, cachorro, camelo, lagarto, urubu, morcego e até em pinguim. Ao todo, os cientistas já identificaram mais 900 espécies no mundo.

“Carrapato é um aracnídeo, da mesma classe das aranhas e escorpiões, tem quatro pares de patas na fase adulta. Ele precisa se alimentar em um animal vertebrado, do sangue desse animal, para poder prosseguir o seu ciclo de vida. Hoje nós temos carrapatos parasitando anfíbios, répteis, aves e mamíferos em praticamente todos os cantos do planeta”, explica o veterinário Marcelo Labruna, que estuda carrapatos há 20 anos na Faculdade de Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.

O veterinário explica que o carrapato do boi não é nativo do Brasil, mas sim de regiões quentes da Ásia. A espécie, que se chama Rhipicephalus microplus, chegou no país no período colonial, se adaptou bem ao clima e se tornou um pesadelo para os criadores.

O criador Jorge Tupirajá, de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, trabalha com gado para a produção de carne há 30 anos. Para melhorar a qualidade do rebanho, investiu no cruzamento genético. O gado Canchim é uma mistura do Nelore com o gado Charolês, que é europeu. Raças europeias são mais suscetíveis, porque elas vêm de lugares onde não há esse tipo de carrapato: “O carrapato deve ser a pior praga que existe na Terra. Ainda não se viu nada mais resistente e mais difícil de se combater”.

Casos como o de Jorge se repetem por todo o país. Segundo a Embrapa, o carrapato do boi gera por ano um prejuízo de mais de R$ 9 bilhões para a pecuária brasileira. A estimativa inclui custos com tratamento e os problemas diretos e indiretos provocados pelo parasita.

O carrapato do boi é um problema sério para a pecuária brasileira, porque ele prejudica a saúde do rebanho de diversas maneiras. A veterinária Cecília Veríssimo, do Instituto de Zootecnia, pesquisa o carrapato do boi há 32 anos e explica o mal que ele provoca nos animais: “Um animal pode chegar a ter dois mil carrapatos. A primeira consequência é a anemia. O parasita também joga na corrente sanguínea substâncias que são prejudiciais ao bovino e podem causar intoxicação. Então, o boi para de comer, vai ficando fraco. É uma coisa muito violenta para o animal”.

Com menos sangue e menos apetite, os animais podem perder peso e reduzir a produção de leite. Em grandes infestações, vacas prenhes podem abortar a cria. “Se a quantidade de carrapatos é muito grande dá problema na pele e isso predispõe à bicheira”, afirma a Cecília. Além disso, o carrapato do boi também pode transmitir uma doença grave: a tristeza parasitária bovina, que provoca febre e muitas vezes é fatal para os animais.

A luta contra o carrapato

Para evitar tantos problemas, cientistas brasileiros têm travado uma guerra ao carrapato do boi e vêm trabalhando em diversas frentes. Na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, o doutor em biologia molecular, Renato Andreotti, coordena uma equipe que se dedica a estudar os carrapatos. Todas as espécies que chegam são catalogadas e fotografadas para o museu virtual do carrapato, um site que traz um banco de informações sobre os parasitas. Mas o foco principal é o carrapato do boi: “É um problema global, inclusive na Austrália, que é um grande mercado de produção de bovinos, passando pela África, América do Sul, México". 

Há cerca de 15 anos os pesquisadores vêm trabalhando para encontrar uma forma de proteger o rebanho. Uma alternativa aos produtos químicos é a vacina contra o carrapato. Hoje, a eficácia dessa vacina é de 72%. Ainda não é o ideal, por isso o esforço é para aumentar esse índice.

A pesquisa quer chegar a 95% de eficiência da vacina. Nos últimos três anos, a pesquisa vem evoluindo com o estudo do genoma do carrapato, um mapeamento genético, para que mais proteínas possam ser identificadas. “A vacina é uma proteína do carrapato que produzirá anticorpos quando injetado no bovino, levando o carrapato à morte. Nós acreditamos que em dois anos teremos uma resposta mais forte do que temos atualmente”, explica Renato.

Enquanto a vacina não chega à eficiência esperada, os pesquisadores estão trabalhando outras alternativas para controlar o carrapato. O parasita chega ao animal ainda na fase de larva, passa para a fase de ninfa, até se tornar um carrapato cheio de sangue pronto pra cair. No pasto, a fêmea coloca em torno de três mil ovos que vão virar larvas. Na pastagem é possível ver as larvas de carrapato à espera do gado.

Quando as larvas estão prontas para atacar, elas podem sobreviver mais de 80 dias na pastagem. Então, uma das estratégias estudadas pela Embrapa é um programa de manejo, ou seja, ir trocando o gado de lugar de acordo com o ciclo do carrapato. A proposta usa como modelo uma área de 100 hectares, com 100 animais, dividida em quatro partes. A proposta exige investimento do produtor em manejo, mas segundo Renato, as vantagens compensam.

Mas a principal ferramenta usada pelos criadores na luta contra o carrapato é o carrapaticida, que mata os parasitas, um tipo de produto que muitas vezes esbarra em um problema. Uma grande dificuldade no combate ao carrapato do boi é que ele desenvolve resistência a produtos químicos. O criador aplica um carrapaticida no gado, a maior parte dos carrapatos morre, mas os que sobram se reproduzem e, com o tempo, vão formando uma população resistente ao produto. Surge um drama para o criador: como encontrar um carrapaticida que seja de fato eficiente?

O agrônomo Sérgio Costa conhece bem esse problema. Ele produz leite em Cachoeira Paulista, São Paulo, em uma propriedade com 200 vacas em lactação: “É uma dor de cabeça muito grande e que pesa muito na nossa planilha quando a gente vai ver os gastos com medicamentos. Dentre os medicamentos, o controle do carrapato certamente contribui em 60% do gasto com medicamentos”.

Para reduzir custos e melhorar o controle, Sérgio adotou uma manejo simples. Ele passou a enviar carrapatos do rebanho para uma análise em laboratório. É um teste que identifica o carrapaticida mais eficiente para o caso dele. A análise dos carrapatos pode ser feita pela Embrapa e também em lugares como o Instituto Biológico, da Secretaria de Agricultura de São Paulo. 

Além de identificar quais são os carrapaticidas mais eficientes para cada propriedade, esse tipo de teste também aponta qual deve ser o intervalo de aplicação dos produtos. Só que identificar o carrapaticida mais adequado pode não ser suficiente, afinal o controle bem feito depende também de uma boa aplicação.

Segundo a veterinária Cecília Verríssimo, alguns carrapaticidas devem ser colocados no dorso dos animais e outros pulverizados. Entre os pequenos produtores, o método mais usado é aplicação com pulverizadores costais. Ela alerta que carrapaticida é veneno e que os aplicadores devem sempre usar equipamentos de proteção e respeitar as instruções dos fabricantes, quanto a dosagem e carência dos produtos. Outro ponto decisivo é montar um calendário para repetir as aplicações, com intervalos que variam segundo o produto.

No caso de Sérgio Costa, as boas práticas na aplicação e os testes de laboratório trouxeram grandes mudanças para a saúde do rebanho. “Tem sido positivo o procedimento de envio do carrapato, de poder ter um resultado, saber qual o princípio ativo mais eficiente. Acho que é uma ferramenta extremamente eficiente que auxilia. Temos conseguido manter o rebanho limpo”, comemora.

Locais que recebem carrapatos para o teste de biocarrapaticidograma:

POLO REGIONAL RIBEIRÃO PRETO
Av. Bandeirantes, 2419 - Ribeirão Preto -SP
(16) 3637-1849
Márcia Mendes

INSTITUTO BIOLÓGICO - SÃO PAULO
Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
(11) 5087-1707
Fernanda Duarte

As informações são do Globo Rural.  

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PAULO ROBERTO VIANA FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/07/2017

Segundo a Embrapa Gado de Leite(Dr. Jon Furlong);

carrapato é  um acaro.

Talvez seja melhor consultar um terceiro especialista.

UFV tem especialista.

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