Segundo a Reportagem do Valor Econômino, depois do tomate e do feijão, o leite é o mais novo vilão da inflação, e o governo, preocupado com o aumento do preço do leite e com o impacto sobre os índices de preços, já prepara mudanças nas regras de importação de leite em pó da Argentina. O Valor cita que os dados do IBGE mostram alta, de janeiro a maio, de 8,46% no IPCA de leites e derivados, índice usado como referência para as metas de inflação, e que o índice geral mede inflação acumulada de 2,88% no ano.
De acordo com fontes do governo, relata o Valor, o objetivo das mudanças é flexibilizar as regras do acordo de restrição voluntária que limita a venda de leite da Argentina a 3,6 mil toneladas de leite em pó a cada mês para o Brasil. "Em maio, a Argentina exportou apenas 1,4 mil toneladas para o Brasil e não foi por falta de cotas. A política do governo Kirchner é segurar o leite lá para controlar a inflação no país vizinho. Mexer nas cotas pode não resolver", afirma Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional da Pecuária Leiteira da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo o Valor, a prioridade de buscar o leite em países próximos em vez de importar de outros mercados mais distantes é que o leite importado precisa chegar rapidamente ao mercado doméstico para viabilizar algum impacto em preços.
Contudo, a reportagem relata que, em Minas Gerais, maior bacia leiteira do país, produtores reagiram com críticas à intenção do governo de permitir mais leite importado no mercado. Segundo o Valor, o novo presidente da Itambé, Alexandre Almeida, disse que a medida tende a ter pouco resultado no combate à inflação, primeiro porque a Argentina não está conseguindo remeter ao Brasil a cota de 3.600 toneladas de leite em pó por mês, e segundo porque a pressão vem do mercado internacional. Para Almeida, seria mais vantajoso e eficiente no combate à inflação leiteira, o pagamento por parte do governo de créditos de PIS/Cofins devido às empresas. O diretor executivo do sindicato dos laticínios do Estado de Minas Gerais, Celso Moreira, também criticou a mudança, dizendo que desta forma, "indiretamente, estaremos investindo na produção primária de outros países".
A reportagem do Valor relata que a CNA possui um programa de melhoria do setor leiteiro, com treinamento intensivo para os produtores de leite, além de financiamento para aquisição de máquinas e melhoria na alimentação dos animais. "O setor tem um programa para melhorar a competitividade e aumentar a produção nacional em 70% nos próximos dez anos. Se recuperarmos a autossuficiência, não dependeremos mais de importações", explica Rodrigo Alvim ao Valor.
As informações são do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
A matéria completa do Valor Econômico pode ser lida acessando o link:
https://www.valor.com.br/agro/3185458/impacto-da-alta-do-leite-na-inflacao-preocupa-governo#ixzz2Y4nLghFn