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Cana-de-açúcar para alimentação animal: importância da escolha da variedade para o sucesso da produção de ruminantes

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/05/2010

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 19/10/2022

A cana-de-açúcar é a forrageira dos anos 2000 para alimentação animal. Muitas febres forrageiras se passaram nos anos 80 e 90. Agora é a vez da cana-de-açúcar que em nossa opinião veio com uma nova roupagem de utilização, deixou de ser descriminada pelo baixo teor de proteína e ganhou o status de forrageira energética. Mas suas justificativas de utilização continuam as mesmas. As principais são a alta produtividade, com consequente baixo custo por unidade de matéria seca; por estar madura no período da seca; e por apresentar baixo risco agronômico.

Se você ainda não ganha dinheiro com produção animal, talvez o motivo seja a inobservância dos fatores componentes do seu sistema de produção, como a baixa produção do seu canavial.

Escolha da variedade

A cana-de-açúcar é uma planta semiperene, que pode ser mantida na média por cinco anos sem ser renovada. Por isso, a correta decisão na escolha do material a ser plantado torna-se fundamental.

O acerto na escolha da variedade constitui-se no primeiro passo para o sucesso não só do canavial, mas de todo um sistema de produção de ruminantes. Neste sentido, serão listadas abaixo as principais características a serem observadas:

1. Alta produtividade,
2. Alto teor de sacarose,
3. Baixos teores de fibra,
4. Adaptada às condições edafoclimáticas,
5. Resistência ao tombamento,
6. Resistência a pragas e doenças,
7. Época de maturação,
8. Despalha fácil,
9. Digestibilidade da fração fibrosa.

O baixo custo por unidade de matéria seca só será obtido com utilização de variedades de alta produtividade. A variação de produção é muito grande, em estudo realizado por Andrade et al. (2003) avaliando 39 variedades de cana-de-açúcar observaram valores de 20,98 a 53,86 t de MS/ha. Se realizarmos um exercício apenas para exemplificar a importância na produtividade na diluição dos custos da tonelada de matéria seca.

O custo médio de implantação de um hectare de cana-de-açúcar é em média R$ 2.500,00. Para o cálculo, será considerado todo esse custo na primeira colheita (Cana planta), o que não é o mais correto, mas serve como exercício.

Tabela 1. Custo da tonelada de duas variedades de cana-de-açúcar, com diferentes variedades



Observa-se na tabela 1 a importância da escolha da variedade sobre o custo de produção da tonelada de cana-de-açúcar, pois ao se comparar a variedade menos produtiva com a de maior produção, tem-se um incremento de 2,57 no custo da tonelada.

Outra questão preponderante no que diz respeito a escolha de variedades é a qualidade nutricional. Não adianta ter uma variedade de alta produção se está também não tiver uma boa digestibilidade. Na realização do mesmo raciocínio feito para a produção tem-se impacto no custo da tonelada da matéria seca degradável da ordem de 30%.

Um fato interessante observado no artigo de Andrade et al. (2003) foi que variedades que possuem baixos teores de FDN foram os que apresentaram os menores valores de degradabilidade dessa fração. Este fato constitui-se no maior desafio para os programas de melhoramento de cana-de-açúcar para alimentação animal, pois o que se objetiva de uma boa cana-de-açúcar é justamente um baixo teor de FDN e uma boa digestibilidade desta fração.

Porém, quando se considera a produção de matéria seca e a degradabilidade da matéria seca, tem-se a grande vantagem. Existem variedades que apresentam alta produtividade e alta qualidade e com certeza são esses materiais que devem ser escolhidos (Figura 1).


Observa-se na tabela 1 a importância da escolha da variedade sobre o custo de produção da tonelada de cana-de-açúcar, pois ao se comparar a variedade menos produtiva com a de maior produção, tem-se um incremento de 2,57 no custo da tonelada.

Outra questão preponderante no que diz respeito a escolha de variedades é a qualidade nutricional. Não adianta ter uma variedade de alta produção se está também não tiver uma boa digestibilidade. Na realização do mesmo raciocínio feito para a produção tem-se impacto no custo da tonelada da matéria seca degradável da ordem de 30%.

Um fato interessante observado no artigo de Andrade et al. (2003) foi que variedades que possuem baixos teores de FDN foram os que apresentaram os menores valores de degradabilidade dessa fração. Este fato constitui-se no maior desafio para os programas de melhoramento de cana-de-açúcar para alimentação animal, pois o que se objetiva de uma boa cana-de-açúcar é justamente um baixo teor de FDN e uma boa digestibilidade desta fração.

Porém, quando se considera a produção de matéria seca e a degradabilidade da matéria seca, tem-se a grande vantagem. Existem variedades que apresentam alta produtividade e alta qualidade e com certeza são esses materiais que devem ser escolhidos (Figura 1).Figura 1. Relação entre a produção de matéria seca (t/ha) e a degradabilidade da matéria seca de 39 variedades de cana-de-açúcar. Adaptado de Andrade et al. (2003)

Outra grande questão pouco explorada pelos pecuaristas é a escolha de variedades em função da época de maturação. Existem variedades precoces, médias e tardias; e um bom planejamento forrageiro baseado na utilização de cana-de-açúcar não deve ser fundamentado em uma única variedade, e sim em variedades com distintos pontos de maturação.

As usinas trabalham com o conceito de ambiente de produção que leva em consideração os fatores edafoclimáticos e este conceito deve ser aplicado na produção de cana-de-açúcar para alimentação animal.

Em resumo, não cabe aqui a indicação de uma, duas ou três variedades. Pois não existe uma variedade capaz de atender as condições e demandas dos mais diversos sistemas de produção de ruminantes do Brasil. A única recomendação é: escolha a variedade de cana-de-açúcar que a usina plantaria na área escolhida. Assim pressupõe-se que a variedade atenderia as produções desejadas. Porém, seria interessante nesse momento que você buscasse o conhecimento sobre o teor de FDN e da digestibilidade desta variedade.
 

Este trecho faz parte do módulo 1 do Curso Online AgriPoint, Cana-de-Açúcar para Alimentação Animal: produção, balanceamento de rações e desempenho, que tem como instrutores Thiago Fernandes Bernardes (eng. agrônomo, D.Sc. e pós doutorando em conservação de forragens pelo Departamento de Zootecnia da Esalq/USP), Rafael Camargo do Amaral (zootecnista, M.Sc e doutorando em Ciência Animal e Pastagens pela Esalq/USP), Patrick Schmidt (zootecnista,
professor da Universidade Federal do Paraná e consultor ad hoc da Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Revista Acta Scientiarum, Animal Sciences e Revista Brasileira de Zootecnia) e Gustavo Rezende Siqueira (zootecnista, D.Sc. e pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios).

Neste curso serão discutidos: Manejo agronômico do canavial e dimensionamento do rebanho; silagem de cana-de-açúcar; aditivos para cana-de-açúcar in natura e ensilada; e desempenho animal e balanceamento de rações com cana para bovinos de corte e leite, ovinos e caprinos.

Para saber mais sobre esse assunto e as particularidades da utilização de cana-de-açúcar in natura ou ensilada para a alimentação do rebanho, participe do curso que terá início no dia 18 de maio.

Conheça a programação completa deste curso.

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JOSE GAUNA

EM 09/01/2017

A variedade IAC86-2480b serve para qualquer tipo de solo ou tem restrições, serve para engorda de bovinos? Como adquirir e qual o preço das mudas?

    Gostaria de receber resposta no email gaunafortes@hotmail.com
RICARDO MEZENCO

PASSOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/08/2016

Boa tarde ao amigos,



Quais as variedades de cana de açucar mais utilizadas para alimentação de gado leiteiro?



Onde é possível encontrar mudas de tais variedades?



Há alguma ensiladeira para ser utilizada em tratores pequenos que  "aguente" o batidão do dia-a-dia?



Muito Obrigado
HELIO DAHY

PIRACAIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 14/09/2010

Sr Helvecio Oliveira,

Também utilizo cana para alimentar meu gado de corte e leite com bom resultado, porém trata-se de cana sem uma variedade definida.
Qual a variedade de cana é mais indicada para a região bragantina SP?
Onde encontrar muda?
Abraço!
MÁRCIO LUIZ LOPES

CARNEIRINHO - MINAS GERAIS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 06/08/2010

Olá,

Na qualidade de jornalista, vou utilizar o site para pesquisa, até pq sou responsável
por dois jornais ligados a classe produtiva.

Tenho certeza de que serei correspondido.

Abraços!
MONICA BEATRIZ DO NASCIMENTO PESSOA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2010

Sr Helvecio Oliveira,

Por favor gostaria que o sr fosse mais claro em dizer por qual motivo acha que "milho nao é comida vaca" o sr nao o considera como? volumoso, grao ...... algum motivo especial ?

Att

Monica
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2010

Saudações! Vosso curso me enterressou e muito! Mas, antes de tudo gostaria de saber, qual o fator que não vejo vantagens na utilização da tão "badalada" cana forrageira IAC 86 2480, mesmo comparada as canas RB85 5536, RB85 7540 e SP79 1011??? Será que é o baixo teor de sacarose? Estamos iníciando a reforma de uma area pequena de cana na região de Carapebus-RJ; e gostaria de saber onde seria possível adquir variedades mais modernas de cana, é nossa meta trabalharmos com corte mecanizado desta cana? Mesmo que poucas toneladas para a multiplicação! GRATO, aguardo sua resposta!!! marcelo
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 02/06/2010

Utilizo cana de açucar x uréia x sulfato de amônia há 15 anos. Amigos que trabalham com silagem de milho dizem que dou alguma coisa, às escondidas, porque minhas vacas têm bom score corporal e dão muito leite (média de curral de 25 kg/dia). Meu intervalo entre partos é de 12 -12,5 meses e as bezerras (jersey, jersolando e holandês) parem com 23 -27 meses de idade, dependendo da raça. A cana fresca tem ainda a vantagem de poder ser cortada para cada 3-4 dias, trazendo algum conforto na mão de obra. Há que se ter cana de boa qualidade, rica em sacarose e de boa digestibilidade.
Como temos que trabalhar com redução de custos ao invés de querermos alterar o câmbio, está aí uma ótima oportunidade para esta redução de custos. No período chuvoso uso capim elefante picado (de 60-75 dias) para as vacas em lactação e utilizo o sistema de semiconfinamento para estas vacas.
Para as vacas não lactantes e novilhas, no período seco, uso silagem de capim verde picado enriquecida com farelo de trigo para um dos tratos diário e outro com cana fresca.
Com a cana tenho redução de custos da ordem de 30-40% em relação a silagem de milho e redução na produtividade leiteira inferior a 10%. Fiz estas contas por alguns anos e estou convicto disto!
Concluindo imagino que o segredo do volumoso a baixo custo e de boa qualidade para o gado leiteiro seria:
1 - Cana de boa qualidade, plantada, colhida e manejada com tecnologia adequada;
2 - Capineira (capim elefante) bem adubada (uso esterco de curral em grande quantidade), propicia 4 cortes/ano. O excedente pode ser ensilado gradativamente, de acordo com o clima, em pequenos silos de superfície.
DIETHELM HAMMER

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/05/2010

Como prestadora de servicos de silagem (MEGASIL, Itararé-SP) reagimos ao interesse crescente para a silagem de cana e já temos uma maquina automotriz operando exclusivamente nesta cultura. Depois da silagem de milho as outras maquinas da nossa frota trabalham com cabecalho especial na silagem de cana tambem. Como profissional da área eu questiono o preco estipulado de R$ 500/ha para a colheita/picagem - Só com maquinas especializadas e ainda em condicoes favoráveis (terreno plano, bem plantado, cana fraca em pé) podemos chegar perto deste preco! As maquinas acopladas em tratores nao rendem, quebram e demoram tanto que o preco final deve ser o dobro do estipulado neste artigo. Mais mesmo assim: Ninguem vai mais parar a cana como forrageira! Diethelm Hammer, Alemanha, www.eugen.de
HELVECIO OLIVEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 08/05/2010

Ver a cana na mídia é sinal que, finalmente, o Brasil acorda para a sua natureza tropical e se dá conta de que o milho traz maiz respostas servindo a monogátricos do que a ruminantes. Enfim, milho não é comida de vaca - pode-se conseguir resulatdos semelhantes com volumosos de menor custo e menos susceptíveis às imtempéries.

Avança o Brasil!!!

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