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Proteína na alimentação de ovinos e verminose - Parte I |
MILENA HAMA TOTAKE WATANABE
MAURO SARTORI
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO
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MILENA HAMA TOTAKE WATANABESÃO BERNARDO DO CAMPO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE OVINOS EM 26/10/2009
Caro Senhor Cleber Alves Dias
Andei pesquisando na internet e existem produtos que utilizam farinha de minhoca na alimentação animal. Entretanto, esses produtos contêm um teor alto de proteína (70%), logo, seu uso deve ser em pequenas quantidades. Para obter informações mais precisas do valor nutricional das suas minhocas, vc deve mandar a farinha para uma análise em um laboratório de bromatologia e pedir as análises de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, matéria mineral. Só assim vc poderá balancear corretamente a sua dieta. Outra informação importante que eu encontrei na internet foi que as minhocas utilizadas para fazer a farinha não devem ter uma dieta á base de esterco e sim uma dieta especial, porém também encontrei alguns trabalhos utilizando esterco de bovinos e equinos como substrato para minhocas. O ideal é procurar pessoas especializadas na área de produção de farinha de minhoca já que as informaçõe são divergentes. Deve-se lembrar também que ovinos são animais seletivos, logo, observe se o consumo se mantém com a adição da farinha, caso ocorre redução de consumo, é necessário a adição de outros produtos palatabilizantes que estimulem o consumo. Espero ter esclarecido suas dúvidas. Att Milena Hama Totake Watanabe Mestranda Nutrição de Ruminantes, IZ, SP. |
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMONOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO EM 19/10/2009
Caro Senhor Marcos Lima Barbosa,
A condição para haver a infestação de vermes resistentes é o USO INDISCRIMINADO DE VERMÍFUGO, ou seja, utilizar-se de vermífugo em todo o rebanho de uma só vez (muitas vezes sem necessidade para isso). Se o Sr. utiliza o método Famacha de observação da coloração da mucosa ocular, e do aspecto todo do animal (observação da condição corporal e presença de diarreia) para vermifugar seus animais, o Sr. não precisa se preocupar, porque nunca estará selecionando uma cepa resistente ao anti-helmíntico, já que poucos animais necessitam dessa vermifugação no rebanho. Às vezes, uma categoria inteira precisa ser vermifugada (ex: fêmeas no periparto, cordeiros no desmame). Mas, neste caso, o Sr. vai vermifugar somente os animais desta categoria e não todo o renbanho. Então, sempre haverá a possibilidade de sobrevivência de uma cepa sensível a determinado anti-helmíntico sobreviver na propriedade. Cecília José Veríssimo Méd. Vet. e Pesq. IZ, Nova Odessa, SP |
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMONOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO EM 19/10/2009
Caro Senhor Carlos Eduardo,
conheço há muitos anos uma propriedade que cria ovelhas lanadas no município de Campos do Jordão, e eles têm problemas com verminose devido a manejo alimentar incorreto, raça sensível, e cepa de Haemonchus multirresistente. Portanto, o problema da verminose não é menor em grandes altitudes. O Haemonchus se adapta bem ao frio, desde que haja animais sensíveis para ele se fixar e continuar o ciclo. O que o Sr. tem que fazer é 1º) saber qual vermífugo tem melhor atuação para os vermes daí fazendo um teste de redução do OPG. 2º) Dar uma ótima alimentação (principalmente em relação à proteína da dieta) aos seus animais que por serem leiteiros, devem ser mais exigentes, e por conseguinte, mais suscetíveis à verminose?! 3º) Efetuar o controle seletivo da verminose baseado na vermifugação pela coloração da mucosa ocular (método Famacha), a cada 15-20 dias em todo o rebanho. Um abraço, e boa sorte com seus animais, Cecília José Veríssimo (Médica Veterinária e Pesquisadora do IZ, cjverissimo@iz.sp.gov.br) |
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMONOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO EM 15/10/2009
Caro Sr. Dagoberto Mariano,
desconheço estudos sobre a verminose em sistemas silvopastoris. Mas o sombreamento das pastagens pelas árvores teoricamente deve aumentar a população das larvas, justamente pelo sombreamento que favorece as larvas. Os seus animais devem ser resistentes e é isto que acontece na maioria dos casos, os produtores dão muito vermífugo sem a menor necessidade (às vezes os vermífugos nem funcionam e eles estão dando a seus animais...)! A primeira providência quanto ao controle da verminose é verificar a eficácia do vermífugo que se está dando (fórmula está no artigo de minha autoria "Vermífugo: menos vale mais" aqui neste site. Depois, se o produtor optar por controlar a verminose somente nos mais suscetíveis, utilizando o método Famacha (mucosa ocular) como avaliação para vermifugar ou não os animais, verificará que será uma pequena população de animais que ele vai ter que vermifugar a cada 15-20 dias (no verão o ideal é avaliar todo o rebanho semanalmente). Abraço a todos, Cecília José Veríssimo |
CARLOS EDUARDO SCHMIDTCAMPOS DO JORDÃO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/10/2009
Iniciamos a criação de ovelhas da raça East Friesian no Brasil, e estamos em região de altitude (1.500 a 1.600 metros), Campos do Jordão, onde prevalece na pastagem nativa o quicuio e o trevo branco. Todas muito apreciadas pelas ovelhas. Introduzimos também o cornichão cujas sementes foram trazidas do Sul. Temos também uma pastagem experimental de brizantha MG5, mas parece que não apetece muito as ovelhas que têm preferência para gramas ou capins rasteiros.
Pergunto: Em regiões de altitude a incidência é maior ou menor de vermes e será que o tipo de vegetação natural e divertificada protege de alguma forma os animais da incidência de verminose. Necessitamos deste forum de debates para que possamos somar as nossas experiências com as dos demais criadores. Um abraço à todos, Carlos Schmidt Associação Brasileira de Criadores de East Friesian Fazenda Valle das Fadas |
DAGOBERTO MARIANO CESARITAPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 08/10/2009
meu rebanho pastoreia braquiaria decumbens sob cultura de pinus ellioti e observei maior resistencia ´a verminose, pois, há tres meses vermifuguei e os animais apresentam ainda em bom estado de saude.
Qual é o estudo existente do sinergismo dessas culturas intercaladas? Abraços Dagoberto. |
MARCOS LIMA BARBOSASÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE OVINOS EM 08/10/2009
CARA CECÍLIA
Mais uma vez obrigado por excelente artigo.Há regiões no BRASIL como o vale do paraiba em SÃO PAULO ,onde o período das chuvas que se estende entre outubro a março,cai tanta agua que temos a impressão de ver a olho nú o pasto crescendo.Nossos pastos são de brachiaria e fazemos rotação das pastagens a cada 5 dias e retornando a eles após 50 dias.Mesmo em pastos de aruana,com 5 dias de pastejo,jamais conseguimos rebaixar estes pastos ao ponto do sol incidir no pé da planta.Como temos a experiencia que trocar pastos de brachiaria por aruana é uma luta inglória,que no primeiro ano parece que vencemos a brachiaria mas em 2 anos esta arrasa com a aruana,fica a pergunta.Será que estamos nos enganando com o controle da verminose em pastos onde o rebaixamento não é feito adequadamente?Será que terei que repassar com muito gado meus pastos para rebaixa-los ao ponto do sol incidir no pe´da planta(equinos não daría certo pois não comen braquiaria)Será que este descanso de 50 dias é uma ilusão?Será apenas uma questão de tempo ocorrer infestações de vermes resistentes ,mesmo com este manejo que emprego? Até Temos conseguido conviver com a verminose pois perdemos muito poucoa animais devido a anemia,porem isto tem sido devido ao repasse diario e criterioso do rebanho.Fico pensando nos coitados daqueles que insistem em criar ovinos em regiões de chuva sem um criterioso manejo de pastagens e sem uma mão de obra treinada e compromissada com os resultados. FORTE ABRAÇO MARCOS BARBOSA CABANHA MB DORPER |
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMONOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO EM 06/10/2009
Prezado Antonio
Sim, nas pastagens (ou no ambiente, fora do animal) estão 98% dos parasitas na forma de ovo e larva (vida livre). Sim, podemos atuar ativamente para tentar diminuir o número de larvas na pastagem. Algumas formas de atuarmos são: - Manejo dos pastos: o rodízio de pastagens (principalmente quando se utiliza forrageiras de crescimento ereto, tipo Aruana) é um modo muito interessante de controle de larvas e ovos nos pastos. O controle não se dá devido ao período de descanso (que é em torno de 30 dias no verão e 60 no inverno), e sim, devido à insolação que sofre o pasto desfolhado. Os ovinos entram no pasto, ficam no piquete num período (preferencialmente) inferior a 7 dias, e comem todas as folhas, deixando o pasto a uma altura de 10-15cm (no caso do Aruana) o que permite máxima exposição do sol na base da planta e no solo, diminuindo a viabilidade dos ovos e das larvas que lá se encontram. À medida em que o capim vai crescendo e criando sombra, esse efeito vai diminuindo. A outra grande vantagem desse método, é que se for bem feito, você estará sempre dando um capim de qualidade para os animais (alto teor de folhas), o que aumentará a resistência deles. A forrageira que constitui este pasto também é fator importante na viabilidade das larvas. Trabalho realizado em Nova Odessa, no Instituto de Zootecnia, mostrou que em uma variedade de Braquiária (cv. Mulato) foram recuperadas muito mais larvas do que no Aruana e no Áries (cultivares de Panicum maximum). Isso porque, mesmo nesse esquema de rotação de pastos, com alta lotação (para comer o máximo em menor tempo), havia uma maior sobra de folhas ou parte delas na Braquiaria, o que favorecia o sombreamento do solo e da base da planta, colaborando para a sobrevivência de ovos e larvas na pastagem. - Pastagem conjunta com outra espécie que não hospede o Haemonchus contortus, a espécie mais patogência a ovinos e caprinos. O pastejo alternado ou conjunto com outras espécies (bovinos adultos ou equinos) também ajuda a controlar este parasita. - A outra forma, ainda não disponível no comércio, é o controle biológico, com fungos nematófagos (fungos que são dados aos animais através da ração ou sal mineral, e que ao saírem nas fezes, crescem se alimentando das larvas dos nematóides, entre eles, Haemonchus contortus). Cordeiros criados na pastagem devem sempre ter acesso a creepfeeding (com concentrado com cerca de 18% de PB), e sua infestação por parasitas deve ser sempre monitorada com OPG e/ou Famacha (a cada 15 dias), e utilização de vermífugo com eficácia superior a 90%, sempre que necessário. Se você não tiver um vermífugo com boa eficácia, então a melhor opção é confinar os cordeiros até o abate e as fêmeas até 5-6 meses, quando são gradativamente adaptadas às pastagens. Após 45 dias em que foram soltos no pasto com suas mães foi necessário vermifugar cordeiros de várias idades, em trabalho realizado no IZ, no verão de 2008. |
ANTONIO RAFAEL CAMARGO RODRIGUESBARRETOS - SÃO PAULO - ESTUDANTE EM 05/10/2009
Boa tarde!!
Bem como dito anteriormente estas infestações são maiores nas pastagens que é onde deveriam ser tomadas as providencias mais eficazes, certo?! Qual manejo adequado a setomar para controle ou diminuição destes nas pastagens? Pastejo intermitente? Controle químico nas pastagens?... E para animais, cordeiros no creep feding, estas infestações são maiores? Quais os cuidados a serem tomados Obrigado!! |
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