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Produção de leite em capim elefante, com ou sem suplementação, em Parnaíba - Piauí

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/05/2003

3 MIN DE LEITURA

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João Avelar Magalhães, Expedito Aguiar Lopes e Braz Henrique Nunes Rodrigues 1

A alternativa racional para melhoria na competitividade e sustentabilidade da produção de leite no Brasil, é a saída do sistema estabulado de gado puro ou de elevada mestiçagem da raça holandesa para o sistema de produção intensiva em pastagens. Esses sistemas de produção de leite são mais competitivos, considerando-se os baixos investimentos em instalações e equipamentos, quando comparados com os sistemas de confinamento e geralmente têm menores custos de mão-de-obra e alimentação.

Todavia, no nordeste brasileiro, a instabilidade climática, com irregular e deficiente distribuição espacial e temporal das chuvas, acentua a estacionalidade da produção de forragem, que se restringe apenas a quatro ou cinco meses durante o ano. Todavia, o uso da irrigação das pastagens elimina ou reduz os efeitos da produção de forragem estacional, decorrentes das secas ou estiagens. Por outro lado, alguns pesquisadores consideram que os primeiros 10 litros de leite produzidos por uma vaca podem ser alcançados em regime de pastejo, com o uso de forrageiras tropicais.

No entanto, para maximizar a produção de leite em determinados estágios de lactação, ou para obter produções diárias de indivíduos com potencial leiteiro acima desse valor, é necessário o aporte suplementar de proteína e energia. A administração ração concentrada na alimentação de vacas leiteiras é uma prática bastante eficiente do ponto de vista nutricional, porém, eleva de forma considerável os custos de produção, podendo chegar a 40%, 50% e até 60%, dependendo da região.

Em várias partes do mundo, a leucena, leguminosa originária da América Central, vem sendo recomendada como alternativa de baixo custo na substituição parcial de rações comerciais na suplementação animal. No Havaí, produções de 9.700 litros de leite/hectare foram obtidas em pastos de leucena + capim colonião. Na Austrália, vacas Jersey em pastagens de "green panic" + leucena, produziram, sem suplementação de concentrado, 6.290 kg de leite/ha, durante nove meses.

Na realidade, existem diversas alternativas alimentares para suprir quanti-qualitativamente, a ineficiente ingestão de proteína e energia de vacas leiteiras em regime exclusivo de pasto.

Atualmente, a Embrapa Meio-Norte, está conduzindo um experimento, utilizando recursos do FUP/ETENE-FUNDECI, cujo objetivo é avaliar o efeito de fontes alternativas de alimentação sobre a produção de leite nos Tabuleiros Costeiros do Meio-Norte, região que envolve os estados do Piauí e Maranhão.

O experimento está sendo conduzido no município de Parnaíba, onde a empresa possui uma unidade de pesquisa. São utilizadas vacas mestiças com graus de sangue de 1/2 a 3/4 holandês/zebu, que estão distribuídas nos seguintes tratamentos:Tratamento 1 = vacas em lactação mantidas exclusivamente em pastagem de capim-elefante; Tratamento 2 = pastagem de capim-elefante + banco de proteína de leucena e Tratamento 3 = pastagem de capim-elefante + ração concentrada, fornecidas na quantidade de 1 kg para cada 3 kg de leite produzido acima de 5 kg. O capim-elefante, durante o período seco, é irrigado por um sistema de aspersão fixa de baixa vazão e baixa pressão.


Também são aplicados, através da fertirrigação, 300 kg de nitrogênio e 40 kg de cloreto de potássio por hectare, divididos em 12 aplicações. Os animais pastam a leucena durante 3 horas por dia. A maior produção leiteira tem sido observada nas vacas do Tratamento 3, que produziram 11,01 kg de leite/vaca/dia e 3.326,78 kg de leite/vaca/lactação. Tais resultados superaram, significativamente, as produções observadas nas vacas dos tratamentos 2 (8,89 kg de leite/vaca/dia e 2.721,22 kg de leite/vaca/lactação) e 1 (8,29 kg de leite/vaca/dia e 2.433,65 kg de leite/vaca/lactação). O maior período de lactação foi registrado nas vacas do Tratamento 2 (306,1 dias), seguido dos Tratamento 3 (302,16 dias) e Tratamento 1 (293,56 dias). A relação da produção de leite/kg de concentrado foi de 3,91, representando um consumo de 0,24 kg de concentrado/kg de leite.

Os resultados indicam que, nas condições de Tabuleiros Costeiros do Piauí, até 8 kg de leite podem ser obtidos de vacas mantidas exclusivamente em pastagens irrigadas, desde que sejam adubadas e recebam irrigação no período seco.

________________________________________
1 João Avelar Magalhães, Expedito Aguiar Lopes e Braz Henrique Nunes Rodrigues da Embrapa Meio-Norte



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JULIAN MICHEL COSTA

SALTO DO JACUÍ - RIO GRANDE DO SUL

EM 18/03/2016

Quais os niveis de proteina e digestibilidade do capim elefante ..e do capim elefante roxo . Obrigado
EDUARDO REIS

EM 01/08/2014

Boa tarde. Produção de leite a baixo custo é o sonho de todo produtor. É muito difícil. Temos propriedade no sertão de alagoas e pretendo tentar mudar a forma arcaica de se criar gado. Estou irrigando um 1.5 he de sorgo e capim elefante para alimentar vacas de leite e uns garrotes para abate. Pretendo confiná-los só com esta alimentação cortada diariamente. Conseguirei uma media de 9 l/d de leite? Mesmo que não possa opinar, agradeço por tudo que  fiquei conhecendo.
MURILO BEZERRA

OUTRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 28/05/2003

Este tema é extremamente contraditório. Acabo de ler em um livro e em um experimento da Embrapa, sobre o uso de concentrado para complemento do pastom, e eles chegam à alertar para o cuidado no uso desta suplementação, pois houve vários casos de vacas que, para cada 1 kg de ração, não acrescentaram 1 kg de leite. Gostaria de uma posição, bem positiva e prática deste polêmico assunto, pois pesquiso, faz um mês e não consigo decidir, se dou ou não esse complemento para minhas vacas. Minhas vacas estão num braquiarão razoavelmente bom. Eu pergunto: um vaca de 12 litros que comece a receber 3 ou 4 kg de concentrado, aumenta para quanto seu leite (vaca boa de raça, girolanda) ?

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