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Leite São Paulo encaminha proposta à Câmara Setoprial da cadeia Produtiva de Leite e Derivados

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/02/2013

9 MIN DE LEITURA

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Leite São Paulo encaminha proposta à Câmara Setorial de Leite e Derivados



A indústria reclama que está operando com margens muito reduzidas, muitas até no vermelho. A LBR por exemplo entrou com pedido de recuperação judicial para uma dívida da ordem de R$ 1 bilhão. É preciso lembrar que a indústria perdeu margem basicamente para o varejo, e o produto onde houve maior perda de margem foi o leite UHT.

Se a recuperação da margem da indústria não puder ser repassada ao consumidor, com certeza não será o produtor que poderá absorver essa margem, pois a realidade é que a maioria tem dificuldade para cobrir o custo operacional de produção do leite cru. Se pensarmos no custo efetivo vale a afirmação de um deputado mineiro: o produtor que acha que está ganhando dinheiro com leite é porque não sabe fazer conta!

De 2000 a 2010, enquanto o aumento da renda familiar nas cidades brasileiras variou ficou entre 60% a 86%, o preço do leite UHT nos supermercados cresceu muito pouco. Se a renda familiar do consumidor cresceu significativamente, por que não se dispõe a pagar um pouco mais pelo leite UHT?

Se o consumidor realmente não puder pagar mais pelo leite UHT a saída talvez seja produzir mais leite pasteurizado com margens que assegurem a sustentabilidade para a indústria e para os produtores.


Estas fatos levaram a Leite São Paulo a apresentar na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, as considerações abaixo, onde manifesta a preocupação com a relação do preço que o produtor recebe e o alto custo de produção do leite cru decorrente da elevação do custo da mão de obra e dos insumos de produção, e do fato do preço do leite longa vida nacional, que detém 82% do mercado de leite fluido é determinante do preço pago ao produtor, não absorver os aumentos de custos.

Apesar da Leite São Paulo ter solicitado um item específico na pauta para discutir essa questão, a apresentação foi feita nos “assuntos gerais”, no fim da reunião.

Com base na apresentação a Leite São Paulo Propôs a criação de um grupo de trabalho na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, com representante da Secretaria de Planejamento do MAPA, da indústria, do varejo e dos produtores para analisar essa questão, no nosso entender importante para a sustentabilidade do setor leiteiro e urgente face as dificuldades que se prenunciam para o ano de 2013.

O Presidente da Câmara, Rodrigo Alvim, considerando que muitos membros já tinham saído em função dos horários de seus voos, propôs, e a Leite São Paulo concordou que a proposta fosse encaminhada a todos os membros pela Coordenação da Câmara por e-mail e o posicionamento dos membros com relação a proposta fosse enviada à Coordenação também por e-mail.

Vamos aguardar para ver se  a Câmara aprova essa proposta, pois ao nosso ver a discussão dessa questão é importante para o setor leiteiro, principalmente para a sustentabilidade econômica e desenvolvimento da pecuária leiteira nacional. Se não for aprovada pelo menos ficará registrada a posição dos membros da Câmara sobre essa questão.


Marcello de Moura Campos Filho



CONSIDERAÇÕES DA LEITE SÃO PAULO APRESENTADAS NA 21ª REUNIÃO DA CÂMARA SETORIAL DE LEITE E DERIVADOS EM 21 DE FEVEREIRO DE 2013

1 – É Preocupante a relação entre o preço que o produtor recebe e os custos de produção

No Brasil o aumento do custo da mão de obra, dos grãos e dos insumos para a produção de leite é preocupante, uma vez que não estão sendo repassados ao produtor, e no varejo os preços do leite e dos lácteos permanecem sem absorver essa variação.

Os mais afetados por isso são os 30% dos produtores que respondem por 70% do leite industrializado, pois os 70% dos produtores que respondem por 30% do leite industrializado tem baixa produtividade, usam muito pouco concentrados e ou outros insumos para produção, e a mão de obra é geralmente familiar não sujeita há concorrência e as imposições legais.

Vale lembrar que a preocupação com a relação entre o preço recebido pelo produtor e os custos de produção está ocorrendo no mundo todo:

Crise no leite europeu  fecha fazendas ( fonte: Balde Branco – fevereiro 2013 )

“A crise no setor leiteiro levou ao fechamento de cerca de 157 mil fazendas europeias nos últimos três anos devido aos baixos preços”, explicou a vice-presidente da European Milk Board – EMB.
Ela considera que o setor vive uma crise similar ou pior do que a de 2009. “Os preços agora podem estar um pouco mais altos do que 2009, mas o custos do combustível, fertilizantes e outros insumos encareceram demais; estamos numa posição ainda pior”, e advertiu: cerca de 160 mil fazendas poderão deixar de produzir com o final das cotas leiteiras, previsto para 2015.

Custos de produção devem subir na Nova Zelândia ( fonte: Milkpoint – janeiro 2013)

Crescem as evidências que a Nova Zelândia terá dificuldade para manter a vantagem competitiva de produção de leite a baixo custo.

Custos devem fazer a produção de leite na Austrália cair (fonte: Milkpoint – janeiro 2013)

O calor e a relação desfavorável entre o preço do leite e o custo de produção devem afetar o volume de leite produzido na Austrália.

Preços baixos e custo de produção alto nos USA ( fonte: Milkpoint – janeiro 2013 )

Indústria faz acordo em ação em que é acusada de controlar preços mantendo preço baixo ao produtores, pagando U$ 158,6 milhões à Dairy Farms of America.
Política do etanol eleva custos de produção de leite nos USA.

A Leite São Paulo julga urgente e importante uma discussão da relação dos preços recebidos pelo varejo, pela indústria e pelos produtores e com os custos de produção na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados

2 -  Preço do leite UHT nacional e importação de leite UHT

No nosso entender o aumento do preço ao consumidor do leite UHT produzido no Brasil, com repasse ao produtor, e a importação de leite UHT  são fatores que afetam a pecuária leiteira nacional e precisam ser analisados pela CNA e pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados.

Consideremos um aumento de R$ 0,40 por litro ( da ordem do custo ad embalagem ), que para um consumo de 173 l/habitante/ano representaria um aumento no preço de R$ 69,20/habitante/ano ou R$ 5,77/habitante/mês.

A tabela abaixo mostra a renda familiar em 2000 e 2010, e sua variação, em algumas cidades brasileiras:
 
Cidade                           2000                       2010                  % Aumento
São Paulo                    2.189,76               3.533,51                     61,3
Campinas                    2.150,97               3.509,92                     63,2
Niterói                          2.621,92               4.687,15                     78,8
Santos                         2.355,02               3.943,13                     67,4
Vitória                          2.302,84               4.395,57                     90,9
Curitiba                        2.109,35               3.776,22                     79,0
Belo Horizonte             2.005,04               3.721,92                     85,9
Goiânia                        1.791,03               3.277,17                     83,0
Rio de Janeiro             1.980,80               3.391,63                      71,2
Porto Alegre                2.204,74               3.843,30                      74,3

Essa tabela demonstra o aumento significativo da renda familiar no Brasil, e que de forma geral deve estar acima de R$ 1.500,00/mês e nos grandes centros acima de R$ 3.000,00/mês.

O aumento de R$ 0,40/litro no leite UHT representa um aumento de R$
69,20/habitante por ano ou R$ 5,77/habitante/mês.
Para uma família com 5 pessoas esse aumento representaria um comprometimento de apenas 1,92% de uma renda familiar de R$ 1.500,00/mês ( que pode ocorrer nas regiões mais pobres ) e de 0,96% de uma renda familiar de R$ 3.000,00 ( que deve ocorrer na maioria dos grandes centos populacionais do País ).

É difícil acreditar que um aumento dessa ordem, aplicado de forma geral no leite UHT produzido no Brasil, cause uma grande retração no consumo do leite UHT, mesmo porque temos diversos produtos em embalagem UHT com preço entre R$ 4,00 e R$ 6,00 que vem sendo comercializados a anos nas gôndolas dos supermercados ( inclusive agora leite UHT francês a R$ 5,89/litro – o grupo que importou o produto deve ter realizado um estudo de mercado para analisar a saída do produto ).

E se houver alguma retração de consumo no leite UHT, que não deverá ser grande, essa será absorvida pelo consumo de leite pasteurizado.

Como o preço do leite UHT ( que representa cerca de 80% do consumo de leite fluido do País ) ao consumidor é hoje um determinante do preço pago ao produtor, é importante que a CNA e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite E Derivados  analisem com profundidade e brevidade a questão dos preços do leite UHT nacional ao consumidor e a importação de leite UHT.

No entender da Leite São Paulo o aumento do preço do UHT nacional ao consumidor e eventual limitação na importação de leite UHT estrangeiro é importante pois:

1) Permitirá um preço melhor ao produtor, importante para enfrentar as dificuldades já caracterizadas para 2013 em função do elevado aumento dos custos  dos insumos e da mão de obra;

2) Permitirá assegurar alguma margem para o produtor investir na melhoria da qualidade do leite que produz e na sua produtividade e competitividade;

3) Aumento na margem da indústria que vem se queixando de perda de margem, ocorrida fundamentalmente para o varejo em muitos produtos, sendo o leite UHT onde a indústria perdeu mais margem.

A Leite São Paulo julga que adiscussão do preço do leite UHT nacional e da importação de leite UHT, na Câmara Setorial da cadeia Produtiva de Leite e Derivados, é pois urgente e importante tanto como medida emergencial para 2013 como para favorecer o produtor investir na qualidade do leite e no aumento de produtividade e competitividade para assegurar para o futuro a sustentabilidade econômica da atividade.

3 – Descompasso entre investimentos públicos para o desenvolvimento da indústria de lácteos brasileira e da pecuária leiteira

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, defende a criação de empresas “campeãs nacionais” e o apoio ao setor de laticínios, face à perspectiva futura de exportação e o grande mercado interno, sendo importante para o custo de vida e a cesta básica.

Foi nessa linha o apoio à LBR, que com uma dívida da ordem de R$ 1 bilhão entrou com pedido de recuperação judicial.

Na contramão de Coutinho, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA diz que “a operação da LBR não tem muitos ganhos para a sociedade nem para o BNDES, mesmo que tivesse dado certo – dando errado é pior ainda”. “É o tipo
de operação na qual um banco público não deve participar” opina.

O fato é que temos visto o crescimento da indústria de laticínios, com implantação de novas plantas, compras e fusões, com fundamentado grande  apoio do BNDES. No entanto não se vê grande apoio do BNDES à pecuária leiteira, que é o elo mais fraco da cadeia produtiva do leite e derivados, desorganizado, com baixa produtividade e competividade.

A força de uma cadeia produtiva fica limitado por seu elo mais fraco, no caso a pecuária leiteira.  É difícil acreditar no sucesso de uma empresa de laticínios “campeã nacional”, forte no mercado nacional e internacional, num País com uma pecuária leiteira  primitiva, pouco produtiva e competitiva. O descompasso entre  o apoio Governamental à indústria de laticínios e à pecuária leiteira não favorece o desenvolvimento do setor leiteiro nacional, prejudica o produtor de leite e a geração de trabalho e renda no campo, além de poder caracterizar desperdício de recursos públicos.

A Leite São Paulo entende que o descompasso entre investimentos públicos na indústria de laticínios e  na pecuária leiteira deveria ser discutido na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados e  as conclusões encaminhadas ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/02/2013

Prezado José Nelson Fagundes

Agradeço o comentário.

Abaixo a proposta que a Leite São Paulo enviou à Coordenação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados propondo a criação de um grupo de trabalho, com representantes do Governo, do varejo, da indústria e dos produtores, para discutir e propor soluções para os problemas que afetam a sustentabilidade da indústria e da pecuária leiteira.

Esta proposta será enviada por e-mail para todos os membros da Câmara e as respostas também serão por e-mail. Se o grupo de trabalho for aprovado acreditamos que demos um passo importante para solucionar os problemas. Se não for, pelo menos saberemos quem não se dispõe a envidar esforços para mudar a situação atual, ou por estar satisfeito com ela ou por achar que é impossível qualquer mudança.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho


PROPOSTA À CÂMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE LEITE E DERIVADOS

De acordo com o estabelecido na reunião ordinária da Câmara Setorial da cadeia Produtiva de leite e Derivados, ocorrida em Brasília no dia 21 de fevereiro de 2013, e considerando que:

1) A renda familiar nas cidades brasileiras no período de 2000 a 2010 de forma geral teve aumentos entre 60% a 85% e o aumento do preço do leite UHT foi muito menor;

2) A indústria de laticínios perdeu margens basicamente para o varejo, sendo a maior perda de margem ocorrida no leite UHT;

3) O leite UHT representa 82% do consumo de leite fluido no Brasil e é determinante para o preço pago ao produtor de leite cru;

4) Os custos de produção de leite cru , devido o aumento do preço da mão de obra e dos muitos insumos usados para sua produção, especialmente os grão, aumentaram muito a partir de 2011 e há um descompasso com os preços que o produtor de leite vem recebendo, com perspectiva de uma crise na pecuária leiteira nacional provocando significativa redução na oferta e com consequências a longo prazo;

5) Uma redução significativa na oferta de leite cru, para evitar o desabastecimento no País, poderá provocar um aumento nas importações, que já são significativas uma vez que há anos a produção nacional não atende as necessidades internas, prejudicando a geração de trabalho e renda no interior, com consequências a longo prazo;

A Leite São Paulo formaliza, para a apreciação de todos os seu membros e convidados permanentes, a proposta à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados de formação de um Grupo de Trabalho, com representantes da Secretaria de Planejamento do MAPA, do varejo, da indústria e dos produtores, analisar e discutir este quadro e apresentar ao plenário da Câmara, no menor tempo possível, suas conclusões e recomendações no sentido assegurar a sustentabilidade econômica ao setor leiteiro nacional, especialmente à sua pecuária leiteira, bem como para fomentar a produção nacional atender plenamente as necessidades do País e caminhar para tornar o Brasil um exportador de leite e lácteos.

JOSÉ NELSON FAGUNDES

JOÃO MONLEVADE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/02/2013

Muito bem colocado!
As entidades devem mobilizar. As grandes redes forçam as industrias a venderem por preços baixos, sem lucros e se necessário importam para forçar ainda mais. As industrias comprimem os preços do leite cru dos produtores... Este é o ciclo perverso
que atende só as redes de supermercados que não abrem mão dos custos dos contratos somado a sua margem de lucro que é alta.
Todos tem que ter a sustentabilidade de seus negócios. Os produtores e as industrias são as partes fracas desta cadeia por serem numerosos, não conseguem negociar.

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