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Intensificação de pastagens: adubação e irrigação

POR MARCO A. A. BALSALOBRE

E PATRICIA MENEZES SANTOS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2003

3 MIN DE LEITURA

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A irrigação de pastagens tem sido motivo de discussão há vários anos (Ghelfi Filho, 1972). Entretanto, foi nos anos 90 que esse assunto se tornou mais evidente. Alguns agricultores, tentando melhorar a rentabilidade de suas propriedades e, se utilizando de equipamentos de irrigação já instalados, migraram para a pecuária. Esses primeiros sistemas de produção animal com irrigação via pivô central chamaram a atenção, pois eram vistos como uma atitude inovadora e mostravam uma nova fase da pecuária. A implantação de sistemas de irrigação em pastagens, no entanto, deve ser analisada de forma crítica, considerando-se o sistema de produção como um todo.

Marcelino et al. (2003) desenvolveram um experimento na Embrapa Cerrados, em Planaltina - DF, com o objetivo de avaliar o efeito de tensões hídricas do solo1 (35, 60, 100 e 500 kPa) e de doses de nitrogênio (0, 45, 90, 180 e 360 kg N/ha) sobre a produção de matéria seca do Tifton 85 ao longo de um ano. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com parcelas subdivididas (tensões hídricas nas parcelas e doses de N nas subparcelas) com três repetições. As temperaturas média, máxima e mínima durante o período experimental podem ser vistas na Figura 1.

Os autores observaram efeito da dose de N sobre a massa de forragem em todas as tensões hídricas testadas, sendo a resposta linear apenas para a tensão de 35 kPa (Figura 2). Para a tensão hídrica de 60 kPa a resposta foi assintótica, sendo que os incrementos da massa de forragem em decorrência da adubação a partir de 90 kg N/ha foram reduzidos. Nas tensões hídricas de 100 e 500 kPa a resposta à adubação foi quadrática e as maiores produções foram obtidas com 295 e 330 kg N/ha, respectivamente. Foi observado também que a taxa de acúmulo de matéria seca foi maior no período de temperaturas mais elevadas, porém não houve efeito significativo das tensões hídricas testadas sobre a taxa de acúmulo de matéria seca dentro de cada período (Tabela 1). Houve interação entre período de corte e doses de N, sendo que entre março e agosto não houve efeito da adubação sobre a produção de forragem e as melhores respostas foram observadas entre setembro e novembro (Figura 3). Os autores concluíram que a dose de 360 kg N/ha na tensão hídrica do solo de 35 kPa proporcionou a maior produção de matéria seca nos períodos em que as condições climáticas não foram limitantes.
 

Figura 1: Temperaturas máximas, médias e mínimas (médias mensais) durante o período experimental (março/2000 a janeiro/2001)
Fonte: Marcelino et al. (2003)
 

Figura 2: Produção de matéria seca (t/ha) por tensões hídricas do solo em Tifton 85 nas diferentes doses de N.
Fonte: Marcelino et al. (2003)

Tabela 1: Taxa de acúmulo de matéria seca (kg /ha.dia) de Tifton 85 nos cinco períodos avaliadas, nas doses de N e tensões hídricas testadas.
 

 

Figura 3: Taxa de produção de matéria seca (kg MS/ha.dia) de Tifton 85 nas diferentes doses de N, nos cinco períodos de avaliação.
Fonte: Marcelino et al. (2003)

Comentários: Os resultados obtidos por Marcelino et al. (2003) levantam uma série de questões importantes que devem ser consideradas durante o planejamento do sistema de produção. Uma delas é com relação à estacionalidade de produção. Muitos produtores têm implantado sistemas de irrigação com o objetivo de elevar a taxa de lotação de suas propriedades durante o ano. Os dados de Marcelino et al. (2003), no entanto, mostram que, mesmo em condições irrigadas, a taxa de acúmulo de matéria seca é menor no período de maio a agosto e que, entre março e agosto não há resposta de produção de forragem à adubação. Isso indica que o crescimento da planta forrageira neste período é limitado também por outros fatores como, por exemplo, a temperatura. A viabilidade de implantação de sistemas de irrigação em pastagens precisa, portanto, ser melhor analisada. Mesmo irrigando o pasto, o produtor deve estar preparado para enfrentar o período da entressafra, o que pode tornar o sistema como um todo menos interessante do ponto de vista econômico.

MARCELINO, K.R.A.; VILELA, L.; LEITE, G.G.; GUERRA, A.F. DIOGO, J.M.S da. Manejo da adubação nitrogenada de tensões hídricas sobre a produção de matéria seca e índice de área foliar de Tifton 85 cultivado no cerrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.2, p.268-275, 2003.
____________________________
1 Tensão hídrica do solo é uma forma de avaliar a disponibilidade de água para as plantas. Nas áreas com níveis de tensão hídrica mais baixos a disponibilidade de água no solo é maior.

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