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Feijão com Arroz

POR MARIO SÉRGIO ZONI*

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/10/2007

4 MIN DE LEITURA

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Ao iniciarmos mais um período de plantio, com as primeiras chuvas em algumas regiões, alguns produtores de leite começam a ser assolados pelas dúvidas de sempre sobre qual volumoso é o mais barato de ser produzido. Acho que a questão tem facílima resposta se mudarmos a pergunta; ao invés de mais barato, a pergunta a ser feita é qual volumoso é mais rentável quando pensamos em produção de leite ao longo de todo o ano.

Quando questionamos produção anual, devemos considerar algumas questões estratégicas. A primeira é qual o custo por tonelada de matéria seca produzida, considerando principalmente custo oportunidade da forrageira. Vemos diversos números sendo apresentados em mídias ou em pesquisas considerando custos de produção, porém com visões enviesadas da realidade ou mesmo direcionadas, que acabam por confundir principalmente os produtores de média e baixa tecnificação.

Questões como uso de silagem de milho ou sorgo versus cana-de-açúcar pululam quase que mensalmente nas revistas e informes dirigidas ao produtor de leite, sem que se apresentem comparativos considerando o que verdadeiramente importa que é conversão da forrageira em litros de leite. Dificilmente uma forrageira para plantio no período das águas terá um desempenho tão bom quanto o milho caso se observem todos os cuidados quanto ao plantio, ponto de corte e ensilamento.

Mesmo sabendo que cada região tem particularidades quanto à época de plantio, nas regiões onde trabalho temos obtido médias de produção de silagem de milho ao redor de 55.000 Kg de matéria original ou 18.000 Kg de matéria seca, sendo que alguns produtores têm trabalhado com médias de toda a área até 20% maiores. Em ambos os casos os custos da tonelada da matéria seca tem se situado ao redor de R$ 215,00 (conforme tabela de custos abaixo), pois ao levar em conta o custo oportunidade da saca de milho temos uma visão mais realista se o lucro vem da atividade pecuária ou parte é lucro agrícola.
 


Fonte: Fundação ABC e MILKON$ULT

Existe algum segredo para obtenção dessas médias? Acredito que não, pois as mesmas são fruto de um encadeamento de práticas agronômicas ao alcance de todos. Práticas como plantio direto, adensamento de plantio, adubação de base, uso de sementes certificadas, etc... estão ao alcance de todos, bastando contratar a assessoria de um bom Engenheiro Agrônomo. A partir do ponto em que o milho irá se aproximar do ponto de corte, a decisão gerencial da fazenda ajudará e complementará tudo o que foi feito corretamente até aquele momento.

A segunda e mais importante decisão refere-se ao corte da silagem, pois decisões como ponto de corte e velocidade de ensilamento são cruciais na obtenção de uma silagem que trará maior retorno financeiro para a propriedade. Tenho trabalhado com recomendações de corte quando o grão ainda apresenta 2/3 da linha do leite ou no máximo ½ linha do leite, o que difere da recomendação de algumas sementeiras que tem recomendado pontos de corte quando a planta está um pouco mais seca, visando melhor aproveitamento do amido.

Isso talvez fosse verdadeiro se trabalhássemos com milhos DENT, menos duros e com maior digestibilidade, como os milhos nacionais são FLINT e por isso mais vítreos, o que vemos é a passagem de muito milho não digerido presente no esterco quando utilizamos pontos de corte ao redor de 1/3 da linha do leite. A segunda variável refere-se à velocidade de ensilamento, e aí acredito não haver dúvidas, que quanto mais rápido conseguirmos fechar o material, melhor.

Sendo assim, o uso de automotrizes não é mais um luxo e sim uma necessidade quando falamos de áreas de milho superiores a 50 hectares. Nos casos onde a topografia não permite o uso de máquinas maiores, o plantio escalonado e o ensilamento em pequenos silos impõe-se como necessidade absoluta de forma que não se perca qualidade do material já pronto, degradando pela exposição ao sol, sereno e ar.

A terceira decisão relativa ao corte refere-se ao tamanho da partícula, e essa talvez seja a mais difícil de definir, pois ela traz dois componentes praticamente antagônicos. Se por um lado quanto menor a partícula melhor o processo de ensilamento e fermentação, as vacas necessitam de fibra efetiva para seu processo digestivo e o material muito fragmentado tem de forma geral levado os animais a quadros de acidose e baixa produção de sólidos.

Esta decisão adquire uma variável a mais, quando consideramos como será feita a dieta, se é uma misturadora que fará a TMR, se a dieta será feita no Garfomix, se trabalha com fresa desensiladora ou com carga manual, pois o que observamos é que quanto maior o fracionamento do material ensilado pelo uso da fresa e de carretas misturadoras com facas, maior tem que ser o tamanho da partícula no momento do corte.

De forma geral, acredito que a obtenção de uma boa silagem de milho é o ponto básico para qualquer propriedade que queira produzir leite ao longo de todo o ano sem muitos sobressaltos. Mesmo para aqueles produtores que trabalham com gramas tropicais em piquetes ao longo do período das águas, a produção de material ensilado de qualidade para fornecer aos animais no período de outono e inverno pode fazer toda a diferença entre produzir leite com tranqüilidade ou ter que correr atrás de fornecedores de bagaço, feno ou outras fontes de volumoso para produzir leite em épocas de pouca chuva.

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FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/01/2008

Mario Sergio Zoni,

Compartilho de sua opinião, a silagem de milho é o melhor volumoso principalmente para alimentação no período da seca.

Sempre costumo dizer que para animais de boa produção (não precisa nem ser de 40 litros de média, como foi citado na resposta ao Anderson), a resposta no aumento de produção de leite com o uso da silagem de milho, faz o custo por litro de leite ficar mais baixo quando comparado ao uso da cana.
O que importa é produzir leite mais barato e num maior volume.

Também entendo a recomendação de muitos técnicos aqui no sul de Minas, principalmente para os produtores de leite em pequenas propriedades, que utilizam mão de obra própria e cujo rebanho ainda não sendo de boa qualidade genética, a cana se torna uma boa opção, principalmente pela produtividade por área. Nesses casos, é melhor sobrar volumoso do que faltar.

Sempre gosto de seus artigos/comentários aqui no MilkPoint, transmitem experiência e bom senso.

FELIPE

ITAIPULÂNDIA - PARANÁ

EM 29/11/2007

Prezado Mário,

Aqui na região oeste do Paraná estamos com um trabalho muito interessante, com cana-de-açúcar, corrigida. Nossos produtores são na grande maioria pequenos, não tendo condições de fazer uma silagem pelo seu custo.

Tivemos também um inverno atípico, sem chuva, e o que salvou, ou melhor, aguentou, foi a cana.

Parabéns pelo seu artigo.

um abraço.
ROGÉRIO LOPES VIANA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2007

Caro Dr. Mário,

Ótimo artigo, gostaria de uma próxima vez que a comparação fosse realizada com a silagem de sorgo, principalmente em relação aos custos, considerando um produtor de nível tecnológico alto, tendo condições de fazer dois cortes na mesma cultura.

Obrigado
Rogério Lopes Viana

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Rogério

Geralmente utilizamos o Sorgo como cultura suplementar a de Milho, plantando-a após a retirada da Silagem e aproveitando a adubação residual do Milho e complementando-a. Esta silagem é utilizada para todas as categorias com baixas exigências de produção, visto as limitações de FDA e FDN não permitirem o uso pleno em animais de alta exigência.

Estamos atualmente testando um sorgo branco com baixíssimo nível de tanino com vistas a melhorar a possibilidade de uso do sorgo.

Abraços

Mário Sérgio Zoni
MARCOS TADEU COSMO

SALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/10/2007

Prezado Mario,

Grato por mais um oportuno artigo, uma vez que somos muitas vezes tentados a reinventar a roda. Gostaria de um comentário seu sobre o adensamento de plantio para silagem de milho.

Obrigado

Marcos Tadeu Cosmo
MARCOS OLIVIER DALSTON

GUARANI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/10/2007

Caro Dr. Mário,

Em relação ao valor de R$ 2.600,00 para a cana, não me parece muito alto, tendo em vista que esse valor é dividido pelo número de anos correspondente a duração do canavial. Mesmo quando associado ao valor da manutenção anual me parece bem em conta quando comparado à silagem de milho.
Parabéns pelo artigo.

Marcos Olivier Dalston
Sítio Lagoa Dourada
Guarani - MG

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Marcos

O valor citado é o custo de produção anual, sem colheita, de um hectare de Cana de Açúcar. Não estou referindo-me apenas ao custo de implantação, mas a este custo diluído por 5 anos, mais os custos de manutenção. Como você vê não e tão barato assim.

Abraços

Mário Sérgio Zoni
ANDERSON AMORIM DE SOUZA

CAMPO VERDE - MATO GROSSO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 08/10/2007

Dr. Mário,

Matéria de extrema valia para nós que realizamos assistência técnica. Pediria só que detalhasse para nós o ponto de colheita do milho.

Obrigado!

<b>Resposta do autor:</b>

Bom Dia Anderson,

Como comentei na matéria, tenho recomendado ponto de corte para silagem quando ainda existem 2/3 da linha de leite, o que nas variedades que plantamos produz uma silagem de milho com MS entre 29 e 33%. Com este material temos conseguido médias de produção muito melhores que no passado, com médias de rebanho (rebanhos de grande porte com 305 a 470 animais em ordenha) ao redor ou superior a 40 Litros de leite comercializado/dia.

Abraços,

Mário Sérgio Zoni
FRANCISCO DE ASSIS LAMAR

SÃO LUÍS - MARANHÃO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/10/2007

Dr. Zoni,

Esse seu artigo tem informações preciosas. Gostaria que aprofundasse o assunto, fazendo um comparativo de custos entre silagem de milho x cana-de-açucar, seja <i>in natura</i> ou com aditivos.

Lamar.

<b>Resposta do autor:</b>

Bom Dia Francisco,

Este comparativo é justamente o tema que abordarei na continuação da matéria. Apenas como referência, os custos de cana-de-açúcar em lavouras comerciais giram ao redor de R$ 2.600,00 sem a colheita para produtividades médias de 80 toneladas, o que não é nada barato quando pensamos que é uma lavoura plurianual que imobiliza a terra por no mínimo 5 anos.

Abraços

Mário Sérgio Zoni

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