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Epididimite ovina: abra os olhos!

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/05/2006

1 MIN DE LEITURA

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A epididimite ovina é uma doença infecciosa de grande importância na ovinocultura, causando elevadas perdas econômicas por afetar diretamente a eficiência reprodutiva e, conseqüentemente, produtiva do sistema de produção.

Apesar de ser relacionada, a princípio, com a bactéria Brucella ovis, diversos outros agentes, a exemplo do Corynebacterium pseudotuberculosis, Arcanobacterium pyogenes, Actinobacillus sp. e Haemophilus sp., podem estar envolvidos na infecção, o que dificulta o seu diagnóstico mais preciso, além da variação existente em animais infectados quanto a manifestações clínicas, andrológicas e sorológicas.

A epididimite causa declínio na eficiência do sistema de produção por reduzir ou até anular a fertilidade dos carneiros, pela baixa taxa de concepção das matrizes, pelo aumento na reabsorção embrionária, abortos, nascimento de cordeiros mortos e cordeiros fracos com pouca viabilidade, além da desvalorização dos produtos da propriedade rural.

Foto 1. Reprodutor apresentando epididimite bilateral, baixa motilidade espermática e alta porcentagem de patologias espermáticas.

Atenção especial deve ser dada ao plantel de reprodutores, adotando-se medidas preventivas tanto na aquisição quanto na utilização dos carneiros na época reprodutiva. Carneiros apresentando mudanças de consistência dos epidídimos e/ou testículos à palpação; baixa motilidade espermática; alta porcentagem de patologias espermáticas; e presença de leucócitos no ejaculado ao exame andrológico, devem ser eleitos para exames mais específicos, incluindo bacteriologia e sorologia, principalmente quando são animais de alto valor financeiro e/ou zootécnico.

Algumas recomendações devem ser consideradas no momento da aquisição e utilização de reprodutores:
- Exigir exame andrológico completo e exame sorológico para Brucelose ovina quando da compra;
- Realizar exame andrológico de todos os reprodutores 60 dias antes da estação de reprodução;
- Reavaliar todos os carneiros do rebanho 60 dias após a constatação de qualquer animal positivo;
- Descartar todos os carneiros positivos a Brucelose;
- Reprodutores adquiridos e utilizados em sistema de consórcio devem ser rigorosamente avaliados e monitorados;

Foto 2. Reprodutor apresentando epididimite bilateral avançada com orquite unilateral e necroligozoospermia (baixa quantidade de espermatozóides, todos mortos).

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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LUIS ANTÔNIO BATISTA DE ALMEIDA

QUADRA - SÃO PAULO - OVINOS/CAPRINOS

EM 22/02/2021

Ola Dr.temos um reprodutor Dorsety e apresentou alguns sintomas que fez com que perdesse peso apos um tratamento com polivitaminico e um descanso de quinze dias o mesmo se recuperou porem o saco escrotal do mesmo encolheu. Pode ser epididimite? Luis Antônio - Quadra SP
GILSON SILVEIRA DE AVILA

TREZE TÍLIAS - SANTA CATARINA - OVINOS/CAPRINOS

EM 16/08/2019

Boa noite Dr Daniel, tudo bem?

Existe diferença visual dos testículos entre um reprodutor bom e ruim, exemplo ser mais arredondado ou mais pontiagudos ou até mesmo mais divididos?
Obrigado!!!
GLAUCIA PIRES

EM 16/04/2019

Olá, Daniel compre um borrego com 6 meses e ele está inchando um testeliculo, está com umas três semanas e o inchaço some e volta ,será que epididimite tem cura.
MARCOS

RECIFE - PERNAMBUCO - OVINOS/CAPRINOS

EM 15/06/2017

Como vai Artur!



Os animais que conseguirem nascer de pais infectados pela Epididimite ovina  nascerão  obrigatoriamente com a a patologia ou não? É uma doença específica de machos reprodutores ou pode haver contaminação nas fêmeas que se tornariam portadoras do mal?
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 17/08/2015

Olá Artur,



Eu só conheço o Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) que faz o diagnóstico por IDGA.



Abraços,



Daniel
ARTUR BRUZAMARELLO

FOZ DO IGUAÇU - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/08/2015

Boa tarde

Poderia me informar de algum laboratório que faça o Fixação de complemento para diagnóstico confirmatório de epididimite ovina?

Obrigado
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 14/04/2015

Caro Vinicius,



Epididimite ovina é uma doença altamente infecciosa e é caso de abate sanitário em abatedouros e sacrifício/incineração em fazendas.



Esses animais não devem ser consumidos!



Abraços,



Daniel
VINICIUS

GUADALUPE - PIAUÍ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/04/2015

para o animal com epididimite não diminui naturalmente o inchaço devo aplicar anti-inflamatórios e depois castra-lo a carcaça terá problemas para ser consumida.
ANDRÉ SCALCO

APIAÍ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/09/2010

Prezado Daniel,

Fui procurado por um produtor para ver um reprodutor que está com um inchaço muito grande nos testículos. Chega ao chão seua bolsa escrotal. Isso pode ser Epedidimite?

Temos observado pariçoes normais no rebalho.

Como estava dificultando a locomoção do animal, realizamos a castração do animal.

Agora fica uma pergunta, é possivel consumir a carne deste animal?

Qual medidas tomar com o restante do rebanho?

grato,

Att,

André Scalco

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 09/06/2010

Olá Socorro,

Realmente há uma grande possibilidade do problema estar concentrado no reprodutor, por isso, seria viável se realizar um exame andrológico no mesmo e encaminhar amostras de sêmen e de soro para um laboratório veterinário de doenças infecciosas, solicitando análises para os principais agentes causadores de aborto em ovinos como Brucella abortus, Brucella ovis, Chlamydophila abortus, Toxoplasma gondii e Campylobacter spp, dentre outras.

Por meio do exame andrológico é possível constatar se o reprodutor, de fato, apresenta um quadro de epididimite/orquite. Caso o exame esteja Ok, você pode testar esse mesmo reprodutor em um outro lote de ovelhas, mas certamente, o exame andrológico e os exames laboratoriais teriam um custo menor.

Embora taxas de aborto inferiores a 3% sejam consideradas normais em rebanhos ovinos, a situação apresentada por você não é normal, necessitando de investigação.

Obrigado por sua participação e desculpe a demora!!!

Abraços,

Daniel
MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS

RECIFE - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 24/05/2010

Daniel.
Temos uma pequena criação de ovinos e apenas um reprodutor que mostrou sinal de ser um bom reprodutor, pois apresenta libido, cobre bem as ovelhas, porém estamos tendo um alto nivel de perda de borregos. Das 5 ovelhas que ele cobriu apenas uma conseguiu criar seu borrego, três abortaram somente um feto e uma outra perdeu de uma só vez cinco borregos, fato incrivel, pois é muito raro isso acontecer, será que é por causa do carneiro? Será epididimite? Outras ovelhas que adquirimos de outro criatorio e que vieram prenhas, tiveram seus borregos normais.
Obrigada,
Socorro Santos
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 29/04/2008

Olá Diego,

A palpação dos epidídimos e testículos é uma técnica útil no diagnóstico da epididimite ovina, no entanto, apresenta sérias limitações. Alguns estudos têm demonstrado que apenas aproximadamente 36% dos carneiros positivos à brucelose pela sorologia e bacteriologia (que são exames mais específicos) apresentam algum tipo de alteração nos epidídimos/testículos que seja notável pela palpação. Ou seja, a grande maioria dos animais infectados não apresentam lesões palpáveis, o que limita em muito o uso da palpação como técnica isolada de diagnóstico. Além disso, as lesões que evoluem para cronicidade podem não ser perceptíveis à palpação, assim como, existem diversos outros agentes, infecciosos ou não, que podem causar algum tipo de alteração no aparelho reprodutor do macho.

O uso isolado de antiinflamatórios não-esteróides pode reduzir alguns sinais clínicos, como inchaço e vermelhidão, mas não alteraram a consistência dos tecidos nem terá qualquer efeito sobre o processo infeccioso, pois o agente primário de todo o processo é de origem bacteriana. Se for usado antiinflamatórios esteróides, aí o desastre está feito, pois estes medicamentos possuem forte influência sobre a endocrinologia reprodutiva e certamente, irão contribuir para o agravamento da condição andrológica do reprodutor.

O importante para o diagnóstico e controle da doença é a associação de histórico clínico do rebanho (% de abortos, taxa de concepção, taxa de natalidade), exame andrológico (que inclui o exame físico do aparelho reprodutor do macho e o exame do sêmen) e sorologia para Brucella ovis.

Caso os animais sejam de alto valor zootécnico e/ou financeiro, indico também o exame bacteriológico do sêmen, e a depender do resultado pode-se efetuar uma tentativa de tratamento.

Abraços,

Daniel
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 29/04/2008

Olá Silvia,

Há um protocolo terapêutico a base de antibiótico que pode apresentar bons resultados, a depender da extensão do processo inflamatório e do nível de comprometimento dos tecidos a nível de epidídimo e testículo. No entanto, o tratamento é apenas recomendado para reprodutores de alto valor zootécnico e/ou financeiro, o que poderia justificar a terapia e permitir que esse animal tenha um maior período em atividade reprodutiva, deixando um maior número de descendentes. É uma questão que deve ser analisada com bastante critério.

Para efetuar tal tratamento é necessário fazer um monitoramento rigoroso do reprodutor com exames andrológicos periódicos e ao longo do tratamento, assim como, monitorar alguns possíveis efeitos colaterais que podem surgir no decorrer do processo.

De qualquer forma, a terapia não é recomendada para rebanhos comerciais. Tendo como base o alto risco de reincidiva e de perpetuação dos agentes infecciosos causadores da epididimite no rebanho, especialmente em se tratando de B.ovis, o mais indicado é o descarte do reprodutor.

Abraços,
DIEGO LIMA DA SILVA GOMES

JOÃO PESSOA - PARAIBA - ESTUDANTE

EM 29/04/2008

Bem como a epididimite e a orquite apresentam inflamações, gostaria de saber se a aplicação de anti-inflamatórios pode minimizar essas inflamações fazendo com que se torne difícil o indentificação desses sintomas apenas com a palpação e se o produtor pode mascarar esses sintomas visto que o correto seria pedir o exame de brucelose eo andrológico.
SILIVA LETICIA TARTARI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 28/04/2008

Boa tarde Sr Daniel,

Existe algum tratamento efetivo que poderia ser feito para que haja a regreção do quadro de epididimite? Em qual estagio seria mais efetivo.
Obrigada
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 08/02/2007

Bom dia Paulo,

Bom, infelizmente, ainda não existe vacina efetiva contra a Brucella ovis, a nível mundial. Diversos tipos de vacinas têm sido desenvolvidas nos últimos 50 anos, mas nenhuma delas conferiu imunidade adequada aos animais vacinados.

Existe uma vacina preparada com a B. melitensis (brucelose caprina) que conferi 80% de imunidade contra B.ovis, só que é proibida na grande maioria dos países, além de se tratar de uma espécie de brucela patogênica ao ser humano.

No entanto, as pesquisas continuam, e com o avanço das técnicas de biologia molecular, algumas alternativas estão sendo pesquisadas, tudo experimentalmente. Assim, a vacinação está fora dos programas profiláticos envolvendo a epididimite ovina, pelo menos, por enquanto.

Qualquer dúvida pode entrar em contato!!

Obrigado por sua participação!!

Cordialmente,

Daniel
PAULO CESAR DIAS THOMAZELLA

SOROCABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/02/2007

Como a epididimite pode estar relacionada com a brucelose? Gostaria de saber se existe no Brasil vacina para ser aplicada nas fêmeas entre 3 e 6 meses de idade.

Atenciosamente,
Paulo Thomazella
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 14/06/2006

<p align=justify>Prezada Karin,

Os agentes infecciosos mais comuns envolvidos com a epididimite/orquite ovina são a <i> Brucella ovis, Corynebacterium pseudotuberculosis, Arcanobacterium pyogenes, Actinobacillus spp., Haemophilus spp. e Histophilus ovis</i>. Dentre os menos comuns, podemos citar: <i> Acinetobacter spp., Bacteroides spp., Escherichia coli, Pasteurella multocida, Pseudomonas spp., Moraxella, spp., Staphylococcus spp. e Streptococcus spp.</i> Como você pode notar, alguns dos agentes pertencem à flora normal, no entanto, em situações de stress e/ou trauma a nível de epidídimo e testículo, podem causar infecção.

As provas sorológicas mais utilizadas para o diagnóstico da brucelose ovina são a fixação de complemento (FC), a imunodifusão em agar gel (IDAG) e o ELISA. Em geral, são testes considerados de alta sensibilidade e especificidade. A FC e a IDAG são provas compatíveis quanto a sensibilidade, mas devido a maior facilidade operacional e custo mais barato da IDAG, este é o método mais utilizado na América do Sul, inclusive no Brasil. O Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) possui kits comerciais de IDAG para Brucella ovis. O ELISA é uma prova de alta sensibilidade e especificidade, mas é muito caro para ser utilizado a nível de rebanho ou lotes de reprodutores, além de ser pouco acessível.

O importante para o diagnóstico é a associação de histórico clínico do rebanho, exame andrológico, bacteriologia (no caso de animais de alto valor) e sorologia (IDAG). Com isso, as chances de se detectar animais positivos no rebanho são otimizadas e o monitoramento bem mais eficiente.

Continue participando!!

Cordialmente,

Daniel Souza</p>
KARIN KUIBIDA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 10/06/2006

<p align=justify> Gostaria de saber quais as principais causas ou agentes causadores e qual mais adequado (laboratorialmente) para diagnóstico da brucela ovis e epididimite.

Atenciosamente,
Karin Kuibida
Médica Veterinária</p>

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