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Ronei Volpi fala sobre desafios e perspectivas para o produtor de leite em 2024

POR RONEI VOLPI

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/12/2023

3 MIN DE LEITURA

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O ano de 2023 foi muito desafiador para o produtor de leite, o setor vinha enfrentando dificuldades por conta dos altos custos produtivos, principalmente alimentação, com milho e soja inflacionados no momento pós pandemia. Frente ao alto custo de produção, aumento recorde das importações de lácteos, e consumo andando de lado, houve forte retração no preço pago pelo litro de leite aos produtores que tiveram cenário de prejuízos em 2023. 

Com base nos dados preliminares do IBGE sobre captação brasileira ao longo do ano, é possível inferir que devemos captar cerca de 34,1 bilhões de litros, o que representa queda de 1,45% ante os 34,6 bilhões produzidos em 2022.

Para o final deste ano, temos dois cenários contraditórios para o mercado de lácteos. Com a circulação do 13º salário, há possibilidade de o consumidor buscar agregar produtos em suas compras, com inclusão de mais queijos, iogurtes, sorvetes e demais derivados lácteos, até então não incluídos como produtos de necessidade primária. Por outro lado, as férias escolares, retraem o consumo lácteo por redução do consumo de merendas. No verão, há redução no consumo de leite, com temperaturas aumentadas, menos queijos e vinhos e menor presença na mesa dos consumidores.

E para o ano que vem?

Na virada de 2023 para 2024, com o contexto de perda de rentabilidade da atividade (queda média de 34% na margem líquida por hectare, conforme dados do Projeto Campo Futuro da CNA), baixos preços de mercado, importações ainda aquecidas e demanda apática pela população, não há estímulos para a reversão do cenário de baixa nos mercados, comprometendo os investimentos na produção e os volumes nesse último trimestre.

Adicionalmente, a entrada da safra de leite a pasto em grandes regiões produtoras, dificulta a recuperação do preço no mercado interno de leite, para o qual os meses de dezembro e janeiro representam as menores cotações do ano. Somam-se a essa tempestade perfeita os ainda elevados volumes de importação, principalmente de leite em pó e queijos de países do Mercosul, que devem fechar 2023 em torno de 2,16 bilhões de litros. Infelizmente, as perspectivas não são favoráveis. 

O clima também não tem ajudado a produção. A previsão é de que as chuvas permaneçam acima do normal na região sul do país até meados de fevereiro, e fiquem abaixo da média a partir de então, comprometendo a oferta e qualidade de forragens.

Devido à redução nas margens da atividade e inevitável atraso no plantio da segunda safra de milho, a produção total do cereal deve somar 119,0 milhões de toneladas, decréscimo de 9,6% quando comparado à safra passada. É esperada uma considerável diminuição na área plantada do milho segunda safra (-5%) devido ao risco associado ao plantio fora do período ideal, o que deve pressionar os custos com o cereal. Entretanto, esse cenário é contrabalançado por uma supersafra nos EUA e melhores resultados na Argentina.

Nessa conjuntura, a expectativa de preços pressionados ainda se mantém. Como a rentabilidade está muito achatada, o clima será termômetro duplo de risco (preço/produção) do mercado.

O resultado das eleições argentinas permite inferir a descontinuidade da subvenção à produção pelo Governo daquele país, que associada à retirada das chamadas “retenciones”, devem comprometer a oferta de leite. Uma menor oferta de leite em pó na Nova Zelândia, de -5% nos volumes conforme projetado pelo USDA, também deve contribuir para o aquecimento nas cotações internacionais de leite em pó, que também serão influenciadas pela intensidade da seca advinda do El Niño na Oceania. Da mesma forma, pressões ambientais no hemisfério norte e retração nos rebanhos fizeram com que o USDA preveja uma oferta de leite apenas 0,4% maior no ano que vem. 

Dessa forma, acredito que tenhamos pela frente um ano de cautela dentro da porteira, com previsão de estabilidade na produção brasileira de leite. Naturalmente, as incertezas são inúmeras e a intensidade dos eventos climáticos podem alterar a conjuntura, mas não se projeta excelentes resultados para a atividade.

Por outro lado, movimentos importantes começam a ganhar espaço na cadeia produtiva de lácteos com vistas a enfrentar problemas crônicos do setor, caracterizado por grande dispersão da produção e industrialização, baixíssima produtividade de todos os fatores de produção, baixos investimentos em marketing e governança como um todo. 

Um desses movimentos foi a recentemente aprovação e adoção pela Aliança Láctea Sul Brasileira, fórum permanente que visa o desenvolvimento harmônico e sustentável do setor lácteo da principal macrorregião produtora, a região sul, um documento denominado de Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul Brasileiro. Tal documento apresenta dez objetivos estratégicos que definem um norte para a produção leiteira se tornar, no médio prazo, um setor tão competitivo quanto o das demais cadeias produtivas de proteínas animais. 

 

RONEI VOLPI

Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite
Presidente da Câmara Setorial de Leite e Derivados do Mapa

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RONEI VOLPI

CURITIBA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/01/2024

Obrigado Fernando. Os dez objetivos estratégicos são da Aliança Lactea Sul Brasileira. Devem estar no site da Aliança Talvez ainda não divulgados, porém tratam da estruturação de nossa cadeia produtiva.
FERNANDO BACK

FORQUILHINHA - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/01/2024

O TEXTO EM SEU FINAL FALA EM DE 10 OBJETIVOS. SENTI FALTA DA DESCRIÇÃO DOS MESMOS.
FERNANDA KRIEGER BACELAR PEREIRA

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/12/2023

Excelente artigo dr. Ronei

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