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Desafios do aproveitamento de barracões antigos para sistemas de ordenha robótica voluntária

POR ALEXANDRE M. PEDROSO

E MARIA ANTONIA MALHEIROS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/02/2023

4 MIN DE LEITURA

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A adoção de sistemas de ordenha voluntária no Brasil é cada vez maior. Os robôs estão se tornando mais e mais populares nas fazendas leiteiras, o que mostra que mesmo num cenário econômico incerto, muitos produtores de leite estão apostando na tecnologia como caminho para tornarem seus sistemas mais eficientes. Atualmente, a tecnologia já ultrapassa 40.000 unidades operando pelo mundo.

Para quem migra da ordenha convencional para os sistemas de ordenha voluntária, as mudanças são muito significativas e nesse processo muitas vezes alguns pontos importantes para o sucesso dos sistemas de ordenha voluntária não são observados.

Isso é especialmente válido quando se aproveita os barracões antigos para implantação do novo sistema, o que geralmente é mais viável financeiramente.

Os problemas surgem quando a migração é feita sem a devida preocupação com as demandas das vacas no sistema com robôs, especialmente questões relacionadas à movimentação dentro do barracão, pois nessa nova realidade as vacas se deslocam voluntariamente para a ordenha, e quaisquer dificuldades ou obstáculos no seu caminho irão prejudicar a movimentação normal, o que pode resultar em menor número de visitas diárias aos robôs e menor número de ordenhas diárias, impactando negativamente a eficiência dessas fazendas.

A seguir, destaca-se um exemplo registrado numa fazenda que trabalhava com sistema de fluxo guiado no Rio Grande do Sul, na qual o portão separador (portão inteligente, ou Smart Gate) foi colocado numa posição tal que “favorecia” um grande acúmulo de vacas em frente a ele, dificultando bastante o trânsito das vacas para o robô.

vacas ordenha robótica

É fácil perceber que tanto na entrada quanto na saída do portão há pouco espaço para circulação livre das vacas, os corredores são bastante estreitos. Isso resultava em constantes aglomerações em torno desse portão, o tempo todo havia vacas em pé paradas esperando para passar pelo portão, o que estava gerando número bem menor de visitas e ordenhas do que o planejado, e obviamente o sistema estava trabalhando com eficiência muito abaixo do que poderia.

Idealmente os barracões onde se instalarão sistemas de ordenha voluntária devem ser planejados para tal, com projetos específicos, com corredores amplos, sem pontos de estrangulamento e nem “fundos cegos”, nos quais as vacas possam enxergar adequadamente os robôs de qualquer parte do barracão.

Mas muitas vezes o aproveitamento de barracões antigos, usados nos sistemas de ordenha convencional, é inevitável, pois obviamente isso representa uma grande economia de custo na implantação do novo sistema.

É imprescindível, no entanto, que se observe com muito cuidado se não haverá desafios significativos para a movimentação normal das vacas. Isso não é uma preocupação nos sistemas de ordenha convencional, pois sempre há pessoas conduzindo as vacas até a sala de ordenha, mas nos sistemas com robôs é de extrema importância que essa questão seja considerada.

O número de visitas aos robôs e número de ordenhas feitas a cada dia são parâmetros muito importantes para a boa eficiência dos sistemas.

Um outro exemplo interessante de como a circulação das vacas pode ser impactada por uma questão aparentemente sem importância, está ilustrada na imagem abaixo.

vacas no compost barn

O portão inteligente está apontado pela seta amarela na imagem, e nota-se claramente o acúmulo de vacas antes da entrada.

Uma as possibilidades é que os bebedouros colocados à direita do corredor, e os saleiros posicionados logo a seguir, do mesmo lado, causem essa “paralização” no trânsito dos animais, especialmente quando há vacas entrando ou saindo das camas à esquerda. Isso resulta em demora para que algumas vacas possam acessar o portão, o que, da mesma forma como no exemplo anterior, pode impactar a eficiência do sistema. Nesse caso, o reposicionamento dos bebedouros e saleiros para um local afastado do Smart Gate pode ajudar a melhorar a movimentação das vacas.

Esses são exemplos simples de como alguns detalhes que não são importantes em sistemas de ordenha convencional podem impactar negativamente a eficiência dos sistemas de ordenha voluntária.

Sempre que for feita a migração de sistemas, é fundamental pensar nesses aspectos. Como nos ensina a metodologia CowSignals, é preciso se colocar no lugar das vacas, tentar enxergar o barracão sob perspectiva delas, para avaliar se será necessário promover ajustes na estrutura da instalação a fim de permitir que as vacas se movimentem normalmente e tenham acesso fácil aos robôs.

O sucesso do aproveitamento de barracões depende do entendimento claro de que não se trata apenas da instalação de robôs na propriedade, mas de que é um sistema totalmente novo, com demanda de adaptações nos protocolos de manejo e uma reflexão profunda de como utilizar da melhor forma instalações pré-existentes.

Entender a dimensão e o comportamento dos animais é fundamental em sistemas de AMS (Automatic Milking Systems - Sistemas de Ordenha Robótica), a fim de otimizar processos e melhorar o bem estar dos animais e dos trabalhadores.

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Com o avanço da adoção dos sistemas de ordenha robóticos no país, dúvidas sobre instalações, manejo e nutrição, permeiam a vida do produtor que deseja migrar ou implementar o sistema. Pensando nisso, o Interleite Sul trará Alexandre Pedroso, autor deste artigo, para falar sobre o tema com a palestra "Otimização da nutrição em ordenha robótica". Não deixe de participar, clique aqui e saiba como! 

ALEXANDRE M. PEDROSO

Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciência Animal e Pastagens, especialista em nutrição de precisão e manejo de bovinos leiteiros

MARIA ANTONIA MALHEIROS

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