Pesquisadores da Universidade da Califórnia comprovaram que bezerros criados em grupos eram menos propensos a atacar as pessoas que bezerros criados em baias individuais. E que bezerros criados com a vaca também eram menos propensos a atacar comparados aos criados individualmente. Ou seja, bezerros criados com outros animais da sua própria espécie se reconhecem quanto grupo e são menos propensos a "pensar" que as pessoas são parte do rebanho.
Não há técnica de manejo que garanta que um animal será totalmente seguro quando adulto, mas o risco de um ataque pode ser reduzido com um bom manejo. O ideal é que bezerros de seis a oito semanas de idade sejam colocados em grupos. Se não houver bezerros disponíveis para formar grupos, pode-se optar por bezerros de corte mesmo sendo um pouco mais velhos e pesados. Qualquer macho adulto que tenha atacado uma pessoa deve ser removido do rebanho de leite, porque ele é um grande risco para a segurança de todos os envolvidos na rotina da atividade leiteira e ainda poderá deixar descendentes agressivos no rebanho.
Outras dicas de manejo: nunca brinque de maneira descuidada com bezerros leiteiros. Eles são bonitos e inofensivos quando jovens, mas podem ser perigosos e traiçoeiros quando crescem. Não permita que um bezerro empurre a cabeça contra você, faça-o parar e recuar. Se você quiser acariciar um bezerro dê preferência para a região debaixo do queixo, na parte traseira, ou na cernelha. Você nunca deverá afagá-lo na testa, pois a pressão sobre esta área poderá encorajar uma intromissão ou ataque.
Um animal que está próximo ao ataque sofre algumas alterações de comportamento e saber reconhecer estes sinais pode evitar possíveis confrontos. Ele normalmente ficará de lado para que a pessoa ou outro touro possa ver o quão grande e poderoso ele é. Neste momento pode ser que algumas pessoas consigam fazer que o touro volte a posição de submissão, adotando, por exemplo, uma posição frontal ao animal. Outra alternativa possível neste momento, é a pessoa simplesmente sair lentamente para longe do touro, porém ela NUNCA deverá correr e nem virar as costas para ele. Em rebanhos comerciais, onde os touros transitam livres nos currais ou piquetes, os funcionários devem ser treinados para detectar posturas agressivas. O ideal é que o touro apenas se afaste juntamente com outras vacas quando um funcionário se aproximar. Novamente, touros que fazem ameaças para ordenhadores e outros funcionários devem ser abatidos.
Compreender o comportamento dos animais e principalmente de touros ajuda a reduzir os acidentes. Como já ressaltado não há técnica de manejo que garanta a criação de um animal totalmente seguro, mas a utilização dos princípios comportamentais irá reduzir o risco de acidentes. Ataques de touros são a causa número um de mortes que ocorrem durante manejo de bovinos e lembrem: touros de raças leiteiras são mais perigosos do que de raças de corte.
Referência:
- Temple Grandin, Colorado State University. Preventing Bull Accidents. (June 2006).