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Como contabilizar os custos com perdas

POR PAULO ARARIPE

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/08/2003

3 MIN DE LEITURA

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Qualquer segmento econômico tem problemas com custos relativos a perdas em suas unidades de produção. Seja de tempo, mão-de-obra, matéria prima, insumos ou recursos, assim é no comércio, na indústria e na agropecuária. Existem situações em que as perdas são inevitáveis, ficando mais fácil colocá-las nos fluxos de caixa, como integrantes do custo de produção. Exemplo disso são as sobras de material para se confeccionar uma peça ou roupa nas indústrias. Como já se sabe que o valor pago pela matéria prima, não é o valor que será efetivamente gasto na confecção de determinado produto, este diferencial deve entrar na contabilidade como perda.

Porém, nas situações onde as perdas são evitáveis e inesperadas, mas acabam acontecendo por força de fatalidades ou de falta de prudência e atenção na produção, é que são geradas as maiores dúvidas com relação a contabilidades destes eventos. Principalmente na agropecuária, que não é caracterizada pela produção em série de peças iguais e sem vida, este tipo de perda é mais onerosa, pois o custo de produção de um animal ou lavoura (uma das peças do sistema) é muito alto. Além disso, o tempo investido na criação/cultivo destes produtos é grande e, até se chegar à constatação da perda, se gastou muito na tentativa de reversão do quadro.

Conceitualmente podemos entender como custo relativo a perdas tudo aquilo que não traz valor compensador, ou seja, existe a despesa, mas ela não se justificará trazendo receita alguma. Assim, se um galpão que armazena milho ou fardos de feno pegar fogo (por razões desconhecidas ou por causa das condições inadequadas de armazenamento - alta umidade), temos dois ativos que se transformaram em custos com perdas: o galpão e o milho ou feno. Neste caso, o custo de perda do galpão que deve ser inserido na contabilidade, não é o custo integral de sua construção e sim o valor proporcional ao que ele custou até o momento do incêndio. Isto pode parecer estranho, mas se justifica, pois como o valor integral de construção (investimento) não deve ser contabilizado no primeiro ano, e sim apenas as parcelas de sua depreciação, não é correto inserir sua perda igualmente de forma integral.

Já no caso do milho ou feno que se perderam, o custo relativo às perdas é igual ao valor do custo total de produção destes alimentos. Uma outra maneira de se contabilizar o custo das perdas com este episódio é inserir na planilha dos custos totais da atividade, o valor de mercado que o milho ou o feno teriam quando de sua perda, pois no caso da produção para comercialização, seria este o valor que fora perdido.

Outro exemplo bem didático é a situação onde um insumo qualquer (medicamento veterinário, defensivo agrícola, concentrado, etc.) tem sua utilização impossibilitada porque a data de validade já passou. Neste caso, como não foi possível utilizá-lo no período correto, o valor gasto na sua aquisição deve ser apresentado como custo de perda. Aqui é importante frisar que o leite ou lavoura que se deixou de produzir em virtude da não aplicação destes insumos, não pode ser contabilizado como perda, a não ser que o animal morra ou não se colha nada na lavoura. A queda em rendimento ou a ausência de aumento na produção deve ser encarada como ineficiência produtiva, nada mais que isso. Ou seja, para efeito de contabilidade da atividade, a ineficiência de produção interfere apenas na receita bruta, que é diminuída.

Na maioria das propriedades leiteiras, o evento que mais representa os custos com perdas e que permite a maior facilidade de visualização deste conceito é a morte de animais. Aqui, a exemplo do que foi citado para o caso do milho e feno, recomenda-se fazer o mesmo tipo de contabilidade. Podemos, portanto, colocar na planilha dos custos totais da atividade o custo de produção do animal, ou, caso o animal fosse criado para comercialização, colocar seu valor de mercado no momento de sua morte, fazendo o abatimento das receitas.

Como observado, as perdas nas atividades agropecuárias estão intimamente ligadas a dois tipos de fatores: climático ou fatalidade (seca, geada, tempestades, fogo, granizo, acidentes, etc.) e imprudência ou falta de gerenciamento (pouca qualidade dos serviços, incompetência técnica dos funcionários, falta de atenção, ausência de controle gerencial, etc.).

De qualquer maneira, é sempre melhor discutir com a equipe que realiza o gerenciamento da propriedade, qual a melhor forma de inserir estes custos em sua planilha. É importante também, no momento da discussão de resultados, avaliar a interferência das perdas no cômputo geral da eficiência da atividade e tomar ciência de qual seria a rentabilidade se estas perdas não tivessem ocorrido.

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