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Avaliar a matéria seca dos volumosos semanalmente pode trazer resultados

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/06/2001

4 MIN DE LEITURA

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José Roberto Peres

Com os avanços no conhecimento e tecnologia, a nutrição deveria ficar cada vez mais simples e eficiente. No entanto, técnicos e produtores continuam lutando para prevenir problemas metabólicos no início de lactação, melhorar o desempenho reprodutivo e obter maior produção. Talvez um dos motivos disso seja uma falha num ponto crucial desta equação: a determinação freqüente da matéria seca dos alimentos.

Isto é o que argumentam os pesquisadores da Universidade da Pennsilvania, EUA. Eles vêm testando semanalmente a matéria seca das forragens utilizadas na fazenda experimental da universidade e têm observado variações acentuadas de uma semana a outra (figuras 1 a 4). Segundo eles, isto pode ser suficiente para alterar totalmente a composição da dieta, o que tem reflexo direto na saúde e desempenho dos animais, mesmo com um bom nutricionista formulando as dietas.

 

Gráficos

 

Fonte: Ishler, V., 2001 - Hoard´s Dairyman



Se tomarmos a figura 3 como exemplo, e admitirmos que uma dieta foi formulada para que as vacas consumam 25 kg de silagem de milho, com 37,5% de matéria seca (valor determinado aproximadamente na 4a semana) e na semana seguinte, como mostra o gráfico, a matéria seca da silagem cair para 34%, para que a dieta continuasse balanceada, e as vacas continuassem a consumir a mesma quantidade de matéria seca de silagem (9,37 kg), e a mesma proporção volumoso:concentrado, seria necessário aumentar a quantidade de silagem para 27,6 kg. Se isso não for feito, as vacas estarão consumindo 0,87 kg de matéria seca a menos que o esperado (8,5 kg), ou irão compensar consumindo outra forragem ou concentrado, o que também desbalancearia a dieta e poderia conduzir a problemas metabólicos.

Pode parecer pouco, mas considerando que cada quilo a mais de matéria seca consumida pode conter nutrientes suficientes para a produção de 2 a 3 litros a mais de leite, esta vaca teria sua produção reduzida em cerca de 2 litros de leite/dia, o que é bastante significativo e pode justificar este tipo de acompanhamento em muitas fazendas.

É comum um mesmo silo apresentar diferentes teores de matéria seca. Isto pode ser função, por exemplo, de diferentes "roças", ensiladas em diferentes estágios da cultura ou, no caso de silagens pré-secadas, do tempo de exposição ao sol de cada área cortada. Diferenças ainda maiores são fáceis de se observar entre silos diferentes. O diferente ponto de colheita leva a grandes variações na matéria seca. Isto certamente já foi observado na prática pela maioria dos produtores que se surpreendem quando, ao iniciar um novo silo, o consumo aumenta consideravelmente (trocando um silo com mais matéria seca - caracterizado pela grande quantidade de "palha" - por outro mais úmido), ou vice-versa.

Os pesquisadores afirmam que desde que se iniciou o acompanhamento do teor de matéria seca das forragens e correspondente ajuste das dietas semanalmente, a produção do rebanho da universidade vem apresentando padrão constante, sem grandes flutuações. A média de produção projetada de lactação aumentou cerca de 1360 kg sem grandes alterações nas formulações. Houve ainda redução na incidência de problemas metabólicos próximos ao parto. Estes incidentes, que anteriormente ocorriam em "surtos", agora são poucos casos isolados.

Os ajustes das dietas podem ser feitos através de simples cálculos manuais (para que o consumo de matéria seca seja constante) ou então com a ajuda de planilhas de computador de fácil elaboração. Alguns programas de balanceamento de dietas permitem inclusive a emissão de relatórios que trazem as alterações necessárias nas dietas, quando a matéria seca dos alimentos úmidos varia dentro de uma determinada faixa.

Outra vantagem mencionada deste tipo de controle é que se pode isolar o efeito de novas tecnologias ou alimentos incorporados à dieta. Tendo controle do consumo de matéria seca, qualquer variação de desempenho (para mais ou para menos) pode ser melhor entendida e atribuída a outras possíveis alterações realizadas nas formulações (o efeito pode ser isolado e quantificado). O acompanhamento do consumo de matéria seca também explicaria, em grande parte, a queda de produção observada em períodos de calor intenso, que provocam estresse térmico nos animais. Este entendimento talvez ajudasse a concientizar os produtores da importância das práticas de nutrição e manejo que estimulam o consumo.

A avaliação da matéria seca dos alimentos úmidos é um comprometimento de longo prazo. Na realidade não poderá parar nunca. É preciso que se saiba que ela não implica na solução de todos os problemas nutricionais, mas certamente representa um avanço significativo.

Comentário do autor: O consumo de matéria seca é talvez ponto mais limitante na nutrição de vacas leiteiras. Todo esforço no sentido de estimulá-lo retorna em melhor desempenho. Nas fazendas que possuem vagões forrageiros de ração completa com balança, que permitem o controle da quantidade de volumoso, estes ajustes podem ser feitos com o emprego de muito pouco tempo. Basta organização e disposição.

fonte: Ishler, V. 2001. The case for taking weekly silage dry matters. Hoard´s Dairyman, May 10

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