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As afecções de casco no sistema de produção da Nova Zelândia (parte 1)

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/05/2007

3 MIN DE LEITURA

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O sistema de produção da Nova Zelândia desperta a curiosidade de todo o mundo. O presente artigo apresenta uma visão muito interessante do sistema de produção, detalhando o manejo dos animais e associando com a ocorrência dos problemas de casco.

À medida que os rebanhos na Nova Zelândia têm aumentado de tamanho, um efeito direto é o acréscimo da incidência de afecções podais. Assim como os produtores de outras regiões do mundo, o produtor da Nova Zelândia considera que os três maiores problemas de saúde dos rebanhos são a infertilidade, a mastite e os problemas de casco.

Com a utilização do sistema de produção a pasto, onde os animais caminham bastante ao longo do dia, o sistema de manejo e o ambiente parecem ser os fatores predisponentes predominantes. De acordo com um levantamento realizado de 1998 à 2004, a distribuição das afecções podais na Nova Zelândia apresenta uma clara associação com o desgaste da sola e trauma, desta forma, foi instituída uma nova denominação para este tipo de lesão, traduzido aqui como "injúria na sola".

Tabela 1. Distribuição das lesões em rebanhos da Nova Zelândia de 1998 à 2004*.


* Índices compilados por North Taranaki

Geralmente, a incidência de afecções podais em rebanhos chamados de "menores" no artigo (rebanhos com menos de 500 vacas) é baixa. Alguns rebanhos apresentam incidência de 15 a 25%, considerando um período de avaliação de 12 meses. Em média, a incidência de lesões traumáticas é de cerca de 10%.

Em rebanhos maiores, a incidência de afecções podais é ainda um dado complexo para ser mensurado, devido à baixa acurácia e ao sistema extensivo de manejo. Porém, é comum encontrar uma prevalência de 5% a 10% de claudicação em períodos chuvosos. Alguns grandes rebanhos têm anotações da realização de tratamento em cerca de 50% dos animais durante a estação chuvosa.

É importante destacar o diferente significado entre incidência e prevalência. A incidência relata a ocorrência de novos casos durante um certo período de tempo, caracterizando uma medida do risco do aparecimento da doença. Já a prevalência relata o número de casos existentes em um dado momento. Neste caso, são incluídos casos novos e velhos e não é possível medir a taxa de risco da ocorrência.

Um estudo realizado em 1989 na Nova Zelândia já havia determinado que os dois principais fatores predisponentes das claudicações eram a pouca manutenção dos corredores de circulação dos animais e a maneira impaciente com a qual os animais eram conduzidos quando se dirigiam à ordenha. Um estudo realizado posteriormente, em 2004, confirmou a importância da forma com a qual os animais são conduzidos para a ordenha. Vacas que são conduzidas com paciência podem escolher o local onde irão pisar, já as vacas conduzidas com pressa irão pisar em qualquer local.

A distância que as vacas percorrem na rotina diária foi também identificada como um fator de risco. A distância do pasto para a ordenha pode variar de 600 metros (nas fazendas bem projetadas) até mais de 2 quilômetros quando a ordenha não tem uma localização central. À medida que os rebanhos ficam maiores, as distâncias percorridas tendem também a aumentar.

As vacas podem percorrer longas distâncias no pasto sem sofrerem um desgaste significativo na sola, entretanto quando percorrem corredores com superfícies duras, na rotina diária para a ordenha, ocorre um significativo desgaste da sola. Solas mais finas estão mais predispostas a lesões e injúrias, principalmente quando não há uma boa manutenção dos corredores.

Além da distância percorrida pelas vacas diariamente, o desgaste da sola é acentuado quando há umidade nas áreas de deslocamento para a ordenha. O casco em contato com umidade absorve água ficando menos resistente ao desgaste e mais predisposto às injurias que ocorrem normalmente durante a locomoção. A largura das áreas de deslocamento também influencia a ocorrência de lesões, rebanhos maiores devem ser manejados em corredores mais largos.

Um corredor bem projetado facilita o fluxo dos animais, minimiza a competição entre as vacas e possibilita um deslocamento mais tranqüilo, no qual a vaca poderá escolher o local onde irá colocar os cascos durante a locomoção. Observe na Tabela 2 as recomendações sobre a largura das áreas de deslocamento realizadas pela Universidade de Massey, Nova Zelândia.

Tabela 2. Largura mínima das áreas de deslocamento.


Estudos na Nova Zelândia oferecem orientação da forma como construir corredores de acesso com boa drenagem, que será abordada no próximo artigo. Além disso, no próximo artigo, serão discutidos o manejo das áreas de ordenha e os principais aspectos associados ao comportamento animal e ocorrência de claudicação.

Fonte:

Chesterton, N. Lameness under grazing conditions. In: International Symposium and Conference on Lameness in Ruminants, 14., 2006, Colonia del Sacramento. Proceedings. Colonia del Sacramento: {s.n.}, 2006.

Tranter, W.P.; Morris, R.S. Hoof growth and wear in pasture-fed dairy cattle. New Zealand Veterinary Journal 40, 89-96, 1992.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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ALAN ISSA RAHMAN

CARAZINHO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/05/2007

Ótimo artigo, certamente para nós aqui do sul, ao menos em minha região, a mioria dos descartes involuntários acontece por: infertilidade, casco e úbere (mastite ou úbere caído).

Aguardo a próxima parte do artigo dando mais detalhes sobre o manejo, pois tratar casco muitas vezes inviabiliza a propriedade quando a incidência se torna alta.

Alan Issa Rahman
Médico Veterinário

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