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MilkPoint Experts: mercado internacional de lácteos deve sofrer com coronavírus

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 24/04/2020

3 MIN DE LEITURA

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“O mundo não esperava que a Covid-19 fosse uma pandemia. Todos assistiram à situação se desenvolver na China pensando que seria um problema restrito. Mas quando as circunstâncias se agravaram na Itália, no Carnaval, o mundo percebeu que era um problema de todos”.

Foi assim que Andrés Padilla, analista do Rabobank, iniciou sua palestra no MilkPoint Experts, na quinta-feira (16). Padilla falou do impacto do coronavírus no setor lácteo mundial.

Segundo o Rabobank, três ondas de impacto da Covid-19 foram observadas no mundo:

  • Queda no consumo, com fechamento de escolas, varejos e food service;
  • Problemas de logística, pois as plantas de processamento, os tanques nas fazendas e os portos não estavam preparados;
  • Impactos na demanda, devido a mudanças nos hábitos, recessão global e diminuição no consumo

Nos EUA e na União Europeia muitos produtores já descartam leite. É importante salientar que o leite fresco, pasteurizado responde pela mair parcela de consumo de leite fluido, enquanto no Brasil o leite UHT é o mais representativo e, como tem maior vida de prateleira, permite maior tempo de estocagem. Os exportadores enfrentam problemas com frete, pois os navios vão carregados e voltam vazios, o que aumenta o custo. Muitas empresas sólidas estão na “corda bamba” por falta de liquidez e, para evitar essa situação, os EUA, por exemplo, estão injetando 3 trilhões de dólares no mercado.

A verdade é que se espera uma recessão global muito forte, como nunca vista. O número de desempregados vem só aumentando, sobretudo nos EUA, o que leva à perda de poder de compra e, consequentemente, impactos na demanda, visto que os lácteos estão fortemente atrelados à renda da população. As recentes quedas nos valores do petróleo também são um agravante, visto que a curva de preços deste tem uma grande correlação com a de lácteos.

Somado a isso, o hemisfério norte está entrando (no pior momento) no período de maior produção, com o início da primavera. Essa grande oferta encontrará grandes desafios com comércio, logística e fretes, dificultando o escoamento do leite. Uma solução proposta na Europa é que o governo comece a comprar e armazenar produtos.

Os EUA, por sua vez, vinham em ritmo de crescimento na produção, com o rebanho aumentando nos últimos meses. Neste país, pelo menos, há um bom programa de gerenciamento de riscos e cerca de 40 a 50% da produção tem algum mecanismo de proteção de preços. Mas, ainda assim, estão sujeitos a quedas nos valores projetados devido à retração do comércio mundial, pois parte relevante da produção é exportada. (Leia: Qual o impacto do coronavírus nas exportações dos EUA?)

Espera-se que essa grande oferta disponível nos maiores exportadores mundiais (EUA e Europa) impactem os preços globais de lácteos por muito tempo. De fato isso já começou a ser observado no último leilão GDT, que apresentou a segunda maior queda do ano. Apesar da crise, o dólar deve se manter forte, enquanto as outras moedas se desvalorizam, tornando as importações menos atrativas. Projeta-se, na China, uma retração de 18% nas importações, o que impacta diretamente o mercado global, visto que esta é a maior importadora de lácteos.

Uma alternativa para escoamento dessa oferta adicional é realocar os produtos em programas de compra locais. Nos EUA, o governo está comprando lácteos para distribuir para pessoas mais necessitadas e muito provavelmente essa demanda aumentará, em função do número de desempregados. (Leia: EUA: que soluções a indústria de laticínios está propondo para contornar a crise?)

Os mais otimistas esperam que a economia mundial se recupere em “V”, ou seja, uma queda brusca, mas com um retorno rápido, como aconteceu em outras crises, porém, este é um cenário em que todos os países foram atingidos. Por outro lado, os governos, de forma geral, estão sendo mais ágeis em tomar medidas de emergência, estimulando o mercado. O mais provável é uma recuperação em “U”, no qual haverá um tempo de “vacas magras”, mas a economia retornará.

Após quatro meses desde a crise, a economia da China está rodando em 90%. Como este é um país que tem uma economia extremamente centralizada e controlada, espera-se que em outros a recuperação seja mais lenta.

 

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