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Produzindo leite no século XXI e no XIX |
EMERSON GONÇALVES
Produtor de leite em Santa Rita do Passa Quatro em tempo integral, principalmente nos finais de semana. Colunista do portal GloboEsporte, autor do Olhar Crônico Esportivo.
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ALCEU AMARALCOROMANDEL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/01/2010
Prezado Emerson,
Gostei das suas colocações! Isso é um primeiro passo. o Segundo é se juntar aos demias companheiros da atividade e juntos identificar um melhor caminho, alternativas que venham apoiar de forma efetiva a atividade leiteira. Há muito o que fazer. E pessoas com o seu perfil tem a missão de desbravar caminhos. Ha sete anos fundamos uma Cooperativa de Pequenos Produtores na nossa região. Hoje ela capta 80 mil/dia, e é balizadora do mercado regional, além de ter tirado da informalidade muitos produtores. Mas tudo isso ainda é muito pouco. Daqui alguns meses teremos eleições, ocasião para aprofundarmos debate e identificarmos verdadeiros nossos representantes, quem sabe vc. Esta previsto para março,se nao me engano, um Evento Latino Americano sobre Leite em Belo Horizonte. Sempre nessas ocasiões encontramos muitos holofotes que podem estar evidenciando o "calcanhar de aquiles". Tudo é uma questao de organização e atitude. Quer ser nosso parceiro para que algo nesse sentido possa ser feito ? Minha solidariedade a voce. grande abraço. |
EMERSON GONÇALVESSANTA RITA DO PASSA QUATRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 17/12/2009 Prezado Vicente Romulo de Carvalho, meu atual objeto de desejo é um gerador. Quem sabe o velho Noel, na figura dos meus filhos, bota um deles no saco e deixa aqui em casa? Mas para mim tem que ser movido a gasolina, mesmo, pois trator, ainda que "véio" e bem usado, é coisa para algum dia futuro. Já andei olhando preços e desistindo, olhando e desistindo. Qualquer hora, se o Natal não cuidar disso, crio coragem e compro. O diabo é que minha ordenhadeira é pequena, no carrinho, com um só conjunto para duas vacas e o plano é trocar por uma mais potente, para 4 vacas. Aí, a potência já é maior e o preço do gerador também. Mas daremos um jeito. Quanto aos hospitais sem gerador, meu amigo... Bom, nada mais me surpreende nessa esplêndida Pindorama. Abraço, Emerson |
EMERSON GONÇALVESSANTA RITA DO PASSA QUATRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 17/12/2009
Prezada Sra. Dalva de Oliveira Lima, eu adoraria ver as mesmas cenas. Seria bom demais, principalmente no dia em que os políticos, essas insignes figuras republicanas, fossem ao banco para receber seus pagamentos pela trabalheira. Essa cena seria impagável, de tão valiosa. Como diz a propaganda do cartão de crédito, não tem preço. Pena que tampouco veremos tais cenas, mas não custa sonhar.
Enquanto isso, seguimos produzindo leite, soja, trigo, milho, carne, laranja e tudo o mais que abastece as gôndolas dos mercados e mantém esse país num clima de relativa paz, que nem isso seria não fosse a nossa produção. Um abraço, Emerson |
EMERSON GONÇALVESSANTA RITA DO PASSA QUATRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 17/12/2009
Prezado Marco Antonio P de Carvalho, minhas bezerras e vacas ignoram solenemente o amendoim-forrageiro, para meu espanto e decepção. Mordiscam uma folhinha ou outra e mais nada, mas não chego a ter um piquete formado. Plantei há alguns anos e só uma pequena parte foi adiante e se estabeleceu, em meio à braquiária, principalmente. ando pensando em formar alguns piquetes novos para os bezerros com a mesma mistura que você tem, mas ainda estou em dúvida.
Como você, andei me dividindo entre a cidade e o sítio, mas desde fevereiro estou morando aqui, definitivamente. Como o espanhol Hernán Cortés, queimei minhas caravelas. Apesar da chuvarada incessante, o leite tem saído sem problemas, graças à ação da prefeitura, que mandou três caminhões de cascalho e uma pá-carregadeira que espalhou-o nos pontos críticos do meu acesso. E foi na hora agá! No dia seguinte, o caminhão, se entrasse, só sairia com trator. Você vai gostar cada vez mais das Jersey e suas mestiças. A diferença no teor de proteína é uma beleza, desde que, é claro, a gente receba por isso. No mais, os apagões e apagõesinhos continuam, com intensidade ligeiramente menor nessa semana. Grande abraço. Emerson |
WELINGTON LUIZ ALVESCARANDAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 15/12/2009
caro amigo Emerson ;
Venho me confratenizar com as suas colocações e lhe dizer que para nós produtores de leite, só temos uma saída que é a união.Mostrar para os donos de laticinios que chega de exploração. |
FABIO PEDRO DA SILVACAMANDUCAIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/12/2009
Olá Emerson.Realmente estamos vivendo em um tempo em que aquele ditado"se
quiser fazer bem feito, faça você" está valendo com força total; pois é, nós produtores, apesar de todas as adversidades que já temos, nos deparamos, cada dia, com algo novo; e sempre que isiso acontece, a corda estoura do lado mais fraco. Essa situação de apagões,além de muitas outras citadas por você e outros produtores, pode esperar, não vai acabar tão logo não; o ideal é você seguir a orientação do nosso colega Vicente de Lavras-MG e comprar um gerador conforme a sua necessidade.É isso que estou pensando em fazer também.Agora, quanto ao preço do leite...vamos continuar sonhando... Um abraço. |
VICENTE ROMULO CARVALHOLAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER EM 10/12/2009
Nobre colega Emerson Gonçalves. Há uns 10 anos ou mais, ainda vivia situações análogas a sua, relativamente a falta de enérgia. E, esta questão de falta de enérgia rural, tem lá suas complicações, que pode fugir ao contrôle e/ou restabelecimento, num espaço de tempo plausível. Mas, que as vendedoras de enérgia, tem lá suas irresponsabilidades, não se pode negar.
Dentro disto, comprei um gerador de 4 KVA, equipamento barato, adaptei o mesmo para ser acionado pela tomada de força do trator. Quando a enérgia acaba/falta, é questão de 5 minutos ou menos, já estamos com o problema resolvido. Até denominamos o gerador de "o responsável". Você ordenha normalmente, faz a acepcia da ordenha e, depois liga o tanque, porque para rodar tudo junto, necessita de um gerador com mais potência. E, este recurso, já é adotado por quase maioria das propriedades leiteiras que conheço. E, dias atrás estrenhei que faltou enrgia, se não me falha a memória no Estado do Rio e, um determinado hospital, não dispunha deste recurso. Conclusão lidamos com leite e ou vaca e, temos. Hospital com seres humanos não. Vai esta sugestão para o colega, para aliviar o sofrimento do mesmo, agora, quanto ao preço do leite, ainda, não encontrei a solução. Brincadeiras à parte. Abraços. |
EMERSON GONÇALVESSANTA RITA DO PASSA QUATRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 10/12/2009
Como vai, Herval Miguel?
Aparentemente, minhas reclamações, digamos, veementes, surtiram efeito. Uma equipe da concessionária veio aqui no sítio e explicou que algumas mudanças técnicas foram feitas na nossa linha. Acreditam que a frequência e, principalmente, a duração dos cortes será bastante atenuada. Todos nós entendemos que o fornecimento de energia é sujeito a chuvas e trovoadas, literalmente. Tivemos tempestades em que disse à minha esposa que a luz iria cair, mas eu não reclamaria, tamanha a violência dos elementos. O problema reside na demora para restabelecer, que não é culpa das equipes de campo, cujo pessoal acabamos por conhecer. A questão é que são poucos, cada vez menos funcionários para atender às linhas de transmissão. As linhas aumentam e as equipes permanecem imutáveis, sinônimo para corte de pessoal e redução de custos. A velha redução de custos burra, que penaliza o consumidor. Nós nao desistimos, estamos sempre na luta, nós todos, não é mesmo? Abraço. |
DALVA DE OLIVEIRA LIMAARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/12/2009
Sr. Emerson,
adorei a comparação que fez. As exigencias são do primeiro mundo e do seculo XXI, mas a valorização e o reconhecimento que o leite é o resultado de muito trabalho, suor, preocupação, dedicação,etc, etc... Nós sabemos, é da idade da pedra. Gostaria de ver as pessoas dos escritorios; com ar condicionado, poltronas almofadadas, mãos finas, que começam a trabalhar as oito horas; no nosso lugar. Imagina só: os politicos.... É de rir... Sujos de esterco , molhados da chuva, levantando cedo, quando estiver frio... Aplicando remedios nos animais, inseminando, concertanto cercas, batendo pasto, rapando curral... fazendo a limpeza da ordenha, lavando tanquinho... Bastava um dia inteiro, beeeem trabalhado. Eu queria ver isto. Apoio seu relato, vivo a mesma situação. Um abraço, Dalva |
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHOBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS EM 09/12/2009
Caro Emerson,
Também, como o Herval Miguel, li e reli suas colocações. Gostei muito da sua forma de fazer as colocações e, apesar dos problemas você faz suas queixas com humor. Sinal que gosta muito das suas vacas. Isto chamou muito minha atenção! Para trocarmos todos nossas figurinhas, gostaria de contar como faço e é com muito amor! Tinha vacas holandezas, girolando e duas jersey de altíssima lactação. Gosto de todas elas, mas agora estou evoluindo para as jersey pura, jersolando e algumas holandezas. Com isto passei minha proteína de 3.10 para 3.40 e a gordura de 3.7 para 4.2. Realmente dá algumas merrecas a mais. Mas, no meu caso, o que me dá retorno maior não são os 250 -280 litros/dia. Como faço inseminação há 12 anos, tenho em média 10-13 vacas em lactação, mas sempre em torno de 40 fêmeas no sítio. Elas parem, tiro a barriga e sempre tenho cerca de 20 fêmeas de alta produção para comercialização/ano. Isto dá alívio para pagar as contas. Meu maior capricho é com as bezerras (criadas em piquetes de amendoin forrageiro e tifton 85) e com as novilhas (braquiarão e mombaça). Parem em torno de 24 meses de idade. Divido meu tempo entre a UFMG (onde sou professor), 3 dias/semana em Belo Horizonte e o Sítio Felicidade, 4 dias/semana em Belo Vale (onde corto cana, trato do gado etc.). Meu maior problema: o prefeito não se compromete em cascalhar as estradas e, muitas vezes chego a passar muito aperto. Eventualmente tenho que dar leite aos vizinhos e abrir o tanque de expansão para jogar leite fora! É muito doído fazer isto. Meus apagões são mais eventuais, mas também acontecem. Um grande abraço, Marco Antonio |
HERVAL MIGUELANGRA DOS REIS - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/12/2009
Boa tarde Emerson, li e reli seu debafo, que aliás é de todos nós produtores de leite deste grande país. Me encontro na mesma situação de vc, mas as vezes temos mesmos que denunciar, fazer pelo menos valer nossos direitos de reclamar,talves um dia alguem ouça, eu depois de 2 anos na justiça (Pequenas Causas) dizem que é rápido, graças a Deus foi marcada a audiência para esta semana, meu problema foi igual, só que fiquei sem energia por quase 72 horas e ouvia a mesma coisa da empresa (Telemig), a equipe já está a caminho, neste periodo devo ter ligado em média 20 vezes Infelizmente é assim que nos tratam, com desprezo e indiferença, mas temos que acreditar na Justiça deste país, que ela seja feita. Sou produtor rural na cidade de Descoberto - MG., foi bom ler seu depoimento, um grande abraço e não desista.
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EMERSON GONÇALVESSANTA RITA DO PASSA QUATRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/12/2009
Prezado Helio Cabral Jr.
Antes de mais nada, é um prazer ler tua mensagem. Você já não me é estranho, pois acompanho tuas participações aqui no MP. E justamente a leitura de cartas de todo o país, em outros artigos, mostra que minha situação é até bem confortável, bem menos ruim, por exemplo, que a de um produtor de Goiás com apagões de 61 e 72 horas! Aliás, dois dias depois de escrever esse texto sofremos novo apagão, dessa vez de "somente" 11 horas de duração. Mas ontem, no meio do dia, uma equipe da concessionária esteve aqui no Sítio. Tinham uma ficha com minhas reclamações - bom, para alguma coisa serviram minhas ligações - e explicaram-me que havia um problema na rede que foi localizado, e agora acreditam que teremos menos problemas. Bom, já é alguma coisa. O problema parece ocorrer em todo o país e, na minha opinião, tem a ver com sucateamento de redes, redes feitas como muitas estradas - sem os devidos cuidados, tendo vida útil curta - e diminuição do pessoal encarregado da manutenção. Não que as empresas demitam pessoas, mas não ampliam seus quadros operacionais na mesma velocidade e necessidade dos mercados consumidores. No mais, venho acompanhando a discussão sobre os sistemas de produção, que acho muito interessante. Eu mesmo, de maneira geral, sigo as recomendações da EMBRAPA Sudeste, do pessoal do Balde Cheio e estou satisfeito. Minha base é pasto e cana, além, é claro, da ração. Estou usando cevada, já na terceira carga, que guardo ensilada, mas estou em dúvida se continuarei ou não, devido ao custo. Saberei melhor quando acabar o silo que está em uso. Produzir leite é tarefa que faço com gosto, mas é difícil. Não pela atividade em si, mas pelo seu entorno, digamos. A questão da eletricidade é somente um dos abacaxis do dia-a-dia. E quando o leite se transforma em fonte quase única de renda, os abacaxis tornam-se maiores, mais feios e muito mais azedos. Abraço, Emerson Gonçalves |
HELIO CABRAL JUNIORGOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS EM 08/12/2009
Caro Emerson,
Voto para que você seja levado (óbvio está que de forma alguma deverá desembolsar um único centavo entre viagem e estadia!) a um congresso de leite, destes pomposos que acontencem por estas paragens e apresente seu ilustrativo caso de sucesso pessoal e empresarial na atividade leiteira e seu rotundo "fracasso" imposto institucionalmente por "otoridades" despreparadas, mentirosas e corruptas que parasitam o povo brasileiro, tirando-nos o que é nosso por direito e ainda por cima nos sabotamos quando demonstramos excelência, como é o seu caso! Pelo esclarecimento e temperança que demonstra, estou certo que palavras como desistir ou desanimar não constam de seu vocabulário, mas que é no mínimo revoltante, ah, isso é! Talvez você ouça alguns comentários ou sugestões como: entre na justiça e cobre seus direitos; ou ainda, denuncie na ANEEL, ou no PROCON... Mas a triste realidade é que a primeira é lenta e contemporânea da segunda faceta de sua história; a segunda é uma agência que 99,9% das vezes defende os interesses das empresas concessionárias que deveriam ser regulamentadas e fiscalizadas por ela, ou dos governos ou o próprio interesse (porção das multas revertidas para a própria agência para se "reestruturar") e o terceiro, infelizmente, é o bobo da corte, que faz e acontece, mas é inócuo nos casos realmente relevantes. Acho melhor parar por aqui para não contaminá-lo com minha descrença. Cordialmente, Helio Cabral Jr |
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