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Como seria uma propriedade produtora de leite no Nordeste brasileiro?

POR RODRIGO GREGÓRIO DA SILVA

ESPAÇO ABERTO

EM 31/08/2006

4 MIN DE LEITURA

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Gostaríamos de convidar aos leitores que ao iniciarem essa nova leitura a fizessem de forma desprovida de preconceitos. Que iniciem assim uma leitura e que no final, sem partido, possa realizar comentários possíveis de ser classificado em um diálogo de saberes, onde a palavra discussão toma o seu significado mais importante.

Costuma-se, rotineiramente, fazer afirmações sobre o tipo ideal de fazenda produtora de leite, sobre o tipo de sistema, sobre o animal, o manejo alimentar para as condições de Nordeste. E o que vemos? São sistemas os mais variados possíveis no aspecto físico, gerencial e econômico-financeiro. Mas poder-se-ia relatar que na sua maioria são ineficientes. E qual seria o motivo para tal afirmativa? Será que são realmente ineficientes e em outros casos inviáveis?

O que é fácil de observar é que na sua grande maioria são sistemas baseados em modelos físicos de exploração. Modelos que foram determinados, implantados, copiados e em muito poucas vezes adaptados às condições disponíveis nas propriedades da região.

Esse pequeno relato não vem tentar ser um resumo da verdade absoluta sobre as causas dos insucessos e suas brilhantes soluções (haja visto ser muita pretensão de um técnico conseguir em tão poucas linhas e em seu restrito conhecimento, apresentar as soluções para problemas mais variados e em muitos casos desconhecidos a si), mas tentar discutir sobre alguns aspectos técnicos, muitas vezes deixados de lado.

Qual é o modelo de sistema que deveria ser adotado na propriedade do Seu Chico do Bar, ou do seu Zé Moisés, ou do Cleber, ou do produtor "x" (todos no semi árido)? Se muitos especialistas fossem consultados, sem sombra de dúvidas, seria sugerido a compra de animais adaptados as condições locais (tolerância a fome, a passar sede, a agüentar sol no lombo, etc), a utilização da propriedade como um todo, a construção de um belo estábulo, uma capineira, um silo trincheira, um trator com os mais variados implementos, etc, etc e etc.

Ai pergunta-se: será que as propriedades dos amigos produtores acima mencionados possuem as mesmas características? Existe o mesmo potencial produtivo? E então cai-se numa assertiva: precisamos conhece-las a fundo, conhecer os desejos dos seus proprietários, de sua família, da realidade comercial da região, das condições físicas da propriedade e da capacidade administrativa dos seus agentes, para que possamos planejar um sistema produtivo mais apropriado.

No primeiro caso, o seu Chico possui propriedade em região semi-árida, longe de rio, não possui irrigação, alimenta seu gado com volumoso na forma de silagem de sorgo e milho com suplementação concentrada. Seu pico de produção é no meio da estação seca. Seus animais têm produção média de 15 litros, com produção diária média de 260 litros de leite, resultando em uma média de 945 litros por hectare ao ano.

Não busca animais resistentes a fome, a sede e a insolação, mas animais que produzam leite de forma econômica. Hoje ele possui 100 ha, planta silagem em aproximadamente 8 ha, feijão em mais uns 4, e o restante da propriedade é dividida em área sem uso e parte como pastagem nativa na época das águas. Se for observado, somente o tamanho da área, parece um grande produtor (quando comparado as área próximas aos rios da região). Mas respeitando o potencial de produção de propriedades na região de seu Chico, torna-se necessário esse tamanho para proporcionar condições de uma produção compatível a receita demandada pela manutenção mínima de sua família.

No terceiro exemplo, o Cleber, possui um (1) hectare de pastagem explorado em sistema de lotação rotativa. Sua propriedade é composta de solo de aluvião, possui água em quantidade e qualidade. Seus animais têm média de 17,5 litros ao dia (são holandesas puras com registro vindas de São Paulo), com produção diária de 110 litros, fechando a média de 29.850 litros em seu hectare e com projeção de 35.000 litros por hectare nesse ano, obtendo lucro por litro de aproximadamente R$ 0,08. Esta ampliando para dois (2) hectares nesse ano.

Poder-se-ia então comentar: é uma área pequena, é só um, é isso, é aquilo. E, para aqueles que se dispuserem, poderão vir conhecer as propriedades dos senhores Cidcley, Caxiado, Antônio Carlos, Cigano, Canindé, Pedro Ferreira, etc e poderão entender que produzir leite, nas condições de Nordeste, como diria o prof. Vidal, "pode ser um bom negócio", com Holandesa, com Gir, com Girolando, com Pardo-Suiço, com Jersey, com Tatu, com Cobra, etc, etc e etc. Vai depender de uma análise do negócio nas condições de cada propriedade.

Resta a nós sugerir que se realize aquilo que se é "aprendido" nas escolas das agrárias. Que se realize um projeto de exploração da propriedade. Que realize este projeto tomando como base os desejos dos produtores, as potencialidades da sua propriedade, compatíveis com as demandas de mercado atuais e futuras. Que esse projeto sirva, até mesmo para demonstrar a inviabilidade daquele negócio nas condições daquele produtor. Que seja realizado um projeto viável do ponto de vista técnico e econômico, que seja capaz de realizar inclusão social e que seja capaz de ser conduzido naquele local sem data para o esgotamento de seus recursos.

E que isso seja realizado também no caso dos amigos participantes de assentamentos. Tendo em vista que muitas vezes, os assentados, são "alocados" em pontos inóspitos, incapazes de gerar renda até mesmo para se manter a estrutura física, quanto mais para dar oportunidade de melhoria da capacidade econômica, financeira e social dos seus novos proprietários, apresentando-se ineficientes no seu objetivo, que acreditamos ser a de proporcionar inclusão social dessa parte da sociedade rural.

RODRIGO GREGÓRIO DA SILVA

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RODRIGO GREGÓRIO DA SILVA

LIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 02/02/2016

Marcelo, prazer. Agradeço pelo comentário. É verdade que continuo aparecendo como Tocantins. Mas não seria por isso também que por ser daquele estado que não haveria possibilidade de opinar sobre o semiárido. Conheci a Carnaúba, já escutei histórias do Sr Manuelino e vi seu sistema. Conheço sua cidade também. E pra ser sincero, acredito que conheço um pouco do semiárido. Concordo, em parte, com o que tem exposto. Acredito no papel e acredito campo. E ao meu ver, essa disputa só tem contribuído negativamente com o setor. Quanto às cabras, estas podem ajudar, porém, não resolverão o problema. O que falta é muito mas do que um animal possa fazer!
MARCELO ROBERTO PARACAMPOS

QUIXADÁ - CEARÁ

EM 01/02/2016

Tu estas ai no Tocantins falando como seria a produção de leite no semiarido e eu gostaria de pedir-lhe que veja como é feito fora do papel lá em Taperoa,na propriedade de sr. .Manelito  Dantas,digo lá porque é uma referencia que ensina  mostrando a  convivencia com o semiarido .Nada de papel,porque nele tudo é mais possivel
MARCELO ROBERTO PARACAMPOS

QUIXADÁ - CEARÁ

EM 11/01/2015

Muito bem.Foi uma parte pequena de uma coisa muito grande,mas podemos começar pela educação que não é apropriada.Não vamos estender muito,mas vamos passar pelos politicos que também não são nada apropriados.A segurança,quem mesmo deve ter essa missão?A saúde está a beira da morte e tudo mais é derrota e ainda tem gente querendo que a bovinocultura vá mudar a realidade do nordeste da bolsa família?Vai ser preciso mais quantos anos para essas pessoas,algumas delas por demais inteligentes,enxergarem que o bode é o verdadeiro instrumento para tal mudança e evolução do semiarido nordestino.As vezes eu creio com toda segurança que isso tudo é proposital e tem algo por traz di$$o.
JORGE DANTAS REHEM ANDRADE

EUCLIDES DA CUNHA - BAHIA

EM 05/04/2007

Magnífico, esplêndido, poucos são os artigos completos como esse.
Parabéns!
JORGE URÇULO RIBEIRO COUTINHO

JOÃO PESSOA - PARAIBA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/01/2007

Caro Rodrigo,

O seu artigo traduz de forma resumida o que penso do Nordeste. Aqui, com planejamento e orientação técnica, é possível produzir leite com boa produtividade e alguma lucratividade. O que nos falta, principalmente, são bons técnicos, voltados para a produção de leite que engloba pastagens, silagem, medidas profiláticas, morfologia e fisiologia das vacas, novas técnicas etc.

A atividade não deixa de ser um desafio onde quer que seja, porém, no Nordeste, se torna maior e mais excitante, pois a possibilidade de sucesso diante das nossas condições naturais nos coloca frente ao maior adversário do homem, que é a própria natureza.

Cabe a nós saber como tirar o melhor proveito e buscar a harmonia e o equilíbrio necessários à nossa sobrevivência e a da nossa atividade da melhor maneira possível. Eu assumi esta forma de vida e confesso que sou um apaixonado pela atividade, e não concebo outra maneira de viver. Parabéns e sucesso na sua cruzada.
BRUNO LAVRATTI

IJUÍ - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 14/09/2006

Ótimas observações. Sou estudante do curso de Agronomia da UNIJUI (Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul), que possui um amplo trabalho de análise e diagnóstico de unidade de produção agrícolas.

As observações realatadas neste artigo, sobre as diferenças características das unidades de produção e produtores, frente aos seus objetivos e possibilidades, são evidentes, e com certeza necessitam ser levadas em consideração para se ter maior eficiência e eficácia na produção e desenvolvimento de projetos no setor agrícola.
FLÁVIO EMÍLIO ARRUDA SILVA

PALMEIRA DOS INDIOS - ALAGOAS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/09/2006

Concordo plenamente com você, Manoel, um dos maiores problemas é a falta de profissionalismo do setor leiteiro, principalmente aqui no Nordeste.
MANOEL PEREIRA NETO

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/09/2006

Parabéns. Atendo propriedades no Rio Grande do Norte de gado Jersey com média de 16 Kg animal/dia e de gado Parso suíço com a mesma produtividade, ambas dando retorno fianceiro. A pecuária de leite, como qualquer outra atividade, precisa ser encarada com profissionalismo.
RODRIGO GREGÓRIO DA SILVA

LIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 08/09/2006

<b>Carta do autor:</b>

Venho, neste momento, não mais comentar sobre o assunto das cartas acima, mas sim agradecer a todos que se dispuseram a lê-la e a realizar seus comentários. Fiz esse relato tendo em vista a teimosia de parte de técnicos que se julgam entendedores do negócio leite como um todo. E cegos por seu orgulho, não conseguem ver nada além do pouco que sabem.

A partir deste mês, iniciaremos uma nova etapa na carreira profissional. Sairemos de uma empresa de assistência técnica publica (EMATERCE), e iniciaremos um trabalho em uma faculdade (CENTEC) na município de Quixeramobim (CE). Estamos assim, tentando contribuir na formação de graduandos com senso crítico sobre as atividades la estudadas. E além desse aspecto, desenvolver estudos voltados para a nossa realidade.

Diante disso, só me resta agradecer-lhes, e deixar aqui minha solicitação pela contribuição que todos poderão realizar junto às instituições de pesquisa. Digam quais são seus anseios, suas necessidades, pois só assim acreditamos que haverá a possibilidade da realização de estudos compatíveis com as diversas realidades existentes. Espero todos em Quixeramobim, sertão central cearense.
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 05/09/2006

Um antigo ditado chinês diz mais ou menos assim: "se tens um projeto para durar um ano, plante arroz; se tens um projeto para 20 anos, plante uma árvore; entretanto, se o teu projeto for para cem anos, educa o teu povo".

Eu, em quase quarenta anos de vivência na área de pecuária leiteira e de carne, não conheço nenhum projeto para leite ou corte bem sucedido que não tenha sido calcado numa visão de longo prazo.

O Nordeste brasileiro, como o estado de Santa Catarina e como o deserto de Israel, têm algumas similaridades entre si, com diferenças apenas culturais. Quem diria que o estado catarinense seria auto-suficiente em leite, como ocorreu há 25 anos atrás?

Eu estive lá na época, e trabalhei muito junto a um projeto criado pelo governo do estado através da CIDASC, para tornar o estado auto-suficiente em leite, pois o estado não se conformava em ter que importar leite de outros estados.

Quem diria que os israelitas, naquelas terras áridas, algum dia chegariam a auto-suficiência em alguma coisa, e principalmente em leite? Hoje, tanto Santa Catarina quanto Israel, são auto suficientes, também em leite, apesar das adversidades.

O Nordeste brasileiro não é diferente, e quando a necessidade apertar para valer e o amadorismo der lugar ao empreendedorismo, os mitos derem lugar à criatividade, quer sejam no âmbito familiar ou empresarial, o Nordeste vai achar o melhor caminho e o melhor meio de produzir leite com eficiência, tornando-se assim auto-suficiente, podendo até se tornar exportador.

Quando o Japão saiu arrasado da 2ª Grande Guerra e os japoneses queriam conquistar o mundo através da tecnologia que não possuíam, um americano bem sucedido numa reunião de negócios com pequenos empresários japoneses perguntou a um dos japoneses mais atrevidos: "Baseados em que vocês acham que poderão conquistar o mundo, se vocês estão a décadas de distância dos países avançados em tecnologia?" A resposta foi simples e curta: "O senhor esquece que no Japão tem japoneses". O americano ficou sem entender, e creio que hoje ainda não entenda o que aquele japonês da Sony queria dizer.

Eu digo que o Nordeste tem nordestino, e sei que é um povo bom e muito trabalhador. Falta-lhes, porém, a correta tecnologia para desenvolverem com sucesso uma pecuária leiteira adequada à região e a cada propriedade em particular. E isso só será conquistado através de vontade política voltada aos interesses dos nordestinos, e não apenas dos políticos que sempre fizeram do Nordeste o seu palanque eleitoral através da "fome e miséria do nordestino", o que é uma vergonha nacional, já que o nordestino não precisa de esmolas e sim de oportunidade.

Apenas um lembrete: no Nordeste ou em qualquer parte do mundo, para se produzir leite é necessário água de boa qualidade, sem exagero em termos de quantidade, alimentação suficiente para atender às necessidades do projeto, e muito boa vontade aliada à dedicação constante.
FRANCISCO JOSÉ CAVALCANTE PEREIRA

JEQUIÉ - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/09/2006

Caro Rodrigo,

Meus sinceros parabéns. Muito oportuno e consciente o seu artigo num momento tão especial por que passa a pecuária de leite no Brasil. Alertar para a responsabilidade dos técnicos no que diz respeito ao negócio como um todo e não se restringir a meros dados zootécnicos é vital.

Retornei hoje de uma viagem ao Rio Grande do Sul, onde visitei várias propriedades. Cada vez mais me convenço de que o problema no Nordeste é mais cultural que climático. Para que nós, os técnicos, possamos vislumbrar um futuro, com oferta de trabalho e remuneração justa, é mais que necessário que nos voltemos para mudanças culturais, onde a gestão do agronegócio é tão importante quanto tantos litros de leite por vaca. Quebrar paradigmas, resgatar o orgulho de ser produtor de leite, de ser responsável pela geração de renda e inclusão social é a nossa meta acima de tudo.

Um forte abraço
Pereira
JURANDY PESSOA CAVALCANTE JÚNIOR

FORTALEZA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/09/2006

Caro Rodrigo,

É com muita satisfação que leio o presente artigo e começo a perceber um maior número de técnicos e produtores mais conscientes e questionadores sobre os diversos sistemas de produção de leite em regiões semi-áridas.

O Nordeste em si já apresenta uma grande diversidade de ecossistemas e não podemos trabalhar de forma engessada e/ou passiva, seja utilizando pastejo rotativo, cana-de-açúcar, capineiras, silagens ou etc., o que vale é produzir leite com rentabilidade econômica e sustentabilidade ambiental.

Não é fácil, temos sistemas frágeis, de alto risco, com baixa produtividade e lucratividade. Mas, com muito questionamento, reflexão e mudança de mentalidade, estão despontando nas diversas regiões do Nordeste fazendas produtoras de leite utilizando sistemas mais estáveis, de menor risco, com boas produtividades e lucratividades.

Apesar de termos um custo operacional mais elevado que outras regiões, o principal objetivo está no "quanto lucrar?" de forma sustentável, e condições para elevadas produções e renda por área nós temos. Precisamos saber planejar!
RODRIGO M. J. DE VASCONCELOS

PARNAMIRIM - RIO GRANDE DO NORTE - ZOOTECNISTA

EM 04/09/2006

Rodrigo,

Gostaria de parabenizá-lo pelo texto e dizer que seus relatos se assemelham, e muito, com a realidade que vivencio aqui no Rio Grande do Norte, mais precisamente na região do Alto Oeste potiguar.

Sou zootecnista/extensionista da Emater-RN, e em nossa região trabalhamos com produtores de leite que vendem seu leite para três usinas de beneficiamento, que, por sua vez, repassam o leite beneficiado para o programa do leite.

Enxergo dessa forma, devemos analisar cada caso, propriedade por propriedade, empregando e adaptando as tecnologias disponíveis a nossa realidade, servindo a um único propósito: a melhora do agricultor e dos seus familiares. Contribuindo para que o homem do campo não apenas sobreviva, ou, como se diz por aqui, "escape", diante das condições inóspitas do nosso sertão nordestino, e sim que viva, e a cada dia que passe e conquiste ainda mais seu lugar ao sol.
NACIR PENZ

TRÊS PASSOS - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/09/2006

Parabéns Rodrigo, tanto pela iniciativa da discussão, como pela forma como o abordou. A discussão não deve valer apenas para a região citada, pois no meu entendimento o maior problema enfrentado com a instalação de uma propriedade leiteira talvez não seja o local, e sim conhecimento, capacidade dos técnicos e da mão de obra que vão atuar. Digo isso porque temos regiões do Brasil consideradas as melhores do mundo para produção de leite que, no entanto, em mãos inexperientes ou irresponsáveis nos mostram resultados frustrados.

Para acrescentar mais um exemplo, citaria a região seca do México com precipitação média anual de 150 mm, onde podemos encontrar fazendas que produzem com gado holandês 8.000 a 10.000 kg por lactação em rebanhos de diferentes tamanhos, e a água deve ser reciclada, entre outras dificuldades.

Vamos evoluir muito se pensarmos na linha que sugere este artigo, respeitando situações, poder econômico, aspectos culturais, clima, verdade única entre outros.
ROBERTO TRIGO PIRES DE MESQUITA

ITUPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 04/09/2006

Interessante a proposta de discussão. Do meu ponto de vista, como tudo começa no mercado, as respostas serão encontradas nele. Em cada região a questão é descobrir o que é demandado com maior valor agregado. Será o leite ou o queijo coalho? Será o bezerro? Será o cabrito?

Supondo que os produtores citados encontraram como resposta o leite, o próximo passo é planejar a safra. Só então, com objetivos de produção plenamente adequados para o atendimento daquela safra, define-se o sistema de produção com "máxima agregação de renda". Notem que no mercado foi definido o objetivo de venda com "máximo valor agregado".

Então, usando o sistema de produção empregado em safras anteriores (próprias ou de vizinhos) alocamos os insumos e matrizes necessários e começamos a produzir, não esquecendo do principal, ou seja, de gerenciar os resultados.

E na próxima safra começamos tudo de novo...
JAIRO BRAGA DA SILVA

GARANHUNS - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/09/2006

Nas outras regiões do país, onde existe regularidades de chuvas, praticamente só há dois tipos de sistema de criação: a pasto com cana e uréia no inverno e confinado, mais tecinificado e rebanho especializado.

No Nordeste há vários microclimas, e é necessário mudar várias vezes no ano seu sitema de criaçao. Nós temos que tirar proveito do clima, aprender a ser agricultor. Oferecer comida, sombra e água fresca permite se criar no Nordeste animais mais produtivos e com uma melhoria de renda para o produtor.
JOSÉ LUIZ NELSON COSTAGUTA

SANT'ANA DO LIVRAMENTO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 01/09/2006

Minhas felicitações pelo artigo. Acredito que, por si só, o artigo encerra totalmente a discussão sobre o assunto.
ÍTALO DIÓGENES HOLANDA BEZERRA

LIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/08/2006

Parabéns pelos artigo. Estive nos dia 23 e 24 deste mês participando do IV ENEL - Encontro Nordestino dos Empresários de Leite - e o que mais discutimos foi como a nossa região está se transformando no conceito de criação de gado leiteiro.

Estamos conseguindo produtividade com tecnologia muito racional e de praticidade impecável, que nos dá a certeza de estarmos no caminho de resultado melhores num breve futuro.

No nosso Ceará temos uma grande lição com o projeto pasto verde, modelo adotado pelo Governo Estadual, que favoreceu os pequenos produtores, assim como eu. O resultado, tenho pasto de qualidade 365 dias por ano, o que motivou amigos produtores do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco visitar nossa região para saber o que estamos fazendo para obter esses resulatdos.
MARCOS OTTONI DE ALMEIDA

GUARATINGUETÁ - SÃO PAULO

EM 31/08/2006

Prezado Rodrigo Gregório da Silva,

Dizer como seria uma propriedade produtora de leite no Nordeste, seria uma temeridade, pois essa região é muito grande e muito variada, tanto em topografia, como tipos de solos, climas, precipitações pluviométricas, temperatura, etç.

Uma coisa é certa, teria que ser uma propriedade com um bom sistema gerencial, para que pudesse se adapatar às condições do local onde estivesse instalada.

A primeira coisa que me lembrei foi de produzir leite de cabra, que é um animal pequeno e que se adapta bem a diversas regiões, e que hoje já tem um grande potencial leiteiro.

Volto a dizer que somente com competência no gerenciamento é que se terá sucesso na exploração leiteira no Nordeste, seja com vacas, com cabras ou com ovelhas.

Achei ótima a provocação, talvez com isso se consiga chegar a um resultado satisfatório para se produzir leite de maneira racional no Nordeste.

Atenciosamente,
Marcos Ottoni de Almeida
SAMUEL GUINÉ DE MELLO CARVALHO

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/08/2006

Parabéns Rodrigo. Realmente parabéns por buscar esta discussão. Este tipo de análise das propriedades (e também os exemplos) se encaixa perfeitamente nas propriedades leiteiras de todo o país.

Os técnicos que levam tecnologia aos produtores devem ter sensibilidade suficiente para poder analisar não só a propriedade, mas também o produtor. Existem inúmeras maneiras de obter lucro com a atividade leiteira, mas somente com informação.

Não podemos esquecer do incentivo que o governo deveria disponibilizar em maior quantidade.

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