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Como perceber que a pastagem não está bem?

MARCO AURÉLIO FACTORI

EM 16/02/2017

4 MIN DE LEITURA

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Quando ficamos doentes, ao enfrentarmos um problema, ou qualquer outro inconveniente, nos deparamos com os indícios. Indícios são evidências que nos conduzem a tomarmos algumas decisões. Pois bem, quando estamos gripados, começamos a espirrar ou ficamos abatidos, na sequência, podemos chegar em um estado na qual a decisão mais certa é ir ao médico e na farmácia comprar remédios. 
 
produção de leite a pasto

A pastagem, como não é diferente, é um sistema que nos permite produzir animais que a um baixo custo e, como se não bastasse, com alta eficiência. Na pastagem, como qualquer sistema, há alguns pontos importantes para serem observados que nos fazem ou não tomar algumas decisões. Essas, culminarão em atitudes positivas para otimizar ou recuperar o sistema.

O primeiro e primordial indício que mostra se a pastagem vai ou não vai bem é a produtividade. Quando a área não suporta os mesmos animais que suportava antes, com certeza este fator é facilmente notado. Erroneamente, quando uma pastagem anda mal, ou seja, ela esta entrando em um processo de degradação, automaticamente pensamos que ela ficará menos nutritiva e que com certeza devemos suplementar os animais em função da falta de proteína.

Um ponto muito importante a ser abordado é que quando uma forrageira está em deficiência, ela sim, diminui a sua qualidade, mas com certeza, esta diminuição não é tão sensível a ponto de pensarmos que devemos suplementar ou não proteína. Neste caso, o fator mais agravante é a diminuição da produção. Me perguntam sempre, e no inverno? Por que um capim diminui seu valor proteico? Neste caso a forrageira diminui o seu valor nutritivo e sua produção, pois ela permanece em um estado de sobrevivência. Neste caso, ela procura se manter viva, para passar o período desfavorável de crescimento e continuar a sua vida no verão (considerando forrageira tropicais, por exemplo). Neste caso, as diminuições nos teores de proteína, por exemplo, se dão ainda, pela alteração na proporção de folhas e caules e por consequência, alteração no seu teor proteico.

Outro fator importante a ser considerado em uma pastagem é o indício das falhas na pastagem. Estas são oriundas de plantas que morreram em função de condições adversas. Explicando de forma bem simples, uma forrageira que emite folhas para fazer fotossíntese - e consequentemente produzir “alimento” (compostos fotossintéticos) para si própria - faz uso de alimentos pré-reservados na raiz. Quando ela é pastejada, utiliza estes alimentos das raízes e ao emitir folhas novas, faz fotossíntese e repõe esse conteúdo utilizado na raiz. Isto acontece naturalmente no pastejo com manejo correto (rotacionado). Quando isto não é respeitado, a planta não repõe seus nutrientes, esses são utilizados e consequentemente, a planta morrerá. Ao morrer, ela some do pasto originando falhas. Se não há capim, não há produtividade.

A presença de falhas acarreta em uma porta de entrada para plantas invasoras que infestam a pastagem e competem com o capim. Inicia-se o processo de degradação, este aqui mencionado em função de uma forrageira que morreu e deixou uma porta de entrada. Porém, em muitos casos, a degradação ocorre pela falta de nutrientes. A invasora é menos exigente e consegue viver naquela área na situação na qual se encontra a pastagem.

Sendo assim, voltamos a enfocar na falta de produtividade, que indica que o capim não está bem. Muitos falam que cupins, plantas invasoras e outras plantas são bem-vindas na pastagem para compor o ecossistema. Senhores, lugar de pastagem é lugar de pastagem. Vale destacar que não menciono e considero as árvores como invasoras, pelo contrário, elas devem compor a área de pastagem promovendo sombra para os animais. Além disso, por terem raízes profundas, retiram os nutrientes mais profundos, atuando como grandes recicladoras de nutrientes. Voltando ao aspecto de indicador, não é admissível a presença de cupins e outras invasoras na pastagem. A presença deles nos indica que o pastejo não está bem, ou seja, foi permitido que algo entrasse na área em função do não atendimento de algum requisito do capim.

As principais causas da degradação da pastagem têm sido relacionadas desde a escolha da espécie ou cultivar de forrageira, seguido do estabelecimento deficiente, preparo inadequado do solo, ausência de calagem e adubação, baixa qualidade da semente até o mau manejo da espécie forrageira, principalmente o super pastejo (mais animais do que a área suporta). Tais fatos se devem às falhas na exploração pecuária como um todo, incluindo problemas relativos à conservação dos solos, planejamento do equilíbrio da oferta e demanda de alimentos ao longo do ano, além da não reposição de nutrientes.

Em resumo, toda e qualquer pastagem deve ser observada. Se nós queremos produtividade devemos proporcionar condições para tal fato. Como sempre defendo a bandeira, com mais ou menos adubo não iremos formar um super capim ou ainda um capim deficiente. A grosso modo, estaremos prejudicando mais sensivelmente a produtividade do capim. Este é o melhor indício de que as coisas estão ruins. Portanto, tudo culminará na degradação da pastagem, implicando na sua recuperação, a qual demandará custos.

Se quisermos produzir temos que atender a demanda. Indícios de que tudo vai bem sempre estarão defrontes nossos olhos. O que precisamos é querer ver. Para concluir, se o problema for uma gripe passageira podemos até pensar em tomar remédio, mas se não tivermos certeza do que fazer procure sempre um médico. No caso da pastagem, um profissional que atenda a demanda. Não fique gastando arremessos, acerte logo no alvo.
 

MARCO AURÉLIO FACTORI

Consultor, Factori Treinamentos e Assessoria Zootécnica.

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MARCO AURÉLIO FACTORI

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/10/2017

Prezado Luiz



Não sei te dizer especificamente sobre sua duvida, no entanto ressalto para você que para folha estreita vai ser difícil pois o Aruana é também folha estreita. Sendo assim, o controle, neste caso deve ser feito mecanicamente. Att. Marco Aurélio Factori
LUIZ

SANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 17/10/2017

Boa tarde

Tem herbicidas para folha estreita em pastagens de Panicum (aruana)?

Que época pode ser aplicado? Dose?

at

Luiz Costa
ANTONIO LOBO

SÃO LUÍS - MARANHÃO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/07/2017

Excelente matéria. O produtor ou pecuarista, precisa mesmo é se tornar profissional, tornando-se um EMPREENDEDOR RURAL.
ANTONIO LOBO

SÃO LUÍS - MARANHÃO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/07/2017

Excelente matéria. O que precisamos é deixar de ser produtor ou pecuarista. E nos tornamos EMPREENDEDORES RURAIS.

Antonio Lobo.
MARCO AURÉLIO FACTORI

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/03/2017

Prezado Sergio



Neste caso o assunto se torna mais amplo e impossível de ser colocado nesta área. Porém, no site do Educapoint você encontra um curso ministrado por mim que fala exatamente do que está precisando. Também, eu trabalho com assistência online e posso te ajudar caso precise. Qualquer coisa me mande um e-mail: mafactori@yahoo.com.br  Att. Marco Aurélio Factori
SERGIO VIEIRA NAVES CAVALCANTE

PARAUAPEBAS - PARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/03/2017

Sergio Naves

Parauapebas -Pará - Consultoria e Assistência Técnica

Bom dia professor Marco Aurélio !

Gosto muito das suas matérias sobre pastagens.

Gostaria de saber mais o passo a passo para se implantar um sistema de pastejo rotacionado, desde o diagnostico da propriedade ate manejo dos lotes .

Sou Medico Veterinário e pretendo atuar nesta area aqui no Sul do Pará.
MARCOS OTTONI DE ALMEIDA

GUARATINGUETÁ - SÃO PAULO

EM 21/02/2017

Parabéns pelo artigo.

Para dar leite e carne, as vacas precisam de bons alimentos e um bom manejo, e para se produzir bons alimentos o solo precisa ser bem alimentado e bem manejado
JOSÉ RENATO ALVES

PORTO VELHO - RONDÔNIA - PESQUISA/ENSINO

EM 17/02/2017

Parabéns pela belissima materia realmente o nosso produtor precisa tomar um rumo ou se alto medica ou procura ajuda.

Mais uma vez parabéns Professor
IGOR TOBIAS PAULA

AUGUSTINÓPOLIS - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/02/2017

Muito boa mesmo é lembrar que o produtor, pecuarista ela não produz nem leite, nem carne. Ele tem que produzir alimento, alimento este sendo o capim.

O pecuarista tem de por na cabeça que  produtor de capim, agricultor de capim.
JOSÉ GERALDO NUNES VIEIRA

ARACAJU - SERGIPE

EM 16/02/2017

Excelente matéria. Correta implantação, e manejo adequado, é o segredo de pastagens produtivas.
EULER GOMES DE PAULA

JOÃO PINHEIRO - MINAS GERAIS

EM 16/02/2017

Ótima matéria . Muitas vezes o produtor quer tapar o sol com a peneira , e não investe no alimento mais barato para suas vacas o capim bem manejado e adubado e se possível irrigado .

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