ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Longevidade em rebanhos leiteiros - parte 1/2

POR DANIEL ZERAIB CARAVIELLO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/01/2004

4 MIN DE LEITURA

0
0
Neste artigo serão abordados diversos aspectos que influenciam a longevidade de vacas de leite. O objetivo principal é esclarecer como são realizadas as avaliações genéticas de touros de gado de leite para longevidade. A metodologia estatística difere com o país onde a prova é gerada. Nesse artigo, introduzirei a metodologia usada nos EUA (vida produtiva), além da análise de sobrevivência, que é usada pela maioria dos países europeus exportadores de material genético.

Vida produtiva (EUA)

Com o objetivo de aumentar a lucratividade através de melhorias na fertilidade, saúde e produção, avaliações genéticas de touros para vida produtiva (productive life) se tornaram disponíveis nos Estados Unidos em janeiro de 1994 e desde julho de 1995, avaliações genéticas similares estão disponíveis para vacas. Maior número de meses de vida produtiva por vaca leva a menor necessidade de reposição, mais vacas maduras em produção (maior produção por vaca), menores gastos com saúde e com problemas reprodutivos. Esta característica mede a habilidade da vaca de resistir ao descarte. Se uma determinada vaca ainda está em produção ou se por qualquer outro motivo não se sabe o exato momento de seu descarte, sua avaliação é baseada em projeções, permitindo a obtenção de provas genéticas de touros no início de sua vida, não tendo que esperar pelo descarte de várias de suas filhas para que se obtenha sua prova. Desta forma, a vida produtiva é parcialmente baseada em projeções e parcialmente em medições reais de meses em lactação até sete anos (84 meses) de idade.

Quando se calcula o número de meses em lactação há uma limitação de um máximo de 10 meses por lactação, tentando favorecer vacas que emprenham mais rápido. Entretanto, críticas a esta metodologia dizem que 12 meses pode não ser o intervalo ideal entre partos em várias fazendas, principalmente com o aumento do uso de BST, tornando lactações mais longas mais rentáveis. Esta metodologia, assim como a maioria das outras disponíveis, considera a decisão dos produtores de descartar uma vaca como um parâmetro que, por ser uma medida subjetiva, pode ser tendenciosa por várias razões e isso contribui para a baixa herdabilidade desta característica (o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA adota 8,5%). Vários estudos têm mostrado que longevidade (nesse caso vida produtiva) está correlacionada com várias características como produção de leite, contagem de células somáticas e escores lineares de tipo, que podem ser medidos objetivamente e no começo da vida da vaca. A Tabela 1 (Weigel et al., 1998) mostra a herdabilidade de várias características de produção e de tipo e sua correlação com a vida produtiva. A combinação de dados diretos e indiretos de descarte (produção, escore de células somáticas e características de tipo) foi determinada como sendo ideal para a geração de PTAs (Habilidade Prevista de Transmissão) para vida produtiva. Além disso, a média dos pais também é utilizada, aumentando a confiabilidade das provas, principalmente de touros jovens, onde seu peso é maior em relação aos medições reais de descarte. Estas medidas aumentam a confiança nas provas de touros no início de suas vidas; entretanto, informações diretas de vida produtiva (provenientes de filhas descartadas) dominam as provas de touros mais velhos.


Rebanhos em expansão

Espera-se que os rebanhos que estão aumentando em tamanho queiram manter o máximo de vacas possível pelo maior tempo possível, resultando em um risco reduzido de descarte de vacas nestes rebanhos. Porém, a literatura no tópico mostra o oposto. Quando um rebanho se expande, mudanças significativas no manejo, adaptação a novas tecnologias e instalações, adaptação das vacas ao novo sistema de manejo e às novas instalações normalmente geram uma mudança no padrão de descarte. Estas mudanças foram estudadas por Weigel et al. (2003), onde 72.456 vacas em 186 rebanhos leiteiros de Wisconsin, que se expandiram significativamente de 1994 a 1998, foram examinadas através de análise de sobrevivência (survival analysis). Os autores notaram que o risco relativo de descarte de vacas de alta produção, quando comparado com vacas de produção intermediária em cada rebanho, aumentou de 0,5 para 0,68 e o risco relativo de descarte (voluntário) de vacas de baixa produção caiu de 4,20 para 2,55 durante o mesmo período, refletindo uma susceptibilidade aumentada de animais altamente sensíveis a mudanças no manejo e tamb��m a redução total no descarte voluntário em favor de descartes involuntários. Esta situação é particularmente indesejável para rebanhos em expansão devido à necessidade de genética de mais alta qualidade, que é prejudicada quando os descartes involuntários aumentam. Na Tabela 1, o efeito do manejo e de práticas de trabalho no risco relativo de descarte de vacas de baixa e de alta produção, quando comparado com o de vacas de média produção, é mostrado durante o período de 1996 a 2000.

A Tabela 2 apresenta as variáveis relacionadas às instalações, trabalho e manejo, que foram obtidas com a pesquisa. Os resultados mostraram que os rebanhos com uma maior quantidade de funcionários por vaca e uma maior porcentagem de trabalho feito por membros da família tendem a ser menos afetados pelo aumento no descarte involuntário, que ocorre com a maioria dos rebanhos que estão em expansão, mantendo o padrão de descarte mais estável durante a expansão. Rebanhos com ventiladores, pulverizadores, estábulos com comedouros com auto-fechamento e piquete maternidade também mostraram um risco significativamente menor de descarte de vacas de alta produção do que os rebanhos sem estas instalações. Os rebanhos com 100% de inseminação artificial (IA) foram mais estáveis do que os rebanhos sem IA ou rebanhos com touro de repasse, mas a realização de três ordenhas e a utilização de criadores de novilhas terceirizados levaram a tendências desfavoráveis nos descartes involuntários. Este estudo reflete os ganhos que podem ser obtidos com o investimento em instalações, mão de obra e manejo. Os resultados de Durr et al.(1999) também mostram que as vacas em rebanhos que se expandem (risco de descarte igual a 1,11) ou reduzem seu tamanho (risco de descarte igual a 1,06) têm maior risco de serem descartadas quando comparados com rebanhos estáveis.


DANIEL ZERAIB CARAVIELLO

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures