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Carrapato dos bovinos: o passo a passo do controle estratégico |
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DANIEL SOBREIRA RODRIGUES
Pesquisador da área de Controle de Ecto e Endoparasitoses da EPAMIG. Doutor em Ciência Animal, pela Escola de Veterinária da UFMG.
ROMÁRIO CERQUEIRA LEITE
Professor Titular da Escola de Veterinária Universidade Federal de Minas Gerais. Doutor em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1988).
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GERALDO MAGELA LEMES ROCHACOROMANDEL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 29/04/2017
Muito se fala da rotação de princípios ativos de carrapaticidas para uma melhor eficiência dos produtos e para diminuir a pressão de seleção. Gostaria de saber quantos tipos de mecanismos de ação ou princípios ativos diferentes que existem no mercado para o controle deste parasita?
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J. AMÉRICO G. DORNELLESSÃO CARLOS - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 12/04/2017
Excelente panorama apresentado pelos pesquisadores Romário e Daniel.
.O artigo está ótimo e as perguntas refletem a realidade no campo. Cada caso ou cada propriedade, é um caso isolado ,que deve ser diagnosticado por profissional com conhecimento do parasito e dos princípios que irá receitar. O Biocarrapacidograma -ainda pouco usado,é uma ferramenta que nocauteia qualquer vendedor inescrupuloso,que "empurra" um "produto novo e milagroso",porém com um princípio ativo resistente naquela propriedade. Pessoalmente tenho tido muito bons resultados prescrevendo e acompanhando o controle através do uso de vacina. Zero casos de tristeza,aumento da produção(menor intervalo de partos e cios férteis) e do escore corporal. O controle estratégico-através da vacina ou de produtos químicos, não dispensa a vigilância permanente. |
LUANA COSTACARANDAÍ - MINAS GERAIS EM 03/10/2016
oi
Td bem? qual seria a metodologia aplicada para controla uma infestação de carrapatos,na região central de minas gerais,onde a fazenda e composta por 74 vacas leiteiras 3/4 holandês X zebu.onde pastejo e realizado entre novembro e maio,e em piquetes de confinamento durante o resto do ano ????????? |
ROMÁRIO CERQUEIRA LEITEBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 27/09/2016
Continuando,
níveis de segurança para os animais, além de todas as informações de cuidados de aplicação e período de retirada de produtos como o leite e tempo de espera para o abate. Ocorre que os carrapatos de cada fazenda tem uma "memoria" de quanto e por quanto tempo foram desafiados pelo uso dos carrapaticidas, se bem aplicados ou não conforme manda a técnica, de forma que hoje em dia, ninguém pode afirmar com segurança, se tal ou qual carrapaticida é eficaz, sem que se faça o teste de eficácia dos carrapaticidas, o chamado biocarrapaticidograma.O uso continuado,e frequentemente mal usado dos carrapaticidas , por desconhecimento ou falta de estrutura,resultou em uma imensa e variável situação seleção de resistência dos carrapatos aos carrapaticidas ao longo dos últimos 100 anos.A situação vem se tornando critica em muitas fazendas,particularmente em rebanhos mais especializados que utilizam alguma forma de pastoreio!.Nos tempos atuais, não tenho conhecimento de propriedade em que seus carrapatos que não apresente algum grau de resistência a algum carrapaticida comercializado no país!!Logo, para se ter certeza que determinado produto seja eficaz,é necessário que se faça o teste previamente.A boa noticia é que existe forma de se verificar a eficacia dos produtos.A má noticia é que por falta de demanda, estão restritos os locais que realizam os testes para os produtores.De qualquer forma, é muito necessário que os produtores juntos com seus Veterinários assistentes,realizem pelo menos anualmente, testes para selecionar o produto ou produtos de eficacia garantida para uso ao longo do ano.MAS NÃO BASTA!! O produto eficaz, tem necessariamente que ser aplicado em condições técnicas e de conhecimento por parte do produtor,gerentes e trabalhadores.Estamos ficando sem tempo e perdendo os poucos produtos eficazes que temos disponíveis, ao mesmo tempo em que temos aumentado a especialização dos nossos rebanhos com raças mais produtivas e mais sensiveis, em condições de manejo de alta concentração, o que tem facilitado muito a vida de nossos carrapatos!! Meu caro Udson,como você pode ver,não há "magica" nessa historia. Você terá que se utilizar do produto que for tecnicamente indicado para seu rebanho.Não importa se for por aplicação por aspersão ou por pour-on. Terá que ser com o produto que apresentar a melhor eficácia.Discuta essa situação com seu Veterinário e boa sorte. Um abraço Prof.Romario |
ROMÁRIO CERQUEIRA LEITEBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 27/09/2016
Prezados Udson e João Victtor,
as questões levantadas por vocês, podem e devem ser respondidas em conjunto.Vamos a elas:Os produtos carrapaticidas disponíveis atualmente no mercado superam 100 apresentações comerciais,todas elas constituídas por formulações para uso tópico ou sistêmico,para aplicações por aspersão(pulverização), de ação de contato ou sistêmica, e até mesmo injetáveis, como estão sendo utilizadas algumas formulações das bases da família das avermectinas. São variadas as apresentações de concentração das bases utilizadas,tanto de moléculas puras como as apresentações de associações, como por exemplo aquelas em que se associam bases fosforadas e piretróides.Como pode ser visto,o mercado fornece inúmeras opções de carrapaticidas constituídos das bases fosforadas, piretroides ,associações fosforado-piretroides, amitraz,fipronil e hormônios inibidores de mudas.Como pode ser visto, se são produtos registrados no Ministério da Agricultura,demonstram eficacia eficacia nos níveis legais exigidos para populações de parasitos sensíveis.Além de eficácia, são obrigados a demonstrar seus niveis de segurança |
ROMÁRIO CERQUEIRA LEITEBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 29/06/2016
Olá Nelia
li seu relato e também os comentários do Daniel.Gostaria de complementar com um tema a mais.Ao que tudo indica, a área geográfica de sua região provavelmente encontra-se no limiar de uma área que chamamos de estabilidade enzoótica, para uma área de instabilidade enzoótica para as principais plamoses bovinas causadas pelas Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale. Em anos normais , e as populações de carrapatos ficam muito limitadas e pequenas devido as baixas temperaturas medias observadas.Ocorre então um certo equilibrio entre as infestações por carrapatos e as doenças por eles transmitidas.Como temos vivido uma sucessão de anos secos e com temperaturas mais elevadas, provavelmente criou-se na região, a possibilidade de periodicamente se instalarem populações elevadas de carrapatos, com reflexos no aumento da transmissão das plamoses. Em geral, isto explica o aumento do numero de casos observados.Além desses fatos,o sistema de criação adotado por você , de confinamento quase total,abre uma janela para que seus animais de recria sejam expostos a esse aumento da população de carrapatos, no momento dos pernoites no campo. Esse modelo de cria e recria, produz animais filhos de mães sem desafio parasitário e portanto, produtoras de colostro com baixo potencial de imunidade colostral contra as plamoses. Os animais tendem a ter baixa ou nenhuma imunidade contra as plasmoses!Além disso os animais continuam a ser criados em regime fechado sem desafio de carrapatos.Assim eles ficam ate a recria sem qualquer imunidade contra os agentes da plasmose. Quando são desafiados pelo manejo da solta no pasto, adoecem de forma grave e fulminante, o que explica o numero de mortes ocorridas.Sugiro que vocês procurem seus Médicos Veterinários para que façam um minucioso diagnostico da situação local e se possível na região, adequem o manejo considerando o aumento dos carrapatos na região e pensem na possibilidade de voltar a fazer a pratica da premunição nos animais jovens.É o que de muito longe de vocês, pude vislumbrar.Espero poder ter ajudado com estes comentários.Bom trabalho para voces! |
ROBSON LAGO CRUZGOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 27/06/2016
Parabéns ao Doutor Romário Cerqueira Leite e ao Doutor Daniel Sobreira Rodrigues pelo artigo. Infelizmente Ignorar a Homeopatia Veterinária como possível opção para tratamento das moléstias que acometem nossos rebanhos, entre ele o controle parasitário dos carrapatos, pelo simples fato do "desconhecimento" acho um pouco demais, pois é sabido que a Terapêutica da Homeopatia Veterinária já é reconhecida pelo próprio Conselho de Medicina Veterinária no Brasil (CRMV), como prática terapêutica embasada na comprovação de inúmeros trabalhos Acadêmicos Científicos, terapêutica tão importante, que a própria Embrapa lança a público documento de forma sucinta, que narra a forma de atuação das práticas terapêuticas homeopáticas ligada a Medicina Veterinária mostrando a importância desta entre nossos meios produtivos na I Conferência Virtual Global sobre Produção Orgânica de Bovinos de Corte. Para quem quiser ver o documento da Embrapa é só copiar o link https://www.cpap.embrapa.br/agencia/congressovirtual/pdf/portugues/02pt02.pdf . Ainda há também Inúmeros Trabalhos Científicos Publicados pela Doutora Maria do Carmo Arenales Médica Veterinária, uma das maiores Autoridades em Medina Veterinária no Brasil, que comprovam a eficácia dos Tratamentos Homeopáticos nas mais diferentes espécies animal; além disto não se teriam tantas Universidades Regulamentando esta especialidade terapêutica em suas Faculdades de Medicina Veterinária; um exemplo disto é Universidade Federal de Goiás que já possui a especialidade em sua grade curricular; se a suposta Terapêutica não tivesse comprovada sua eficiência científica creio que tal corpo docente como desta distinta faculdade, não permitiriam tamanho descalabro.
Como comprovação da importância desta prática Científica em nosso meio, e de sua contribuição aos meios produtivos do país, que o MAPA a Reconhece, o CRMV a Reconhece, a Embrapa Reconhece, as Universidades em Grande parte já a reconhece como distinta prática terapêutica em nossas Faculdades de Medicina Veterinária, e o Senar Fecham parcerias com Empresas deste segmento, para apoio ao produtores rurais com repasses de técnicas para o meio rural, entre outros tantas contribuições que Homeopatia Veterinária traz ao sistema produtivo do país. Não recomendar determinado produto por desconhecimento de sua ação, acho justo; agora não recomendar a terapêutica da Homeopatia animal e seus eventuais tratamentos por não ter recomendações técnicas fundamentadas em avaliações científicas de eficácia, é um pouco de mais, com tantos trabalhos acadêmicos já disponíveis sobre o assunto demonstrando sua eficácia. A homeopatia veterinária aliadas as técnicas convencionais talvez seja a grande saída para uma produção e produtos com uma melhor sanidade. Mais uma Vez Parabéns pelo excelente artigo aos seus autores! Mas acho que já é hora de viabilizarmos e debatermos a Homeopatia Veterinária sem Pré-Conceitos, aceitando também a sua contribuição na cadeia produtiva do país. |
DANIEL SOBREIRA RODRIGUESBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 25/06/2016
Obrigado, Nelia!!!
Olha, com relação a sua questão, embora o fogo seja eficiente na redução temporária da infestação de carrapatos no ambiente, o uso continuado acarreta graves consequências negativas para o solo e para a vegetação, além de ser um procedimento com alto risco de acidentes. O uso em atividades agropecuárias é regulamentado pelo decreto 2.661 de 08/07/1998 e pelo novo Código Florestal. É importante considerar essas questões antes de decidir pela sua utilização. O tempo de descanso de pastagens, com o objetivo de reduzir a contaminação ambiental, depende dos níveis de umidade relativa e temperatura no nível do solo. Dificilmente será obtido efeito significativo em menos de 90 dias. Resultados animadores são observados em períodos superiores a 120 dias. Seguindo na linha das medidas que promovem o combate no ambiente, dependendo da propriedade, a alternância entre atividades de lavoura e pecuária pode ser uma alternativa interessante. Algumas técnicas de cultivo tornam o ambiente menos favorável a sobrevivência dos carrapatos. Além disso, promove o vazio sanitário da área sem deixá-la ociosa. Não posso deixar de lembrar que, além do excesso de carrapatos provocar grandes perdas, longos períodos sem contato com o parasito também deixa o rebanho em situação de risco para ocorrência de surtos de trizteza parasitária, com altos índices de mortalidade. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre essas duas situações. Espero ter ajudado. |
NELIA ROSINA DE GEUS MENARINCASTRO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 20/06/2016
Olá,parabéns pelo artigo! Temos uma recria de novilhas HPB e uma alta infestação de carrapatos este ano, não só em nossa propriedade, mas em toda região, com muitos casos de tristeza parasitária e mortes em consequência disso. Nós temos todos os animais confinados no sistema compost barn, desde a desmama até 3 meses antes do parto. Mas à noite a maioria dos lotes pernoitam em piquetes com capim Anone. A queima destas áreas de pousio seria uma ação eficaz para o controle dos carrapatos? E deixar um vazio nos piquetes de mais de 21 dias, seria suficiente para quebrar o ciclo do carrapato?
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ALEXANDRA DE MOURA MACEDOSÃO GABRIEL DO OESTE - MATO GROSSO DO SUL - ESTUDANTE EM 28/03/2016
Parabéns pelo artigo, Romário e Daniel. Vocês possuem alguma recomendação sobre o uso do produto Parasit100 da RealH para o controle de carrapatos em bovinos de leite?
Link do produto: https://www.realh.com.br/lojavirtual/saude/produtos-para/carrapato |
MARIANA POMPEO DE CAMARGO GALLOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 20/01/2016
Olá pessoal,
Para quem quiser saber mais sobre o tema, a AgriPoint está com inscrições abertas para o Curso Online "Controle estratégico do carrapato bovino". O curso será ministrado pelo instrutor Welber Lopes (UFG-GO), que estará disponível para esclarecer as dúvidas, durante todo o período do curso. Para mais informações, acessem: https://www.agripoint.com.br/curso/carrapato-bovino/ Ou entre em contato: cursos@agripoint.com.br (19) 3432-2199 |
PAULO CESAR GERALDINIPIRANJI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 01/06/2015
Existe um produto a base de sulphur praecipitatun + sulfato de ferro+ sulfato de cobre, que é recomendado adicionado ao sal ou no concentrado como aditivo alimentar como produto que tem efeito no controle de carrapatos. Por favor voces tem conhecimento se estes ativos tem realmente efeito sobre o controle de carrapatos em bovinos?
Desde já agradeço. |
DANIEL SOBREIRA RODRIGUESBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 25/05/2015
Obrigado, Antônio Francisco. Essa é uma pergunta difícil de responder. Isso, porque a época mais adequada para intensificação dos tratamentos depende de muitos fatores, entre eles, as condições climáticas e o modelo de produção adotado na propriedade. A região Nordeste é muito grande e apresenta realidades diversas. Além disso, faltam estudos sobre a dinâmica populacional do carrapato bovino na região. No entanto, é possível fazer algumas considerações a partir das informações que temos disponíveis.
No interior de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, o período de chuvas tem início entre os meses de janeiro e março, e término entre maio e julho. A estação chuvosa é bastante marcada e apresenta grande variação de duração. Isso interfere na definição dos momentos mais adequados para os tratamentos. Em regiões com precipitações anuais abaixo de 500 mm, dificilmente serão observados carrapatos dessa espécie. Para sistemas em pastoreio convencional, com acesso dos animais às pastagens durante todo o ano, os tratamentos devem ser programados para ocorrer a partir do início dos períodos de chuva. Caso não sejam suficientes para controlar o pico de população decorrente das gerações iniciais, devem ser programados também para o final da estação chuvosa, estendendo-se por um período de um a dois meses. Em situações de altas taxas de lotação em pastoreio rotacionado irrigado, com animais com alto grau de sangue europeu, as condições serão favoráveis ao carrapato durante todo o ano, ao passo que, se as vacas forem mantidas confinadas em áreas sem cobertura vegetal, possivelmente o problema vai se concentrar apenas nas categorias de cria e recria. É preciso ponderar que existe uma variação muito grande dos sistemas de produção. Além disso, ainda há uma diversidade de princípios ativos e apresentações comerciais com características muito diferentes. Cada caso deve ser avaliado individualmente. Para o problema do carrapato, assim como para a maior parte das enfermidades, a definição das medidas de controle deve partir de uma abordagem. A utilização de protocolos deve ser precedida de um diagnóstico de situação bem feito. |
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