Uruguai: restrição às vendas ao Brasil gera preocupação
Na última sexta-feira, representantes dos ministérios da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), Economia e Relações Exteriores receberam os ministros do Desenvolvimento Agropecuário e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, para avançar em uma solução quanto às licenças não automáticas de importação aplicadas pelo Governo Lula aos lácteos uruguaios. "Estão sendo discutidas soluções, mas sem avanços específicos no momento", disseram fontes oficiais do Uruguai.
Publicado por: MilkPoint
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Na última sexta-feira (03), representantes dos ministérios da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), Economia e Relações Exteriores receberam os ministros do Desenvolvimento Agropecuário e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, para avançar em uma solução quanto às licenças não automáticas de importação aplicadas pelo Governo Lula aos lácteos uruguaios. "Estão sendo discutidas soluções, mas sem avanços específicos no momento", disseram fontes oficiais do Uruguai.
Outro aspecto que gera "preocupação" a nível oficial é que se "sabe que o Brasil chegou a um acordo com a Argentina para estabelecer cotas às importações de leite em pó desse país. Para o Governo, é absolutamente inaceitável que, como consequência desse acordo bilateral, queiram limitar de alguma maneira as importações do Uruguai".
Os funcionários uruguaios deixaram claro que, enquanto a Argentina impôs múltiplas barreiras às exportações do Brasil desde o ano passado, o Uruguai não adotou nenhuma medida nesse sentido. O Governo uruguaio tem realizado gestões a todo nível - diálogos entre ministros de Economia e Pecuária de ambos os países e reuniões de técnicos - porque "o momento para concretizar as vendas são as próximas semanas, não muito mais que isso, de forma que a simples passagem de tempo gera um dano ao setor produtivo uruguaio". Com isso, está se gerando um prejuízo ao setor que está em uma situação delicada pelos efeitos da crise internacional e da seca.
Dentro do Governo, considera-se como uma situação "totalmente inesperada" o fato do Brasil ter se somado à Argentina na imposição de barreiras ao comércio intra-Mercosul. Isso porque o Brasil vinha mantendo a mesma posição do Uruguai, evitando impor novas restrições e tinha destacado no mais alto nível o papel do mercado regional nesses casos.
Os técnicos de ambos os governos devem entrar em um acordo sobre uma solução antes de 21 e 22 de julho, quando se realizará a reunião do Conselho de Mercado Comum (CMC) onde o Brasil apresentará oficialmente sua proposta sobre elevar a Tarifa Externa Comum (TEC) de 14% para 27% para importações de fora do Mercosul. Embora o Uruguai apoie o aumento da TEC, não está disposto a votar em seu favor no CMC se não forem removidas as restrições ao comércio dentro do bloco. Para aprovar essa decisão, é necessário o voto favorável dos quatro sócios do Mercosul.
Para o diretor de Assuntos Internacionais do MGAP, Mario Piacenza, bem como para o diretor de Desenvolvimento Rural do Ministério, Robert Frugoni, além do tema conjuntural das restrições aos lácteos uruguaios, o que se busca é alcançar um acordo estratégico de relacionamento comercial com o qual se evite chegar a esse tipo de situações extremas.
A empresa mais afetada pelas restrições brasileiras é a Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole), para quem esse mercado representa cerca de 20% de suas exportações.
A reportagem é do El País Digital, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
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