O setor leiteiro do Uruguai poderá ter mais um problema se o Governo do Chile decidir subir a tarifa sobre os lácteos como foi pedido por uma comissão de Deputados. Se isso ocorrer, quase metade dos mercados aos quais o Uruguai exporta terá algum tipo de barreira.
Além da paralisação dos mercados do Brasil e da Venezuela, e a perda da Argélia para a Argentina, a aplicação de uma tarifa de 31,5% aos lácteos pelo Chile - para proteger sua produção local frente às importações do Uruguai e da Argentina - será mais um golpe para o setor. Isso porque esses quatro destinos representam 46% (em valor) das exportações de lácteos do Uruguai até agora nesse ano.
Entre 1º de janeiro e 28 de julho, o Uruguai exportou US$ 193,5 milhões em lácteos. Desse valor, US$ 45,6 milhões foram ao Brasil (24%), US$ 33,1 milhões à Venezuela (17%), US$ 5,7 milhões ao Chile (3%) e US$ 3,6 milhões a Argélia (2%).
Com essa situação, "inevitavelmente em agosto se dará uma baixa importante (no preço ao produtor)", disse o diretor da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole), Wilson Cabrera. No entanto, ele disse que "se esperará o máximo possível para ver se algum negócio que permita manter o preço aos produtores se concretiza."
Para Cabrera, a decisão do Chile agrega um novo problema para a indústria e se vê um panorama complicado no futuro pela perda de mercados menores, como esse e a Argélia, onde o Uruguai perdeu para a Argentina uma licitação de uma cota importante de leite em pó. "Estamos entrando na primavera - que é a estação com maior produção de leite -, com um estoque de mercadoria que não podemos vender, situação que nos obriga a recorrer a outros mercados com um preço de exportação muito baixo".
No caso do Chile, a situação ainda está incerta. No caso do Brasil, o Uruguai está negociando para destravar as licenças automáticas aplicadas pelo Governo Lula e que bloqueiam 10.000 toneladas de leite em pó uruguaio de negócios já concretizados. No entanto, com a Venezuela, o problema é com os pagamentos. Por causa de medidas cambiárias aplicadas no país, os importadores não podem conseguir cartas de crédito e, então, não efetivam os pedidos.
A Conaprole tem uma exportação pendente, já aprovada por inspetores venezuelanos, com as datas dos embarques escalonadas, mas não está conseguindo fazer o comércio, pois o comprador alega que tem um estoque muito grande, disse o presidente da Conaprole, Jorge Panizza. Trata-se de 4.000 toneladas de leite em pó, das 10.000 que estão com preços decididos com a Venezuela.
Além de tudo isso, o Uruguai suspendeu a missão de técnicos do Panamá para habilitar as vendas de lácteos devido à mudança de Governo naquele país.
A reportagem é do El País Digital, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
Uruguai: exportação em baixa reduz preço ao produtor
O setor leiteiro do Uruguai poderá ter mais um problema se o Governo do Chile decidir subir a tarifa sobre os lácteos como foi pedido por uma comissão de Deputados. Se isso ocorrer, quase metade dos mercados aos quais o Uruguai exporta terá algum tipo de barreira. Com essa situação, "inevitavelmente em agosto se dará uma baixa importante (no preço ao produtor)", disse o diretor da Conaprole, Wilson Cabrera. No entanto, ele disse que "se esperará o máximo possível para ver se algum negócio que permita manter o preço aos produtores se concretiza."
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