UE propõe medidas de apoio a produtor de leite

A Comissão Europeia divulgou ontem uma série de propostas para apoiar a indústria de laticínios do bloco, que enfrenta uma forte queda de preços. Mas o braço executivo da União Europeia se recusou a reduzir as cotas de produção de leite dos países-membros.

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A Comissão Europeia divulgou ontem (22) uma série de propostas para apoiar a indústria de laticínios do bloco, que enfrenta uma forte queda de preços. Mas o braço executivo da União Europeia se recusou a reduzir as cotas de produção de leite dos países-membros.

Enquanto produtores de leite protestavam nas proximidades da sede da UE, em Bruxelas, o comitê executivo anunciou o pagamento antecipado da ajuda ao setor. Os governos dos países-membros poderão pagar até 70% da ajuda direta aos produtores a partir de 15 de outubro em vez de 1º de dezembro. Também poderão fazer empréstimos extras, de até € 15 mil por produtor, para apoiar os que enfrentam problemas de liquidez.

Além disso, a comissão recomendou que governos multem agricultores que excederem suas cotas de produção e que financiem a saída voluntária de produtores da atividade, como forma de reduzir a oferta de leite na UE. "Não haverá proposta para cortar as cotas", disse a comissária da Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel.

Produtores de toda a Europa têm protestado contra a redução nos preços do leite. Segundo eles, os valores não conseguem cobrir os custos de produção. Os produtores protestam ainda contra o plano da UE de pôr fim ao sistema de cotas. Maior produtora mundial de leite, a União Europeia decidiu, em novembro, elevar as cotas de produção de leite em 1% por ano pelo período de cinco anos, até acabar com o sistema em 2015. "Agora, a produção está 4,2% abaixo da cota total", disse Fischer Boel. A Alemanha é o maior produtor de leite da UE, seguida pela França, Reino Unido, Polônia e Holanda.

A comissão informou que continuará a fazer intervenções por meio de compras para dar suporte ao mercado de leite e vai fornecer "export refunds", um reembolso que funciona como um subsídio, "por quanto tempo for necessário". Também vai analisar possíveis práticas anticompetitivas em toda a cadeia produtiva de lácteos.

Este mês, ministros da UE aprovaram a extensão das compras de manteiga e leite em pó até o fim de fevereiro, para apoiar produtores locais. O bloco retomou os subsídios às exportações de manteiga, queijo, leite integral e leite em pó em janeiro e em março retomou as compras para sustentar as cotações.

As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/07/2009

Sob a ótica do mercado livre (de práticas desleais de comércio), o cenário externo é o pior possível; os cofres dos governos ricos se abriram para os seus produtores e a consequência negativa destas medidas atinge diretamente os produtores das economias emergentes.

Por isso, internamente vamos conviver com o excedente exportável que não conseguimos vender no primeiro semestre; se alguém acha que por aqui faltou leite em algum momento, foi ilusão de ótica.

Mas curiosamente, lendo o Valor do último dia 19, vi que a Tangará Foods foi considerada pela revista Exame a melhor empresa de lácteos do Brasil. Justamente ela que também esteve na Argentina entre novembro e dezembro passados e naquela ocasião limpou o estoque porteño de leite em pó a US$ 1,7/1,8 mil por ton. O mercado estima em 20 mil ton o volume total importado por esta empresa e internalizado até abril, quando passaram a valer as novas regras de importação, ora questionadas por traders Brasileiros. Com o leite vendido no Brasil por estimados R$ 7 a 8 por kg (US$ 3 a 3,4), a margem desta operação deve estar próxima de U$ 25 a 30 milhões. Com esse resultado na crise atual, realmente essa deve ser a melhor empresa de lácteos do Brasil; uma pena que não seja com leite Brasileiro.

Olhando para trás, quando sempre fica mais fácil fazer a leitura do que aconteceu, verifico que tudo o que fizemos até o momento atual foi correto. Parabéns ao Rodrigo, Vicente, Jorge, Jacques, Paulo e todas as outras lideranças que estiveram envolvidas com as decisões da comissão nacional do leite em relação ao comércio exterior. O próprio acordo de limitar a 3 mil ton mensais a importação da Argentina mostrou-se saudável; talvez esse fosse também o melhor caminho para o estoque que o Uruguay quer despejar no Brasil.

O momento que vem a seguir será difícil porque o mundo todo quer vender ao Brasil e, diga-se de passagem, não é só leite. Nossa defasagem cambial combinada com crescimento de consumo em um mundo deprimido opera hoje com preços relativos altos, o que não significa sustentabilidade do nosso negócio, mas é uma oportunidade única para os concorrentes.

Resta agora esperar o melhor momento que sempre vem após a tempestade, mas não vamos nos descuidar!
Qual a sua dúvida hoje?